Vale ressaltar que não se trata de doença infectocontagiosa, mas sim de uma intoxicação alimentar. Confira abaixo os detalhes e situação serve como alerta!
O botulismo bovino é uma doença causada pela bactéria Clostridium botulinum, que libera a toxina botulínica no corpo do ser vivo afetado. Uma das maiores fontes de contaminação por meio de bolor ou mofo na ração animal, ou melhor, mais especificamente na silagem de milho em grãos. O prejuízo dessa fazenda serve de alerta!
Um dos maiores acidentes, envolvendo a doença, foi registrada pela A Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul (Iagro) que investigou e confirmou a morte de 1,6 mil cabeças de gado no confinamento no município de Ribas do Rio Pardo, a cerca de 40 quilômetros de Campo Grande.
A suspeita, com análise prévia foi a de intoxicação por toxina botulínica, que teria ocorrido quando os animais ingeriram silagem úmida de milho, que estava embolorada. A doença causa a morte dos animais e grande prejuízo ao pecuarista.
Segundo estimado, foram intoxicados cerca de 1.600 animais que estavam em estágio avançado de terminação. Trazendo para valores atuais de mercado, esse prejuízo seria de cerca de R$ 10 milhões!
É importante esclarecer que é uma doença infecto-contagiosa e que não é transmissível de animal para animal, nem para o ser humano. É como uma intoxicação alimentar comum. Neste caso, contudo, a intoxicação é severa, levando rapidamente o animal à morte. Em seres humanos, a intoxicação por botulismo também ocorre por meio de alimentos e pode levar a óbito.
Essa doença pode apresentar-se de duas formas: o “botulismo esporádico” (quando há a ingestão de alimento contaminado, podendo ser a silagem ou a água), ou o “botulismo endêmico” (que ocorre de forma mais constante nas propriedades, como consequência da baixa ou nenhuma mineralização, da falta de correção do solo, e da carência de nutrientes na dieta).
Imagens do rebanho morto por causa do botulismo e tamanho do prejuízo:
Botulismo: sintomas
O botulismo ataca o sistema nervoso do animal provocando paralisia motora e o período de incubação é de uma semana a oito dias. A gravidade da doença está diretamente ligada à quantidade de toxinas que o animal ingeriu e pode ser dividia em quatro graus: Super aguda, Aguda, Subaguda e Crônica
Quando há infecção, o animal tem a chamada paralisia flácida e, posteriormente, paralisia dos membros, além de dificuldade para engolir. A seguir, acontece a parada respiratória e a morte.
Tratamento
Quando (o botulismo) está presente, com toda a sintomatologia, é difícil tratar. Dependendo da quantidade de toxina ingerida, o quadro evolui mais rápido, é mais agudo. Acontece logo a paralisia respiratória e ele morre. Quando o animal ingeriu menos toxinas, tem que dar um tratamento de suporte, principalmente para a deglutição porque ele não se alimenta, nem bebe. É difícil salvar.
Prevenção
Como mecanismo de controle, é importantíssimo vacinar todo o rebanho. A primeira dose dessa vacinação deve acontecer a partir dos 12 meses de idade. Mas quando se identifica o risco de botulismo em bezerros, essa vacinação pode ser feita antes deste período.
Após essa primeira dose, é fundamental revacinar os animais anualmente. Assim, há a garantia que haja anticorpos circulantes na corrente sanguínea dos animais. Dessa forma, quando a toxina botulínica cair na circulação sanguínea, é possível garantir a neutralização da mesma pelo sistema de defesa do animal. Por isso, manter a vacinação é a principal estratégia de controle dessa doença.
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Além disso, outras medidas de controle são recomendadas, como:
- Cautela com fonte de alimentos contaminados;
- Realizar suplementação mineral adequada;
- Corrigir o solo corretamente;
- Abolir o uso da cama de frango, já proibida no país;
- Controlar o acesso dos animais a fontes de água estagnada;
- Retirar carcaças expostas.
Confira o vídeo abaixo com as imagens e que sirva de alerta para os produtores que vão começar a fornecer o alimento do cocho diante da chegada do período seco do ano!