As raças Zebu, com suas características distintas e sua capacidade de resistência, desempenham um papel crucial na produção de carne e leite em diversas partes do mundo. Entretanto, ao explorar o universo zebuíno, surge uma curiosidade intrigante: afinal, você conhece as principais raças que compõem esse grupo tão diversificado? Confira
No vasto panorama da pecuária bovina, as raças de gado Zebu ocupam uma posição de destaque, não apenas por sua relevância econômica, mas também por sua notável adaptação a uma variedade de ambientes e condições climáticas adversas. Originárias da Índia, essas raças, com suas características distintas e sua capacidade de resistência, desempenham um papel crucial na produção de carne e leite em diversas partes do mundo.
Ao explorar o universo das raças de gado Zebu, surge uma curiosidade intrigante: afinal, quais são as principais raças que compõem esse grupo tão diversificado? É justamente essa questão que vamos abordar neste artigo da Compre Rural. Ao longo deste texto, mergulharemos nas características únicas de algumas das raças de gado Zebu mais conhecidas, destacando sua origem, suas peculiaridades físicas e suas contribuições para a indústria pecuária.
Sobre o gado Zebu, entenda melhor
O Zebu, cujo nome científico é Bos taurus indicus, representa uma subespécie asiática do gado-doméstico. Originário da Índia, esse gado se destaca por suas características físicas distintivas, incluindo uma grande corcova cheia de reservas nutritivas, o que lhe rendeu o apelido de “boi de corcova“. Sua adaptabilidade e resistência naturais o tornaram objeto de interesse para cruzamentos em diversas partes do mundo, incluindo o Brasil, onde demonstrou um potencial significativo de adaptação e produtividade.
No Brasil, o Zebu desempenha um papel fundamental na pecuária, constituindo mais de 80% do rebanho bovino do país. Sua principal virtude econômica reside na resistência ao clima quente, tornando-o adequado para produção de carne e leite, especialmente em regiões tropicais e subtropicais.
Além de sua importância econômica, o gado também é celebrado por meio de eventos como a Expozebu, realizada em Uberaba, considerada uma das maiores feiras agropecuárias do mundo. Organizações como a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu desempenham um papel crucial na promoção e no desenvolvimento das raças de gado Zebu, garantindo o controle genealógico e promovendo práticas zootécnicas entre os criadores.
Você conhece as raças de gado Zebu? Veja agora
Neste tópico, convidamos você a testar seus conhecimentos sobre algumas das raças mais proeminentes de gado Zebu. Descubra se está familiarizado com o grupo zebuíno e conheça um pouco de suas origens e contribuições para a pecuária. Confira a seguir – por último, vejas as raças puras:
Brahman
O Brahman é uma raça de gado Zebu reconhecida por sua resistência e adaptabilidade a climas quentes e condições adversas. Resultado do cruzamento de quatro outras raças – Gir, Nelore, Guzerá e Krishna Valley -, o gado tem suas origens nos Estados Unidos, sendo introduzido no Brasil em 1994. Com um pelo curto e grosso que reflete os raios solares, além de uma pelagem clara que repele insetos, o Brahman é valorizado pela sua capacidade de tolerar altas temperaturas e umidade.
Além disso, é conhecido por sua docilidade e temperamento facilitando o manejo, tornando-o uma escolha popular para a produção de carne e leite. Sua habilidade de cruzamento com outras raças taurinas também é destacada, resultando em bezerros vigorosos com velocidade de crescimento e conversão alimentar eficientes. Essas características fazem dos exemplares uma raça versátil e valiosa para a indústria pecuária em diferentes partes do mundo.
Punganur
O Punganur é uma raça de gado Zebu que se destaca por sua origem na região de Chittoor, no sul da Índia. Este gado é reconhecido por sua pequena estatura, com altura média variando entre 70 a 90 centímetros, e seu peso moderado, entre 115 a 200 quilogramas. Apesar do tamanho, possui características notáveis, como sua resistência à seca e sua capacidade de sobreviver exclusivamente com forragem seca, tornando-o uma opção valiosa para áreas com condições ambientais adversas.
