Zootecnista alerta sobre os perigos na remoção da vacinação contra a aftosa

Estamos vendo constantemente a celebração pelo Brasil ficar livre da vacinação contra a terrível “desgraçenda” febre aftosa

Por José Otávio Lemos* – BRASIL LIVRE DE VACINAÇÃO DE AFTOSA!? – Vamos lá. Primeiramente, o que é a aftosa? A doença do animal babento. Mais: infecciosa aguda causadora de febre, seguida do aparecimento de vesículas (aftas), principalmente, na boca e nos pés de animais de casco fendido, como bovinos, búfalos, caprinos, ovinos e suínos. Ela, uma enfermidade causada por vírus da família Picornaviridae e gênero Aphthovirus.

Essa doença pode acometer rapidamente criações inteiras. O vírus dissipa-se pelo contato entre animais doentes e susceptíveis, e pode contaminar o solo, água, vestimentas, veículos, aparelhos e instalações. O vento transporta o vírus.

A doença atravessa fronteiras internacionais por meio do transporte de animais infectados e da importação de produtos de origem animal (principalmente carne com osso); e as do tipo seca, como muitas com o Brasil, não são paredes para o “danado bichinho”, claro!

Ótimo que o nosso país caminha para o status de país livre da febre aftosa. Foi muita peleja para conseguirmos isso. Mas é bom, prudente pensarmos em alguns pontos. Atualmente, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e parte do Amazonas e do Mato Grosso. Outros quatro entrarão neste ano. Em uma decisão unânime, o bloco IV, composto por 10 estados (BA, SE, RJ, SP, MG, GO, MT, TO, MS, ES e DF) e o Distrito Federal, optou por imunizar seus rebanhos contra a febre aftosa até 31 dezembro de 2022.

O Brasil tem o maior rebanho bovino em produção no mundo. Estimado em 217 milhões de cabeças, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). Os números, obtidos através de estudo elaborado pela Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire), representam cerca de 14,3% do rebanho mundial e colocando-o à frente da Índia com 190 milhões de cabeças. Mais: no ano passado, o país foi o maior exportador de carnes do mundo, com 2,2 milhões de toneladas e 14,4% do mercado internacional.

Muitos aplausos. Tamanho de rebanho e de produção frigorífica e outras geradas com bovinos.

Necessário fazermos algumas observações. Aqui, a maior área produtiva do mundo, considerando tamanho e climas. Outro ponto a ser marcado é o de maior rebanho bovino de raças “puras”. E de zebuínas sob registro, longe de um segundo colocado.

Por que esta abordagem?

Pelo tratado que o Brasil faz parte, e que o está colocando como isento da Febre Aftosa, precaver-nos do que pode acontecer indevidamente.

NOSSO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, CUIDADO MESMO!

NOSSA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE ZEBU E TODAS OUTRAS DE REGISTROS DE RAÇAS BOVINAS, ABRAM OS OLHOS!

Se temos o “título de isento e livre de vacinação”, de um momento para outro podemos perder um bom núcleo de animais melhoradores. Como?

Pelas normas, se aparece algum grupo de animais detectados de febre aftosa, todos os indivíduos há 25 quilômetros à volta serão abatidos e pagos aos proprietários com o valor “de carne”.

Nas nossas fazendas, capivaras, javalis e cervídeos e até outros andam soltos; e não serão vacinados. Podem ser contaminados e transmissores para os nossos animais domésticos, produtores de carne e leite.

Assim, um ótimo rebanho de animais registrados, vizinho de um para simples produção de carne e leite, “mortinho da silva”, e não importa que tenha custado o “olho da cara” do(s) proprietário(s) do mesmo.

Então, aqui, uma sugestão para as nossas entidades de registro de bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos. Que se dirijam ao MAPA e solicitem para que as verdadeiras fazendas com rebanhos selecionados e registrados para serem melhoradores do todo, possam continuar registrando todos os animais “com papéis, documentos identificadores e marcas a fogo no couro ou tintas nas orelhas ou até com chips”, e também vacinando contra a terrível aftosa.

Animais com registros oficiais, por delegação do MAPA, continuarem a serem vacinados contra a Febre Aftosa. “Para o bem de todos, felicidade geral da Nação” e do Mundo.

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