Verão à vista: o que esperar das chuvas? Confira as previsões

Mais de 70% das áreas oceânicas do planeta apresentam temperaturas acima da média, impactando o regime de chuvas no Brasil

O verão de 2024/2025 terá início oficialmente no dia 21 de dezembro, às 6h21, e se estenderá até 20 de março de 2025, às 6h02. De acordo com o Instituto Climatempo, este período não será influenciado pelo fenômeno El Niño. Na temporada passada, esse fenômeno contribuiu significativamente para o aquecimento da atmosfera global, intensificando ondas de calor e eventos climáticos extremos no Brasil.

O impacto do pacífico equatorial no clima brasileiro

Apesar de os oceanos ao redor do mundo continuarem apresentando temperaturas elevadas, há indícios de resfriamento no Pacífico Equatorial, próximo à costa do Peru. Contudo, esse resfriamento não será suficiente para configurar um episódio de La Niña. Esse comportamento do oceano desempenhará um papel importante no padrão climático do Brasil durante o verão.

A redução nas temperaturas do Pacífico Equatorial pode favorecer a formação de corredores de umidade que conectam as regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste do país. Esse padrão climático tende a influenciar diretamente a distribuição de chuvas e as condições de temperatura ao longo da estação.

Previsão de chuvas no verão 2024/2025

Durante o verão de 2024/2025, as chuvas mais intensas e regulares estão previstas para as regiões Sudeste, Centro-Oeste, grande parte do Norte e algumas áreas do Nordeste. Em contrapartida, a Região Sul deve enfrentar um padrão de precipitação mais irregular, com períodos prolongados de tempo seco intercalados por episódios isolados de chuva.

Temperaturas ao longo da estação

Embora não sejam esperadas ondas de calor de grande extensão, como as registradas no verão anterior, algumas regiões do país podem enfrentar temperaturas acima da média. No Sul, especialmente no Rio Grande do Sul, a previsão indica uma tendência de aquecimento significativo. Já no Norte, é provável que ocorram períodos de calor intenso, apesar de não serem tão prolongados quanto os do verão passado.

Expectativas climáticas para o verão 2024/2025

A maior presença de nebulosidade e o aumento nas chuvas previstas para este verão devem reduzir os períodos de calor extremo nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, ao contrário do que ocorreu na temporada anterior.

Frentes frias e formação da ZCAS

O comportamento das temperaturas na superfície do Atlântico Sul favorece o avanço de frentes frias pela costa das regiões Sul e Sudeste. Essas frentes desempenham um papel importante ao canalizar a umidade da região Norte para o Centro-Oeste e Sudeste, intensificando a formação de áreas instáveis. Há chances de configuração da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), fenômeno que reforça os volumes de chuva nessas áreas.

Zona de Convergência Intertropical (ZCIT)

Para o verão de 2025, o Instituto Climatempo prevê um atraso na chegada da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) à costa norte do Brasil. Isso se deve ao desequilíbrio térmico entre o Atlântico Tropical Norte, que está mais aquecido, e o Atlântico Tropical Sul, o que dificulta a aproximação da ZCIT. Nessas condições, as áreas de instabilidade tendem a se formar nas regiões oceânicas com águas mais quentes.

Durante os meses de verão e outono no Hemisfério Sul, a ZCIT é o principal sistema responsável por chuvas significativas no Nordeste e em partes do Norte do Brasil. A sua influência será observada com maior intensidade apenas quando as condições oceânicas permitirem sua aproximação.

Verão 2025: o impacto dos oceanos no clima do Brasil

O verão de 2025 no Hemisfério Sul será fortemente influenciado por temperaturas oceânicas elevadas, um padrão global que persiste desde a temporada anterior. Embora a maioria dos oceanos registre anomalias positivas, a porção central e leste do Pacífico Equatorial, próxima à costa do Peru, apresenta ligeiro resfriamento, que terá um papel moderado na intensificação das chuvas sobre o Brasil.

Eventos climáticos mensais devem atuar como fatores adicionais, promovendo variações regionais nos padrões de precipitação ao longo da estação.

Panorama regional: o que esperar em cada região do Brasil

Região Sul

A região Sul terá características climáticas distintas. Enquanto o oeste de RS, SC e PR estará suscetível a ondas de calor intensas, áreas litorâneas de SC e PR tendem a experimentar temperaturas mais amenas, dentro da média. Porto Alegre pode enfrentar picos de calor significativos.

As chuvas serão irregulares em janeiro, mas fevereiro deve trazer volumes mais expressivos, com pancadas frequentes, embora localizadas. As frentes frias atravessarão rapidamente a região, limitando episódios prolongados de precipitação.

Região Sudeste

O verão será marcado por alternância entre períodos chuvosos e semanas com pancadas de chuva típicas da estação, intercaladas por momentos de calor. As temperaturas devem permanecer próximas ou abaixo da média em áreas como o litoral paulista, Rio de Janeiro, Espírito Santo e partes do sul e leste de Minas Gerais.

Com o avanço regular de frentes frias pela costa, os corredores de umidade estarão mais ativos, favorecendo a formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). A previsão é de um verão mais úmido do que em 2023/2024, o que ajudará a moderar o calor na região.

Região Centro-Oeste

A expectativa é de chuvas volumosas e frequentes, especialmente em Goiás, Mato Grosso e no leste de Mato Grosso do Sul. A formação de corredores de umidade será constante, com possibilidade de ZCAS.

Embora ondas de calor intensas sejam menos prováveis, picos de temperaturas elevadas poderão ocorrer no centro-sul e oeste de Mato Grosso do Sul. A chuva acima da média será uma das principais responsáveis por manter as temperaturas dentro de padrões mais amenos na região.

Região Nordeste

O início do verão será marcado por irregularidade nas chuvas, particularmente nos estados do MA, TO, PI e BA, resultando em temperaturas mais altas. No entanto, com a atuação de corredores de umidade, muitas áreas do Nordeste devem registrar volumes de chuva superiores à média.

A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) deve se deslocar tardiamente para o litoral norte, mas a partir da segunda quinzena de janeiro, sua presença deverá intensificar as chuvas regulares. Ainda assim, estados como Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco poderão enfrentar calor intenso, especialmente em áreas próximas ao litoral.

Região Norte

O Norte do país terá um verão abafado, com temperaturas geralmente acima da média. A formação de corredores de umidade será recorrente, possibilitando eventos associados à ZCAS.

Embora o volume de chuva fique ligeiramente abaixo da média, sua frequência será suficiente para promover uma recuperação gradual dos rios da região, afastando cenários críticos de seca.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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