O fazendeiro que filma a situação, explica no vídeo como que a propriedade acabou chegando a tal situação; Vídeo é forte e causa grande tristeza para o setor!
O cenário atual no país é de grande preocupação com o avanço do que os analistas consideram como sendo a pior estiagem dos últimos 90 anos, além disso, ela está deixando um rastro de destruição e cinzas em todos os biomas brasileiros. No vídeo abaixo, onde o pecuarista lamenta a situação da crise hídrica no Pantanal, é possível ver o gado que morre de sede e se arrisca para tentar sobreviver!
É preciso salientar que, assim como dito no vídeo, o Pantanal é um ciclo, ele enche, ele seca, só que nunca tinha-se visto uma seca desse jeito. No Centro-Oeste, a região pantaneira enfrenta o agravamento da maior seca em mais de 50 anos, com a morte de animais por sede e outros que buscam se arriscar para hidratar e tentar se alimentar.
A seca no Pantanal continua colocando em xeque a pecuária local. Dessa vez, um peão registrou um lote de gado bebendo a pouca água que resta na fazenda num açude tomado por jacarés.
Um vídeo que está rodando na internet tem chamado a atenção dos produtores para um problema comum no Brasil, a crise hídrica. Gravado por um vaqueiro em uma propriedade do Pantanal não revelada pelo autor, o registro é de um lote de gado bebendo água suja num açude quase seco tomado por jacarés, répteis comuns no bioma que é a maior área alagável do planeta.
Infelizmente, como divulgado durante todo o ano, principalmente com o avanço da crise hídrica e as queimadas pelo país, a estiagem prolongada tem sido cada vez mais comum no planeta e no Brasil todas as regiões sofrem com a situação.
Dá para ouvir a preocupação do peão com a situação, rebanho se amontoando junto a uma poça de água, lotada de jacarés, para tentar se hidratar, enquanto isso, segundo os relatos da região, outros animais morrem com falta de alimentos e água adequada para consumo. Ele diz que nunca tinha visto algo assim e que a culpa era realmente da seca que atingiu a fazenda.
Este vídeo também chamou a atenção dos fazendeiros e consultores da pecuária brasileira, diante de um assunto que é de suma importância para o sucesso da atividade, a água servida para bovinos de produção.
Água e a sanidade do rebanho
O primeiro ponto, que devemos chamar a atenção, em relação a qualidade da água, está relacionado aos impactos diretos da qualidade da água na saúde dos animais. Fontes de água contaminadas, principalmente em açudes, cacimbas ou mesmo em bebedores sem manutenção e que contém água provinda de fontes não adequadas, representam sérios riscos à saúde dos animais, e consequentemente impacto negativo na produção.
Diarreia, eimeriose, leptospirose, botulismo, verminoses são algumas das doenças que podem afetar diretamente a saúde do animal. Doenças como o botulismo podem causar grandes prejuízos, levando ao um surto e morte de muitos animais de maneira instantânea em uma propriedade. Doença como a leptospirose pode causar prejuízos incalculáveis durante uma estação de monta, aumentando abortos e reduzindo a taxa de prenhez.
Pensando ainda em prejuízos diretos à saúde dos animais, os bezerros também são diretamente impactados, início de suas vidas, ao contrário do que muitos pensam, a disponibilidade de uma fonte de água de qualidade é fundamental para o desenvolvimento dos bezerros. Casos de diarreia não são incomuns em fazenda que o acesso dos bezerros à água está muito aquém do desejável, aumentando a mortalidade dessa categoria.
Dependendo da temperatura e da dieta utilizada, um bovino consome em média 5 litros de água, por quilo de matérias seca (MS) ingerida, frequentando em média a fonte de água quatro vezes ao dia em sistema de pastejo.
Além dos impactos já supracitados, que influenciam direta e imediatamente a saúde dos animais, um ponto se destaca e requer bastante atenção é o desempenho dos animais. Citamos que o consumo de matéria seca é diretamente proporcional ao consumo de água pelos animais.
- Projeto autoriza uso do fungicida carbendazim em defensivos agrícolas
- Yara anuncia vencedores do Concurso NossoCafé 2024
- Estudo apresenta 5 recomendações globais para o Brasil cortar emissões
- Atenção: pecuaristas devem atualizar cadastro de rebanhos na Iagro até o dia 30 de novembro
- Florestas restauradas aumentam produtividade de soja em até 10 sacas por hectare
Limitações ao acesso da água, como barreiras físicas, estreitamento dos trilheiros na chegada às fontes de água, baixa disponibilidade de água e principalmente, água de má qualidade, irão impactar diretamente no consumo de MS pelos animais.
Assim, tanto cheias como escassez de água ocasionam sérios danos no campo. As cheias podem causar perdas nas lavouras com o excesso de chuvas e pouca janela de plantio para a Agricultura. Já a escassez, que estamos exatamente passando agora, pode gerar grandes perdas de produtividade nas lavouras e grandes prejuízos para os produtores, pois a diminuição de oferta de pastagens e grãos podem comprometer as criações de bovinos, suínos, aves e todos os animais da cadeia pecuária.