Responsável por uma das maiores estruturas de confinamento do país, a CMA, também teve o prazer de embarcar 12.000 cabeças de gado para exportação!
De origem familiar e início nos anos 90, o Confinamento Monte Alegre (CMA), localizado na cidade de Barretos, interior de São Paulo, surgiu do trabalho de Oswaldo Perrone. Esse sonho se tornou uma grande estrutura que se destaca e se tornou referência na pecuária de corte nacional, e mundial, já que o confinamento foi responsável pelo maior embarque de gado para exportação. Veja o vídeo que mostra embarque de 12.000 bois!
Foi em 2011, que a visão empreendedora de André Perrone, levou ao aumento da capacidade estática do confinamento para 13 mil animais. Em 2017 já eram 16 mil animais. Atualmente, essa capacidade foi expandida para 19 mil animais, mostrando ao mundo que não é quantidade, mas qualidade do confinamento que fazem deles uma gigante da pecuária.
Com cerca de quase duas décadas de trabalho, a CMA, tem hoje um Know-how adquirido em intercâmbios aplicados por todo o seu tempo de atuação. Somando ainda mais de 400.000 animais confinados nos últimos anos, a marca é uma vitória. Outro grande destaque é a de mais de 350.000 Kg de alimentos produzidos diariamente.
O Confinamento Monte Alegre e a embarcação de gado vivo para a Turquia, uma das operações recordes no volume de animais embarcados em 48 horas. Confira os dados da operação de Guerra que foi embarcar essa quantidade de animais em um navio cargueiro.
Conforme é possível ver no vídeo abaixo, um verdadeiro “mar de caminhões”, estiveram presente cerca de 370 caminhões boiadeiros envolvidos no embarque. Uma verdadeira correria que durou 48 horas entre embarque de animais nos confinamentos e embarque no navio.
A exportação de gado vivo é um grande mercado que o país possuí, já que muitos países possuem leis rigorosas em relação ao protocolo de abate dos animais. Lembrando que a Turquia é um dos principais mercados para o Brasil. Entretanto, apesar de todo o movimento, um projeto de lei quer extinguir este mercado, trazendo grande prejuízo ao setor!
Segundo divulgado na época, o setor pecuário presenciou uma operação de guerra que durou praticamente 48 horas, o embarque de 12.000 bois para a Turquia. Desse total, 7.000 animais foram embarcados direto da CMA.
Conheça o que é necessário para exportar gado vivo
Para que o gado chegue ao porto o trajeto é longo, mas não apenas por conta da estrada, e sim por causa das diversas fases e burocracias. As regras começam logo na sequência da compra dos animais, que precisam estar com a Guia de Trânsito Animal (GTA) em dia para transitar pelas rodovias do país. “Normalmente [o gado] é trazido do Brasil todo, abrangendo os estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Goiás, entre outros”, informou o exportador Rafael Xavier, que estava exportando carga viva para a Turquia pela segunda vez na última sexta-feira (12).
Assim que chegam nas chamadas EPEs (Estabelecimento de Pré-Embarque), os animais precisam passar por uma quarentena no local. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) é o responsável pela vistoria documental e pela emissão do termo de abertura da quarentena, que deve ser lavrado através da supervisão de um médico veterinário. A quarentena do gado dura, por lei, 21 dias.
Também nas EPEs, o gado é submetido a exames de acordo com as exigências do país comprador, “cada um seguindo seu protocolo sanitário, como é o caso das vacinas, por exemplo”, informou o vice-presidente da Associação Brasileira de Exportadores da Animais Vivos (Abreav), Valdner Bertotti. Especificamente nesta embarcação para a Turquia são exigidos os seguintes exames: IBR/IPV (evita doenças responsáveis por abortos, entre outras enfermidades), BVDV (diarréia viral bovina), tuberculose e leucose (doença infecto-contagiosa fatal). Em cada operação, são gastos nos exames sanitários uma média de R$ 250 mil.
A EPE deve ficar próxima ao porto escolhido para a embarcação. No estado de São Paulo existem em média 10 unidades. “Quando os animais chegam, eles tomam água, banho, posteriormente são pesados e vão para uma área de descanso, e, dependendo da distância, recebem um soro”, informou o proprietário da EPE 006, Diogo Castilho. Novo no mercado, a primeira exportação de gado vivo que ele participou foi no dia 05 de fevereiro deste ano.
Para encerrar a quarentena o MAPA faz uma nova vistoria, passando a verificar as condições para o próximo embarque, que seria o transporte rodoviário. “Caso exista qualquer desvio, como, por exemplo, o caminhão não ter sido bem lavado, o ministério vai rejeitar e terá que ser lavado novamente”, informou Diogo. O material utilizado na limpeza, inclusive o desinfetante, deve ser aprovado pelo próprio ministério.
O trajeto em direção ao porto também deve ser informado e seguido pelo motorista responsável pelo trânsito dos animais, já que é monitorado pelo sistema de Gestão de Defesa Animal e Vegetal (GEDAVE), também do MAPA. Em média, cada caminhão tem a capacidade de transportar de 50 a 80 animais e a operação tem um custo aproximado de R$ 400 mil.
Chegando ao porto, os caminhões são pesados e vistoriados pela guarda portuária, seguindo ordem da Receita Federal e da Polícia Federal do Brasil, e é emitida uma autorização prévia para a entrada deles. De acordo com Valdner Bertotti, neste momento, “eles passam mais uma vez pela fiscalização do MAPA, onde olham novamente a GTA”.
É verificado ainda o termo de lacração, que é a informação que vai fixada no veículo, informando quantos animais estão sendo transportados. Quando autorizado a entrar no porto, o caminhão passa novamente por uma vistoria, “o ministério avalia visualmente a condição dos animais, e eles são embarcados no navio”, afirmou ele. Nestes serviços são gastos mais de R$ 300 mil.
Os animais não desembarcam no porto, eles são direcionados direto para dentro do navio. A passagem é feita por meio de uma passarela que tem, em média, 12 metros de comprimento, na qual os animais entram andando, um a um, até que todo caminhão seja esvaziado.
Na operação acompanhada pelo Canal Rural, foram embarcados 4 mil animais e 67 caminhões ficaram responsáveis pelo trajeto. De acordo com Valdner, o navio tem capacidade para acomodar 4,8 mil animais.
Dentro do Navio
O navio que transporta os animais para outros países não é brasileiro. Segundo o vice-presidente da Abreav, Valdner Bertotti, o país não possui tal estrutura, que teria custo superior a R$ 2 milhões.
Antes de ser ancorada, a embarcação passa pela inspeção da capitania dos portos, onde são avaliadas as condições documental e estrutural do navio. E como acontece em todas as fases, nesta etapa a fiscalização também é realizada pelo MAPA. “O ministério vai avaliar a comida, qualidade da água, a qualidade das instalações e a maravalha ou serragem que será utilizada na cama do gado para que ele se sinta mais confortável”, completou Valdner.
No interior do navio, os animais são confinados seguindo os moldes regulamentados por lei, cada curral mede, em média, 3,30 metros quadrados. Vão à bordo dois médicos veterinários, um vaqueiro e o restante da tripulação.
A alimentação é uma das principais preocupações, principalmente com relação às exportações para a Turquia, já que o gado deve chegar vivo e saudável. “Esses animais entram em uma linha de continuidade e normalmente ganham peso a bordo do navio, o que agrega valor à carga nacional”, ressaltou Bertotti.
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Na operação acompanhada pela reportagem, foram embarcados 547 toneladas de alimento próprio para o gado, incluindo ração e concentrado; 800 toneladas de água, mais uma máquina dessalinizadora, com capacidade para produzir 180 toneladas por dia.
O estoque de alimentos é monitorado, mas, se houver necessidade por excesso de consumo, já estão planejados, antes da partida, paradas em entrepostos para reabastecimento, normalmente situados na Espanha. De acordo com as regras exigidas pelos turcos, o animal deve chegar ao destino final pesando até 300 quilos e seu destino é a criação de cria, recria e engorda.