Vem aí a La Niña: veja como ela afetará o clima no Brasil

De acordo com informações técnicas emitidas pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), há uma probabilidade de 90% de que a La Niña substitua o fenômeno a partir de julho, afetando também o Brasil; veja

Após um período de intensa manifestação do El Niño, com consequências climáticas significativas em todo o mundo durante o segundo semestre de 2023 e o início de 2024, os olhares agora se voltam para a possível chegada da La Niña. De acordo com informações técnicas emitidas pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), há uma probabilidade de 90% de que a La Niña substitua o fenômeno a partir de julho, afetando também o Brasil.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) comunicou que, embora atualmente o El Niño esteja classificado como forte, sua intensidade deve diminuir nos próximos meses, tornando-se moderada a fraca, com a possibilidade de formação da La Niña no segundo semestre. Essa previsão coincide com as indicações anteriores da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos, que apontaram para o enfraquecimento do El Niño até um estado neutro entre abril e junho, seguido pela chegada da La Niña a partir de junho.

O que é La Niña?

Enquanto o El Niño é caracterizado pelo aquecimento das águas do Pacífico, a La Niña refere-se ao resfriamento da porção equatorial central desse oceano. Embora distintos, ambos os fenômenos exercem influência sobre o clima global.

Durante a La Niña, os ventos alísios são fortalecidos, deslocando massas de ar quente e úmido em direção a regiões de baixa pressão atmosférica ao longo da região equatorial da Terra. Isso resulta no deslocamento das águas quentes em direção à Ásia e no resfriamento das águas superficiais do Pacífico. Essas mudanças nas temperaturas do oceano afetam os padrões de chuva tropical, estendendo-se da Indonésia até a costa oeste da América do Sul.

Em média, os eventos de La Niña ocorrem a cada 3 a 5 anos, embora às vezes possam ocorrer em anos consecutivos, como é o caso desta vez. O fenômeno anterior começou em 2020 e se neutralizou em meados de 2023, pouco antes do surgimento do El Niño.

Impactos no Brasil

No Brasil, a chegada da La Niña tende a aumentar a quantidade de chuvas na região Norte do país, especialmente na Amazônia, levando a inundações e ao aumento do fluxo dos rios. Segundo previsões do Cemaden, os estados de Minas Gerais, Bahia e Amapá podem ser particularmente afetados por intensas chuvas entre setembro e novembro. O verão de 2024 e o início de 2025 também podem testemunhar as consequências dessas precipitações na região Norte.

Por outro lado, o Sul do Brasil tende a enfrentar períodos de seca induzidos pelo fenômeno, o que pode prejudicar as plantações, especialmente durante os meses de primavera (setembro, outubro e novembro de 2024).

Além disso, a La Niña traz consigo frentes frias intensas e prolongadas, resultando em uma queda nas temperaturas, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, após uma sequência de ondas de calor influenciadas pelo El Niño. No entanto, é importante ressaltar que os padrões climáticos podem se manifestar de maneira anormal em algumas partes do país, com previsões de queda de temperatura no Nordeste durante o verão, ao mesmo tempo em que se espera um aumento das temperaturas no Sudeste.

Os especialistas alertam que cada evento de La Niña é único e, portanto, é difícil prever com precisão sua intensidade e os impactos específicos que trará. Portanto, embora seja possível antecipar sua chegada, ainda há incertezas sobre seu comportamento exato e suas consequências. É fundamental que autoridades, agricultores e comunidades estejam atentos às previsões e tomem medidas adequadas para mitigar os possíveis impactos da La Niña no Brasil.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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