Fundos de Investimento com foco no agronegócio, os fiagros, distribuíram cerca de 148% do CDI em dividendos no primeiro mês do ano; veja os maiores pagadores
Investidores de Fiagros (Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais) começaram o ano de bolso cheio: os fundos pagaram, em média, dividendos equivalentes a uma remuneração de 148% do CDI em janeiro. O resultado vem após ano de forte adesão de pessoas físicas atraídas por dividendos isentos de Imposto de Renda. Em 12 meses, a quantidade de produtos no mercado mais que dobrou.
Segundo levantamento da Órama, no mês passado o dividend yield (retorno com dividendos) médio dos Fiagros negociados na Bolsa foi de 1,22% líquido de IR, o que equivaleria a um retorno de 1,43% em um ativo não isento (após gross-up), contra 0,97% do CDI no período.
O rendimento da poupança hoje é 6,17% ao ano ou 0,5% ao mês + Taxa Referencial. Se considerarmos o o rendimento médio dos fiagros de 1,22% líquido de IR, nós teríamos um rendimento quase 2,5 vezes o rendimento da poupança.
O spread dos dividendos de Fiagros voltaram a abrir em relação ao CDI, mas já foram maiores dos que os atuais 0,46 ponto percentual. Em abril do ano passado, por exemplo, alcançaram 0,71 ponto – mesmo com a Selic, que baliza o CDI, a 13,75% ao ano.
Fiagros conseguem entregar retornos expressivos porque em geral investem em ativos de crédito, como os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), e conseguem repassar a remuneração desses papéis isenta de IR para o investidor.
Os CRAs foram recentemente enquadrados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), mas especialistas veem pouco impacto sobre os fundos pela capacidade de originação das gestoras – apesar de 27% das emissões do ano passado terem ficado em desacordo com as novas regras.
Em janeiro, o Fiagro campeão de proventos foi o AZQ11, da gestora AZ Quest, com distribuição de R$ 0,12 aos cotistas, equivalente a um dividend yield de 1,31%.
Confira a seguir a lista com os cinco Fiagros que mais pagaram no mês:
Crescimento dos fiagros
No ano passado, durante o painel “Formas de financiamento do agronegócio moderno”, o diretor de Mercado de Capitais da StoneX, Paulo Fróes, destacou que o Plano Safra, apesar de ser a base de investimentos para o agronegócio nacional, cada vez mais tem sido insuficiente para atender integralmente as demandas do segmento, que continua exigindo mais recursos para investimentos.
O potencial dos Fiagros – O executivo ressalta que os Fiagros têm sido fundamentais para ajudar a gerar liquidez nos títulos de dívida do setor. “Após um ano de existência, os Fiagros atingiram mais de R$ 12,5 bi de patrimônio com mais de 200 mil investidores Pessoa Física”.
O executivo aponta que o setor agro sempre se mostrou resiliente, inclusive na pandemia, demonstrando condições de compor fatias cada vez maiores do PIB brasileiro. “Os investidores e agentes produtores da cadeia tendem continuar a trajetória de buscar condutas de gestão financeira, operacional e de sustentabilidade reconhecidas como ‘boas práticas’. O agronegócio depende de clima, safra, gerenciamento de volatilidade de preços, que são moeda e commodity; custos e produtividade. Por isso a importância do processo de educação pelo investidor. Afinal, projetamos que, nos próximos anos, os Fiagros devam atingir aproximadamente R$ 40 bilhões de patrimônio”, declara Fróes.
Com informações do portal InfoMoney
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.
