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Doença silenciosa, a raiva bovina pode levar até dois meses para se manifestar; Enfermidade nos animais é fatal e prevenção está ligada a vacinação anual.
Em um primeiro momento podem até parecer fortes, mas as imagens gravadas em uma propriedade rural em Colônia Barreiros, em Cascavel, é uma forma de orientar os produtores a observar os sintomas de um animal atacado por um morcego hematófago e infectado pela raiva bovina. Confira abaixo!
A raiva é uma doença viral, transmitida no Brasil pelo morcego da espécie hematófago, comumente encontrado em áreas escuras e de mata. Provoca inflamação e, uma vez que atinge o sistema nervoso central, é fatal. No caso dos bovinos, pode levar de 30 a 60 dias para os sintomas se manifestarem no animal.
Conforme a unidade da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná) em Cascavel, os principais sintomas do animal mordido são: andar cambaleante, paralisia, sialorreia (produção excessiva de saliva) e opistótono (estado de distensão e espasticidade grave, no qual a cabeça, pescoço e coluna vertebral de um indivíduo formam uma posição em arco côncavo para trás).
O vídeo abaixo retrata e mostra a forma como o animal fica após o ataque de um morcego e a manifestação dos sintomas da doença. Muitos pecuaristas ainda acham que o protocolo de vacinação é um “custo”, mas o caso é de saúde pública e representa um grande risco ao setor da pecuária nacional.
A Raiva é considerada uma das doenças infecciosas mais importantes em todo o mundo, dadas as consequências que provoca para a saúde humana, animal e para a economia global. Do ponto de vista de doença, sua principal característica é o fato de ser praticamente 100% letal. Ou seja, tanto animais quanto seres humanos que desenvolvem a doença, o destino final é o óbito, após um período de evolução clínica de até 10 dias, no caso dos animais.
Diante de todos esses aspectos, é muito importante que o produtor rural, sobretudo o pecuarista, procure se informar sobre essa doença e, principalmente, adote as medidas de controle e prevenção da Raiva dos herbívoros. Para que se entenda quais são as medidas de controle e prevenção da Raiva, é preciso antes entender um pouco das características de permanência e disseminação do vírus entre esses animais domésticos. A Raiva dos herbívoros é caracterizada por três aspectos principais. O primeiro deles é a variante genética do vírus rábico que normalmente infecta os herbívoros. O segundo é a fonte, ou origem, dessa variante. E o terceiro característica diz respeito a forma com que essa variante viral chega até eles.
Quais são os sintomas da raiva bovina?
Os principais sintomas de raiva em bovinos são:
- Perda de apetite, inquietação e mudança de hábitos;
- Andar cambaleante;
- Salivação intensa;
- Fezes secas e escuras;
- Podem ficar ocasionalmente agressivos.
Quando vacinar o gado para a raiva?
Primeiramente, o veterinário deverá avaliar se a propriedade assistida está em região classificada pelo Mapa como região de médio ou alto risco para Raiva dos herbívoros. De antemão, é interessante registrar que praticamente todos os estados com grandes rebanhos bovinos no Brasil se encontram nesse tipo de classificação.
Após isso a vacinação antirrábica de bovinos, equídeos e pequenos ruminantes, deve ser implementada. Só devem ser utilizadas vacinas registradas no Mapa para este fim. Todos os herbívoros da propriedade (bovinos, equídeos e pequenos ruminantes) devem receber a primeira dose da vacina entre os quatro e cinco meses de vida.
A raiva é um doença fatal também para os seres humanos. Desta forma, o produtor e seus funcionários devem evitar o contato com a saliva de herbívoros com sinais de doença nervosa, pois no Brasil existe uma grande chance de a causa dessa doença ser o vírus da Raiva.
Pelo mesmo motivo, não devem fazer tentativas de necropsia e, principalmente, não devem manipular o cérebro e tecidos anexos. O material será enviado para diagnóstico confirmatório em laboratórios oficiais.
Não há custo para o produtor em relação ao trabalho do laboratório, porém poderá haver custos para o envio das amostras, dependendo do local da propriedade. É recomendável consultar a secretaria regional do órgão de DSAV mais próxima da propriedade, pois ela tem os contatos com os laboratórios oficiais.
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Transmissão para humanos
A médica veterinária do setor de Controle de Zoonoses da Prefeitura de Cascavel, Paula Lis, lembra que é a raiva é transmitida pela saliva dos animais infectados. “As pessoas precisam de muito cuidado para manipular esses animais e se necessário, fazer a prevenção utilizando luvas, para que a saliva não entre em contato com a mãos, principalmente se elas tiveram lesionadas, facilitando a contaminação pelo vírus”.
Outra orientação importante: pessoas que tiveram contato com esses animais devem procurar a unidade de saúde mais próxima ou conversar com seu médico, no sentido de avaliar o caso e se necessário, realizar o protocolo de imunização antirrábico.