Além de sua resistência e adaptabilidade, o Punganur também é apreciado por sua produção de leite, com vacas capazes de produzir de 3 a 5 litros de leite por dia. Apesar de sua importância, esta raça está à beira da extinção, com apenas cerca de 500 a 600 animais remanescentes, devido a políticas de melhoramento genético e cruzamentos com raças estrangeiras implementadas pelo governo indiano. Seu status como uma raça em risco destaca a importância de preservar e proteger a diversidade genética do gado Zebu e outras raças nativas.
Indubrasil
O Indubrasil é uma raça de gado Zebu originária do Brasil, resultado do cruzamento entre diversas raças zebuínas, como Nelore, Guzerá, Gir, Malvi, e Hissar. Conhecido como “O Gigante dos Zebuínos“, o Indubrasil se destaca por sua robustez e adaptabilidade a diferentes ambientes, sendo uma opção popular para a produção de carne e leite.
Além de sua versatilidade na pecuária, o gado também é reconhecido por sua docilidade e eficiência reprodutiva. Sua genética diversificada e sua capacidade de adaptação fazem dele uma raça valiosa para os criadores, contribuindo para o desenvolvimento e aprimoramento do setor agropecuário no Brasil e em outras partes do mundo.
Tabapuã
A raça Tabapuã é uma importante variedade de gado Zebu, caracterizada por sua origem brasileira e sua predominância de sangue Nelore, com influências de Guzerá ou Indubrasil, e, em alguns casos, Mocho Nacional, conferindo-lhe a característica mocha. Reconhecida por sua precocidade e eficiência na produção de carne, o Tabapuã é amplamente criado em todo o Brasil, sendo apreciado pelos criadores por sua docilidade, fertilidade, conformação frigorífica e habilidade materna.
Com um programa de melhoramento genético em fase inicial, o Tabapuã tem demonstrado um grande potencial de crescimento e desenvolvimento. Durante o período entre 1988 e 1997, esta raça registrou um notável crescimento, consolidando sua reputação como uma das melhores opções para a produção de carne em menor tempo. Sua adaptabilidade a diferentes ambientes, combinada com suas características de fácil manejo e excelentes qualidades de produção, tornam o gado uma escolha valiosa para os criadores no Brasil.
Raças Zebu puras
Agora é o momento de conhecer as raças puras de gado Zebu, cada uma com suas características únicas e contribuições para a pecuária.
Nelore
O Nelore é uma raça de gado bovino originária da Índia, conhecida por sua pelagem branca e pele preta, que lhe confere uma extraordinária tolerância ao calor. Desde sua chegada ao Brasil no final do século XVIII, rapidamente se tornou predominante no rebanho nacional, representando cerca de 85% do total. Sua adaptabilidade, rusticidade e resistência a doenças e parasitas fazem dele a raça mais utilizada no país, sendo a base para o cruzamento de gado de corte e uma escolha popular entre os criadores.
Além disso, o Nelore é reconhecido por sua capacidade reprodutiva regular, habilidade materna e produção de carne de qualidade, o que o torna altamente valorizado no mercado. Sua aptidão para a criação em condições extensivas, combinada com seu bom desempenho em pastagens tropicais, o torna um ativo valioso para a indústria pecuária brasileira e uma importante contribuição para a produção global de carne bovina.
Sindi
O Sindi é uma raça de gado zebuíno com origem na Índia, reconhecida por sua resistência e adaptabilidade a climas quentes. Possui uma pelagem vermelha característica e é conhecido por sua capacidade de sobreviver em condições adversas, sendo utilizado tanto para produção de carne quanto de leite. Sua introdução no Brasil remonta ao século XIX, contribuindo para a diversidade genética e produtividade do rebanho nacional.
