Você sabe quanto pode ganhar por cabeça produzindo um gadão superprecoce? Descubra os benefícios financeiros e a lucratividade dessa estratégia inovadora na pecuária moderna. Continue lendo para transformar sua fazenda e maximizar seus lucros.
A produção de gado superprecoce tem se destacado como uma alternativa rentável e eficiente dentro da pecuária moderna. Este tipo de produção foca em obter carne de alta qualidade a partir de animais jovens, aproveitando a eficiência de conversão alimentar e o rápido ciclo de produção. Mas quanto custa produzir gado superprecoce e quais são os potenciais ganhos financeiros?
A produção de gado superprecoce envolve várias etapas e custos específicos. Edmundo Rocha Vilela, médico-veterinário e titular das Fazendas Flamboyant e Lageado, detalha em entrevista ao Giro do Boi que o custo de produção inclui a compra do animal magro, que gira em torno de R$ 700, e os custos diários de alimentação, que são aproximadamente R$ 9,50 por dia. Considerando um período de produção de seis meses, o custo total chega a aproximadamente R$ 4.400 por animal.
“Para decidir produzir gado superprecoce, o pecuarista precisa conhecer os números, calcular os custos e prever o retorno financeiro. A produção intensiva gera um giro rápido da propriedade e um maior desfrute, aumentando a produtividade“, explica Thiago Bernardino, professor de economia e gestão da Unesp de Botucatu e pesquisador do Cepea, também presente na entrevista.
Apesar dos custos elevados, a receita de venda do gado superprecoce pode ser bastante lucrativa. Segundo Edmundo Rocha Vilela, a receita de venda de cada animal pode alcançar R$ 5.000, resultando em uma margem de lucro de R$ 600 por animal. Este lucro é obtido devido à alta qualidade da carne e à demanda por animais jovens no mercado.
“Este ano, nossos bezerros estão chegando com um peso fenomenal, acima das expectativas, o que nos coloca em uma posição vantajosa para a produção superprecoce“, complementa Vilela.
Entenda melhor sobre o gado superprecoce
Um gado é considerado superprecoce quando atinge o peso de abate em um tempo significativamente menor do que o tradicional, geralmente de 15 à 18 meses de idade. Essa precocidade é resultado de uma combinação de fatores genéticos, manejo nutricional e sanitário rigorosos, além de práticas de reprodução e seleção específicas. Aqui estão os principais elementos que contribuem para a produção de gado superprecoce:
Genética e seleção
- Genética superior: Utilização de raças e linhagens geneticamente selecionadas para ganho de peso rápido e eficiência alimentar.
- Reprodução selecionada: Escolha de animais com histórico comprovado de crescimento rápido e bom rendimento de carcaça.
Nutrição adequada
- Dieta balanceada: Fornecimento de uma dieta rica em nutrientes desde a fase de cria, garantindo o desenvolvimento adequado desde cedo.
- Suplementação: Uso de suplementos vitamínicos e minerais para maximizar o ganho de peso.
- Alimentação intensiva: Sistemas de confinamento ou semi-confinamento onde os animais recebem uma alimentação controlada e de alta qualidade.
Manejo sanitário
- Controle de doenças: Programas rigorosos de vacinação e controle parasitário para garantir a saúde dos animais.
- Ambiente higienizado: Manutenção de instalações limpas e adequadas para minimizar o estresse e prevenir doenças.
Tecnologia e inovação
- Monitoramento constante: Uso de tecnologias para monitorar a saúde e o ganho de peso dos animais, ajustando a alimentação e os cuidados conforme necessário.
- Biotecnologia: Aplicação de técnicas avançadas, como inseminação artificial e transferência de embriões, para melhorar a qualidade genética do rebanho.
Estratégias de manejo
- Desmame precoce: Desmame dos bezerros em uma idade mais jovem para iniciar a alimentação intensiva mais cedo.
- Confinamento: Uso de sistemas de confinamento que permitem um controle maior sobre a dieta e o ambiente dos animais.
Benefícios da produção de gado superprecoce
A produção de gado superprecoce oferece significativos benefícios econômicos e de eficiência para os pecuaristas. Primeiramente, a principal vantagem econômica é a maior rotatividade do rebanho, permitindo a comercialização de animais em um tempo menor, o que aumenta a produtividade e o fluxo de caixa da propriedade. Animais que atingem o peso de abate em até 18 meses reduzem os custos de manutenção, como alimentação e cuidados sanitários, e maximizam a eficiência do uso dos recursos disponíveis. Além disso, a carne de animais mais jovens tende a ser de melhor qualidade, mais macia e suculenta, o que pode resultar em preços de mercado mais elevados e maior satisfação do consumidor final.
Do ponto de vista ambiental e de sustentabilidade, a produção desses bovinos pode contribuir para uma menor pegada ecológica. Ciclos de produção mais curtos significam menos tempo de emissão de gases de efeito estufa por animal e menor utilização de terras e recursos naturais para a produção de alimento. Isso pode melhorar a sustentabilidade da operação pecuária, alinhando-se com práticas mais responsáveis e ambientalmente conscientes.
Raça de destaque na preocidade
A raça Angus é amplamente reconhecida por sua precocidade reprodutiva e de acabamento, característica essencial para a produção de gado superprecoce. Projetos de pesquisa financiados pela FAPESP revelaram que novilhas cruzadas de Angus com Nelore apresentam o primeiro parto significativamente mais jovem, muitas vezes antes dos dois anos de idade.
Este cruzamento também resultou em machos prontos para o abate aos 16 meses, bem abaixo da média nacional, graças à rápida conversão alimentar e ganho de peso. Tais características não apenas melhoram a eficiência da produção, mas também garantem carne de alta qualidade, que atende às exigências do mercado internacional.
Esses avanços são fruto de estudos que avaliaram práticas de manejo, melhoramento genético e nutrição. Além da Angus, raças como Canchim e Simental também foram testadas, destacando-se pelo ganho de peso e qualidade da carcaça. Entretanto, a Angus se sobressai na precocidade, oferecendo uma vantagem competitiva crucial. Os resultados dessas pesquisas contribuíram para a modernização da pecuária nacional, ajudando o Brasil a manter sua posição de destaque no mercado global de carne, com um rebanho de 234,4 milhões de bovinos, o maior do mundo segundo o IBGE.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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