Fazendeiro teria deixado para morrer búfalos enterrados vivos. O rebanho também foi privado de água e alimento e ainda tiveram exposição excessiva ao calor; Veja o vídeo da prisão!
A Divisão de Capturas da Polícia Civil prendeu, na tarde desta quinta-feira (27), o pecuarista Luiz Augusto Pinheiro de Souza, acusado de deixar em situação de maus-tratos, sem água e comida, mais de mil búfalas na fazenda Água Sumida, em Brotas (SP).
Souza foi encontrado pela polícia em São Vicente, no litoral de São Paulo, quando saía de um mercado. Ele era considerado foragido da Justiça e sua prisão foi decretada em dezembro de 2021. A polícia não informou o local onde o fazendeiro será levado.
Procurado pela redação, o advogado de defesa do fazendeiro disse que os motivos da prisão preventiva são absolutamente infundados, mas que aguarda e respeita a Justiça.
O fazendeiro já tinha sido preso em flagrante, com outros dois funcionários, quando os animais foram flagrados em situação de abandono, em novembro do ano passado. As búfalas, búfalos, cavalos e éguas estavam sozinhos em uma área restrita e seca, sem comida ou água.
Souza responde a processo criminal por 991 acusações de maus-tratos, e pelo menos 137 mortes de animais. Ele também é processado por coação. A nova prisão do fazendeiro acabou realizada em São Vicente, no litoral de São Paulo, quando ele fazia compras em um estabelecimento.
Ativistas comemoram prisão
Souza foi denunciado pelo Ministério Público pelos crimes de maus-tratos, ameaça, falsificação de documentos e falsidade ideológica. Um segurança da fazenda foi preso no dia 21 de dezembro do ano passado. Pelas redes sociais, ativistas e voluntários que atuam nos cuidados com as búfalas comemoraram a prisão do fazendeiro.
Denúncia de maus-tratos
Em novembro de 2021, após denúncias, a Polícia Ambiental encontrou mais de mil búfalas em situação de abandono em uma fazenda de Brotas. De acordo com a polícia, os animais estavam em péssimas condições, sem comida e água. Pelo menos 22 deles já estavam mortos.
Souza chegou a ser multado em mais de R$ 4 milhões e foi preso por maus-tratos, entretanto, saiu da cadeia após pagar fiança.
- CerealCred: nova solução de crédito para associados da Acebra em parceria com a Farmtech
- Prestes a realizar o maior leilão da história do Quarto de Milha, Monte Sião Haras adquire totalidade da égua mais cara do Brasil
- Região do Cerrado Mineiro avança no mercado global com leilão virtual
- Mudanças climáticas redesenham a agricultura brasileira
- Valorizada em R$ 20 milhões, Monte Sião Haras adquire Dinastia Apollo Roxo
Voluntários e recuperação dos animais
Voluntários se mobilizaram para cuidar dos animais e, liderados por Alex Parente, da ONG Amor e Respeito Animal (ARA), começaram a trabalhar na recuperação dos bubalinos, além de travar uma briga judicial pela tutela do rebanho que foi doado à ONG no dia 20 de janeiro.
Entretanto, apesar do trabalho desenvolvido pelos voluntários, o tempo de recuperação dos animais deve durar cerca de 2 anos. E, segundo o laudo da perícia elaborado por peritos da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual Paulista (Unesp), muitos deles jamais conseguirão voltar à normalidade.