Apesar de sua baixa estatura, os animais da raça Sindi são robustos e apresentam boa cobertura muscular. Sua habilidade reprodutiva, associada à resistência a doenças e parasitas, torna-os uma escolha popular entre os criadores brasileiros. Além disso, sua adaptabilidade a diferentes ambientes e sua contribuição para o azebuamento do rebanho nacional destacam a importância do Sindi na pecuária brasileira
Gir
O Gir é uma raça de gado bovino originária do norte da Índia, conhecida por seu perfil craniano ultraconvexo e marrafa bem jogada para trás. Criada em estado de pureza nas regiões de Rayputana e Baroda, é única no mundo por sua pelagem chitada e suas características adaptadas tanto para produção de carne quanto de leite. Com controles oficiais que apontam produções médias de leite significativas, sua natureza gregária e temperamento dócil contribuíram para sua expansão no Brasil.
As vacas Gir possuem excelente habilidade materna, e as crias nascem com um pequeno peso, o que não provoca problemas de parto. Além disso, sua resistência a doenças e adaptação a diferentes condições climáticas fazem do gado uma escolha popular entre os criadores. No Brasil, é comumente utilizado para cruzamentos visando a produção de leite e para agregar rusticidade a outras raças, como o Holandês, gerando o mestiço leiteiro conhecido como “Girolando“.
Kangayam
O Kangayam é uma raça de gado bovino originária da Índia, pertencente ao grupo indiano básico de gado de Mysore. Introduzida no Brasil na década de sessenta, é reconhecida por seu porte médio e pelagem escura, com características raciais que incluem chifres direcionados para cima, giba bem desenvolvida e corpo compacto. Sua introdução no Brasil ocorreu principalmente no estado de São Paulo, embora seu rebanho ainda seja relativamente pequeno, com uma multiplicação lenta.
Os animais da raça Kangayam apresentam uma boa cobertura muscular, especialmente no peito e nas coxas, o que os torna adequados para trabalho em lavouras, além de sua utilidade na produção de carne. Sua adaptação a condições tropicais, resistência a doenças e excelente habilidade materna destacam sua relevância na pecuária, apesar de sua presença ainda não ser tão expressiva no cenário brasileiro.
Guzerá
O Guzerá é uma raça de gado zebuíno originária do distrito de Kutch, no estado de Gujarat, na Índia. Reconhecida por seu porte imponente, cabeça alta e chifres grandes em forma de lira, é uma raça bastante rústica, de fácil manejo e adaptável a climas áridos. Introduzida no Brasil em 1870 pelo primeiro Barão de Duas Barras, o Guzerá se destaca por sua dupla aptidão, sendo utilizado tanto para produção de carne quanto de leite.
Com pelagem variando do cinza claro ao escuro, é considerado uma raça de grande resistência, capaz de sobreviver em condições adversas como as longas secas do nordeste brasileiro. Sua presença milenar na Ásia e sua introdução precoce no Brasil evidenciam sua importância histórica e adaptabilidade. Além disso, sua contribuição para a formação do rebanho nacional e seu reconhecimento como uma raça de dupla aptidão destacam o Guzerá como uma escolha valiosa na pecuária brasileira.
Grande importância do gado Zebu
As raças Zebu desempenham um papel fundamental na pecuária brasileira, oferecendo uma série de vantagens adaptativas e produtivas. Sua resistência ao calor, tolerância a doenças e parasitas, e habilidade de se adaptar a ambientes variados tornam essas raças essenciais para a produção de carne e leite em regiões tropicais. Além disso, sua contribuição para a diversidade genética do rebanho brasileiro tem sido crucial para o desenvolvimento de linhagens mais produtivas e adaptadas às condições locais, garantindo a sustentabilidade e o crescimento do setor pecuário no país.
Ao explorarmos as especificidades de cada raça, como Nelore, Brahman, Indubrasil, entre outras, ampliamos nossa compreensão sobre a diversidade e o potencial do gado zebu. Aprofundar nosso conhecimento sobre esses animais não apenas enriquece nossa perspectiva sobre a pecuária, mas também nos capacita a tomar decisões mais informadas e estratégicas no manejo e melhoramento do rebanho, impulsionando assim a eficiência e a sustentabilidade do agro nacional. E você, será que conseguiu reconhecer todas as raças mencionadas neste artigo?
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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