Você já imaginou realizar o transporte de animais em um caminhão gigante que tem a capacidade transportar mais de 330 cabeças de gado por vez? Isso é realidade na pecuária moderna. Confira abaixo!
A criação dos Road Trains modernos é atribuída ao australiano Kurt Johansson que ousou construir um veículo capaz de transportar cinco vezes mais gado do que era possível até aquele momento. Os maiores caminhões do mundo, os road trains ou rodotrens, são característicos da Austrália, apesar de serem utilizados também em outros países. Os primeiros trens rodoviários surgiram em alguns países da Europa e Austrália, ainda no fim do século XIX e início do século XX.
Um trem rodoviário é um caminhão com muitos reboques com carga atrás dele. A combinação total de caminhão + reboque pode ser de até 53,5 metros, ou até mais se conduzido em propriedade particular. Quando um trem rodoviário está totalmente carregado, pode pesar até 200 toneladas.
A Austrália apresenta características geográficas próprias, como o seu Outback, que é como sua região interna desértica é conhecida. Apesar de a agricultura ser praticamente inexistente, a região possui uma imensa riqueza através das enormes reservas de minérios de ferro, alumínio, urânio, e em menor extensão de ouro, chumbo, níquel e zinco.
Com isto surgiram por lá os Road Trains, gigantescos comboios rodoviários especializados no transporte, em primeira linha, de minerais das minas para os portos; eles também transportam combustíveis, gado, etc. A história moderna destes gigantes começou com o transporte de gado.
Quando o assunto é tamanho do território, a Austrália ocupa o sexto maior lugar no ranking mundial e, assim como o Brasil, é um dos grandes produtores de gado. Para garantir um transporte eficiente e rápido dos animais de produção, dentre outros insumos, já se autorizado a utilização dos chamados roadtrains, capazes de rodar distâncias de milhares de quilômetros.
Segundo os registros históricos, foi a pouco tempo, ainda na década de 90, que o avanço das exportações na cadeia da pecuária de corte, trouxe um gargalo: a necessidade de transportar um maior volume de animais em menor tempo. Ressaltando que, os caminhões da época carregavam cerca de 200 cabeças apenas.
O responsável pela mudança na forma de transportar os bovinos veio do conhecido, John Leeds, que teve a brilhante ideia de utilizar mais uma carreta acoplada ao comboio, totalizando então um conjunto de quatro unidades de transporte. Para recordar, o “inovador” projeto, ainda estava dentro das leis que, segundo pesquisas, permite a rodagem de conjuntos que tem até 53,5 metros de comprimento.
Ainda durante a década de 90, ele conseguiu realizar o engate com uma quarta carreta, todas de dois andares, respeitando a lei de segurança e bem-estar animal, porém o tamanho ficou em 55 metros. O Departamento de Estradas de Western Australia não deu a licença necessária para o veículo, e 1,5 metro precisavam ser removidos.
Para isso, ao invés do uso de quatro carretas com dollyes, foi usada uma carreta com quinta roda, semelhante à dos bitrens usados no Brasil.
Pasmem meus companheiros, o gigante boiadeiro, totalizando 8 andares de gado em 53,5 metros, a cada três viagens ao porto de Port Hedland eram suficientes para entrega de 1.000 cabeças, ou seja, eram transportados mais de 330 bois por viagem.
Quem dirige uma carreta ou, até mesmo, já viu grandes caminhões sendo manobrados sabe da dificuldade que é quanto se trabalha com carretas de grande comprimento. Foi justamente um dos pontos negativos encontrados nos RoadTrains, já que o conjunto operava com mais de 70 pneus/rodas e cerca de 19 eixos, totalizando uma carga de 140 toneladas.
Veja como é, dentro e fora, do maior caminhão boiadeiro do mundo:
O veículo transportava cinco vezes mais gado do que era possível até aquele momento e teve vários sucessores.
Curiosidade: A Austrália possui estradas tão longas que usam placas com jogo de perguntas para manter os motoristas acordados, um trecho, entre as cidades de Balladonia e Caiguna tem 144KM sem uma única curva sequer.
Produção pecuária na Austrália
Características da produção Segundo o Departamento de Agricultura Água e Recursos Naturais da Austrália a bovinocultura de corte é uma parte importante da economia rural. Da área agricultável, 75% está destinada à pecuária de corte, sendo o Norte e o Sul do país as principais regiões produtoras.
- China: importação de milho e trigo cai, enquanto cresce a de soja
- Rodovias têm melhor nível histórico, diz governo, mas CNT aponta dados divergentes
- São Paulo criará fundo de defesa estadual de sanidade animal, diz governador
- Ele foi eleito o Melhor Bife do Mundo e surpreendeu os brasileiros
- Ampliação da área irrigada no Brasil pode gerar R$ 37,1 bilhões a mais no PIB
As propriedades do Norte da Austrália são geralmente maiores e mais especializadas e, ao longo dos anos, conseguiram margens relativamente melhores comparadas às fazendas do sul. Além disso, a região sul sofre mais com variações climáticas e é mais sensível a seca, o que acarreta em maiores gastos com alimentação animal nas fazendas.
Brasil
Curiosamente no Brasil, em especial para o transporte de cana de açúcar, já foram flagrados comboios de até 10 reboques (130 m) trafegando em estrada pública de duas pistas no Mato Grosso com uma simples placa dizendo: “VEÍCULO LONGO”, confira no VÍDEO: