Vídeo impressionante de vaca com tumor nos olhos viraliza; conhece a doença?

Recentemente, um vídeo de uma vaca com um grande tumor nos olhos chamou atenção, revelando a presença da Leucose Enzoótica Bovina (LEB), uma doença viral crônica sem cura conhecida. Este caso destaca a importância de entender melhor as doenças que afetam o gado e implementar medidas eficazes para seu controle e prevenção; veja vídeo

Recentemente, um vídeo comovente de uma vaca com um grande tumor nos olhos capturou a atenção nas redes sociais, destacando a presença da Leucose Enzoótica Bovina (LEB). Esta doença viral crônica, que não possui cura conhecida, representa um desafio significativo para a pecuária global. Através desse caso, não apenas se evidencia a necessidade urgente de compreender melhor as condições de saúde que afetam bovinos, mas também a importância de implementar estratégias eficazes para o controle e a prevenção de doenças dentro dos rebanhos.

Neste artigo, exploraremos mais profundamente a LEB, abordando suas características, formas de transmissão e as medidas cruciais para mitigar seus impactos. Compreender a natureza desta enfermidade é fundamental não apenas para proteger a saúde animal, mas também para garantir a sustentabilidade e a produtividade das operações pecuárias em todo o mundo.

O que é a LEB?

Fonte: Panziera et al

A Leucose Enzoótica Bovina (LEB) é uma doença viral crônica que afeta principalmente bovinos e é causada pelo vírus da leucemia bovina (BLV), pertencente à família Retroviridae. Esta infecção se caracteriza pela proliferação anormal de linfócitos, que são um tipo de célula sanguínea fundamental para o sistema imunológico. A doença se manifesta de forma lenta e progressiva, podendo levar anos para que os sinais clínicos se tornem evidentes (veja o VÍDEO ao final), o que dificulta a sua detecção precoce e controle eficaz.

A transmissão ocorre principalmente através do contato com sangue ou outros fluidos corporais infectados. As principais vias de transmissão incluem o uso de agulhas contaminadas, equipamentos de manejo, insetos hematófagos, e até mesmo o contato direto entre os animais, como durante a ordenha ou o parto. A transmissão vertical, de mãe para filho, também pode ocorrer, especialmente através do colostro ou do leite infectado. Embora a LEB não seja considerada zoonótica, ou seja, não afeta humanos, ela representa um sério problema para a saúde animal e a produtividade do rebanho.

Os sintomas variam conforme a progressão da doença, mas frequentemente incluem linfadenopatia (inchaço dos linfonodos), perda de peso, diminuição da produção de leite, febre intermitente, e fraqueza geral. Em estágios mais avançados, podem ocorrer linfossarcomas, que são tumores malignos nos linfócitos, afetando diversos órgãos internos e levando à morte do animal. Devido ao seu impacto significativo na saúde dos animais e nas economias agrícolas, é crucial que os pecuaristas adotem medidas de controle e prevenção, como a testagem regular do rebanho, a separação de animais infectados e a adoção de boas práticas de manejo para minimizar a disseminação do vírus.

Controle e prevenção

Foto: Universidade de Lisboa

O controle e prevenção da Leucose Enzoótica Bovina (LEB) são fundamentais para mitigar o impacto da doença na saúde dos rebanhos e na produtividade agropecuária. Uma das principais estratégias de controle é a testagem regular dos animais para identificar a presença do vírus da leucemia bovina (BLV). Testes sorológicos, como ELISA, são amplamente utilizados para detectar anticorpos contra o BLV no sangue. Rebanhos que testam positivo devem ser gerenciados cuidadosamente, separando os animais infectados dos não infectados para evitar a disseminação do vírus.

Além da testagem regular, a adoção de boas práticas de manejo é crucial para prevenir a transmissão da BLV. Isso inclui o uso de agulhas e instrumentos veterinários descartáveis ou devidamente esterilizados, evitando o compartilhamento de equipamentos entre animais sem a devida desinfecção. É importante também controlar a população de insetos hematófagos, como moscas e carrapatos, que podem atuar como vetores mecânicos do vírus. Durante procedimentos como partos e ordenhas, medidas higiênicas rigorosas devem ser implementadas para minimizar o risco de transmissão.

A educação e conscientização dos pecuaristas e trabalhadores rurais sobre o vírus e suas formas de transmissão também são essenciais. Programas de extensão rural e treinamentos específicos podem ajudar a disseminar informações sobre práticas seguras e efetivas de controle e prevenção. Em alguns países, a certificação de rebanhos livres de BLV tem sido incentivada, proporcionando vantagens comerciais e sanitárias aos produtores que mantêm seus rebanhos livres da doença. Essas medidas, combinadas com um monitoramento contínuo, são essenciais para reduzir a prevalência da LEB e proteger a saúde dos rebanhos bovinos.

Uma doença sem cura

Figura 1. Leucose esporádica multicêntrica juvenil em uma bezerra de 35 dias de idade, no município de Santa Izabel, Estado do Pará, Brasil. A. Animal apático e com aumento de linfonodos. B. Detalhe do aumento do linfonodo protídeo. C. Linfonodos mesentéricos aumentados de volume. D. Linfonodos visivelmente aumentados de tamanho e com a superfície de corte ora avermelhada sem distinção entre a medular e a cortical, ora branco-amareladas intercaladas com outras vermelhas.

Infelizmente, não existe um tratamento específico ou curativo para a Leucose Enzoótica Bovina (LEB), pois a doença é causada por um vírus que, uma vez contraído, permanece no organismo do animal infectado. O manejo de animais infectados concentra-se em práticas de controle para evitar a disseminação do vírus dentro do rebanho. Bovinos diagnosticados com LEB devem ser isolados para minimizar o risco de transmissão a animais não infectados. Em alguns casos, os produtores optam por remover permanentemente os animais infectados do rebanho, embora isso possa não ser viável economicamente para todos.

Além das medidas de controle e isolamento, é fundamental manter um ambiente sanitário rigoroso e adotar práticas de manejo que reduzam o estresse dos animais, pois o estresse pode comprometer o sistema imunológico e agravar a condição dos bovinos infectados. Manter uma boa nutrição e um programa de vacinação atualizado para outras doenças pode ajudar a melhorar a saúde geral do rebanho, embora não previna ou trate a LEB especificamente. A vigilância contínua e a implementação de programas de controle sanitário são essenciais para gerenciar a doença e proteger a produtividade e o bem-estar do rebanho a longo prazo.

Importância da atenção ao rebanho

Estar atento ao rebanho e às possíveis enfermidades dos animais é essencial para a saúde e o sucesso na pecuária. A vigilância constante permite identificar precocemente sinais de doenças, como mudanças no comportamento, perda de peso ou alterações na produção de leite, possibilitando intervenções rápidas e eficazes. Isso não apenas minimiza o impacto econômico de surtos, como também preserva a qualidade dos produtos e a reputação da fazenda.

Além de garantir o bem-estar dos animais, a atenção aos bovinos fortalece a segurança alimentar, assegurando que os produtos provenientes da pecuária atendam aos padrões de qualidade e sanidade exigidos pelos consumidores e regulamentações. Investir em monitoramento regular e capacitação em saúde animal não só protege o investimento dos produtores, como também contribui para a sustentabilidade e competitividade do negócio no mercado pecuário.

Confira abaixo o vídeo que viralizou:

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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