Veja top 4 produtos do agro mais exportados por Mato Grosso do Sul

A indústria de transformação é um dos impulsionadores desse resultado no Mato Grosso do Sul, com destaque para a fabricação de produtos alimentícios e a produção de celulose e produtos de papel, com aumento de 4,6%

Soja, celulose, carne bovina e açúcares puxaram as exportações de Mato Groso do Sul no acumulado de janeiro a setembro de 2024, totalizando US$ 7,79 bilhões. As informações estão na Carta de Conjuntura do Comércio Exterior do mês de outubro de 2024, elaborada pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação). O desempenho das vendas externa sofreu uma retração de 5,8% em comparação com o mesmo período de 2023. Já as importações somaram US$ 2,1 bilhões, marcando uma queda de 6,8%.

O destaque nas exportações continua sendo a soja, que lidera a pauta com 34,8% do valor total exportado, somando US$ 2,71 bilhões e 6,25 milhões de toneladas. A celulose segue como o segundo principal produto, com 22,7% do total exportado, atingindo US$ 1,77 bilhão. O valor exportado de celulose cresceu 62,8% em relação ao ano anterior, enquanto o volume exportado foi de 3,14 milhões de toneladas.

exportação de carne bovina - Exportações de carne bovina
Foto Divulgação

Outros produtos importantes no comércio exterior de Mato Grosso do Sul incluem a carne bovina fresca, que representou 11,3% das exportações (US$ 881,6 milhões), e os açúcares e melaços, com 7,9% do total, somando US$ 618,9 milhões.

Colheita de soja no mato grosso - valtra - caminhao - fotao top
Foto: Allan Pasquini

Nas importações, o gás natural lidera com 41,6% do total, representando US$ 874,6 milhões, apesar de uma queda de 12,8% em relação ao mesmo período de 2023. Os adubos e fertilizantes aparecem em segundo lugar, com 11,7% das importações, totalizando US$ 246,1 milhões, seguidos pelo cobre, com 7,2% e US$ 151,3 milhões.

A China segue como principal destino das exportações de Mato Grosso do Sul, absorvendo 47,4% dos produtos exportados, o que equivale a US$ 3,69 bilhões. Os Estados Unidos ficaram em segundo lugar, com 6% das exportações (US$ 470,8 milhões), e os Países Baixos (Holanda) em terceiro, com 4,7% (US$ 367,3 milhões).

Entre os terminais portuários, o Porto de Paranaguá foi o principal ponto de escoamento das exportações, especialmente a soja, respondendo por 38,6% do total, equivalente a US$ 3 bilhões e 5,55 milhões de toneladas. Pelo Porto de Santos saíram 33,4% das exportações sul-mato-grossenses, como a celulose, somando US$ 2,59 bilhões e 4,48 milhões de toneladas.

Já os portos de Corumbá, Ladário e Porto Murtinho também seguem importantes para o escoamento da produção. O porto ALF – Corumbá registrou US$ 236,6 milhões em exportações, representando 3% do total do Estado, com volume de 2,88 milhões de toneladas. O porto de Ladário movimentou US$ 61,4 milhões, correspondendo a 0,7% das exportações, e o porto de Porto Murtinho exportou US$ 48,9 milhões, com participação de 0,6% no total.

A Indústria de Transformação teve um crescimento expressivo de 20,5% em valor e 5,5% em volume exportado, enquanto a Agropecuária registrou queda significativa de 22,9% em volume, refletindo uma retração de 28,9% no valor das exportações. A Indústria Extrativa também recuou, com redução de 17,7% no valor e 39,5% no volume exportado.

Entre os municípios, Três Lagoas se destacou como o maior exportador do Estado, com 25,2% do total exportado, atingindo US$ 1,96 bilhão. Em segundo lugar está Dourados, com 9% (US$ 699,7 milhões), seguido por Campo Grande, com 4,8% (US$ 370,3 milhões). Iguatemi foi um dos municípios que registrou o maior crescimento, com aumento de 29,7% no valor exportado.

Nanofibras
Fibras e nanofibras de celulose de eucalipto, bagaço de cana e outros vegetais foram integradas à produção de poliestireno e acrílico – Foto: Marcos Santos

Indústria também cresceu

O setor industrial de Mato Grosso do Sul registrou o 6º maior crescimento do país, conforme aponta a Carta de Conjuntura da indústria, publicado pela Semadesc. No mês de agosto de 2024, a produção industrial do Estado registrou um aumento de 4,2% em comparação ao mesmo período de 2023. Esse desempenho foi superior à média nacional, que foi de 3,2%, na mesma comparação.

A indústria de transformação foi um dos impulsionadores desse resultado, com destaque para a fabricação de produtos alimentícios, que cresceu 7,4% no acumulado do ano, e a produção de celulose e produtos de papel, com aumento de 4,6%. Ainda no setor de transformação, a fabricação de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis também apresentou números expressivos, com crescimento de 5,9% no acumulado de 2024 e de 10,9% nos últimos 12 meses. Por outro lado, as indústrias extrativas enfrentaram queda de 29,2% no acumulado do ano e de 23,9% em 12 meses.

Exportações impulsionam crescimento

Além do crescimento interno, o relatório destaca o desempenho positivo das exportações da indústria de Mato Grosso do Sul. No acumulado de janeiro a agosto de 2024, o valor exportado da indústria de transformação aumentou 20,49% em relação ao mesmo período do ano anterior. Produtos como celulose, carne bovina fresca ou refrigerada, farelos de soja, açúcares e gorduras vegetais lideraram as exportações sul-mato-grossenses. A indústria extrativa, apesar da queda na produção, também obteve resultado favorável nas vendas externas, com um crescimento de 17,67% no valor exportado, impulsionado pelo minério de ferro e seus concentrados.

Os dados de agosto reforçam o posicionamento de Mato Grosso do Sul no cenário industrial brasileiro, especialmente com a contribuição das indústrias de transformação e o desempenho nas exportações. Com seis grandes plantas industriais, algumas já em atividade e outras em fase de instalação no Estado, nos consolidamos como o Vale da Celulose. Seguimos com a estratégia de produção multiproteína, atraindo investimentos na avicultura, suinocultura e piscicultura. A tendência é que o setor de transformação continue a liderar esse crescimento no Estado, especialmente em áreas como alimentos e biocombustíveis, que têm mostrado maior dinamismo tanto no mercado interno quanto externo”, avalia o secretário Jaime Verruck, da Semadesc.

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