Quer saber qual capim plantar na sua fazenda? Garantir uma boa escolha depende de um bom planejamento e conhecimento. Especialista ajuda na escolha!
Que gramínea eu vou plantar na minha fazenda?”, indagou o engenheiro agrônomo Wagner Pires, pós-graduado em pastagens pela Esalq-USP e consultor do Circuito da Pecuária, em mais uma edição do quadro especial “Dez passos para construir e manter uma boa pastagem na sua fazenda”.
Desta vez o consultor especificou que tipo de resposta o pecuarista deve ter em mente para estar apto a escolher a melhor opção. Na sequência, apresentou brevemente as características de algumas das principais forrageiras.
TOPOGRAFIA
– “Primeiro ponto: como é a topografia da sua fazenda? Ela é plana ou ela é inclinada? é acidentada? É aquele morro?”
TEM ENCHARCAMENTO?
– “O seu terreno encharca? É uma várzea ou é um terreno seco? Está mais alto, é mais drenado?”
CRIAÇÃO
– Você pretende fazer o quê? Colocar boi, colocar cavalos, muares, ovinos, caprinos? O que você vai colocar de bicho lá? Cada um desses animais tem um hábito diferente. O bovino colhe o capim, ele junta um feixe de capim com a língua e levanta a cabeça colhendo. Já o equino vai cortando com os dentes até embaixo. Então na gramínea para equinos, muares, ovinos e caprinos, obrigatoriamente, a gema apical deverá ser baixa para que não estrague o pasto”.
FERTILIDADE
– “Fertilidade do solo: se o seu solo está fraco? E você não pretende melhorar a fertilidade? Vamos escolher uma gramínea tolerante à baixa fertilidade. Se o seu solo é fraco, mas você pretende fazer todas as correções, você pode colocar uma gramínea mais exigente”.
MISTURA X DIVERSIFICAÇÃO
“A diversificação de gramíneas na fazenda é muito importante, mas a mistura de gramíneas, não – nós devemos evitar! Mas diversificar gramíneas na fazenda é fundamental para o seu sucesso. E o que seria diversificação? Você ter pelo menos três ou quatro gramíneas diferentes. Claro que isso você vai setorizar, você vai criar a área das braquiárias, dos panicuns, da humidicola e assim por diante”.
SISTEMA DE PRODUÇÃO
“Até que ponto você pretende intensificar o seu negócio? Você quer aumentar muito gado, quer aumentar sua produtividade, quer que seu ganho ganhe muito peso rapidamente? Então tem que trabalhar com uma gramínea de alto potencial de produção.
TIPOS DE GRAMÍNEAS
Pires, então, listou algumas das principais forrageiras usadas no Brasil, mas fez uma ponderação. “Não existe gramínea milagrosa, então nós vamos ter que nos adaptar a elas”, frisou.
Brachiaria Brizantha cv BRS Paiaguás
Uma braquiária excelente. Qual o apelativo dela? Um excelente sistema radicular. É uma gramínea que tolera muito bem a seca e então nós podemos trabalhar em regiões onde eu tenho um período de seca mais definido e mais longo. […] É muito boa e muito palatável”.
Brachiaria Brizantha cv MG 13 Braúna
“Outra braquiária excelente que você pode plantar. Tem o crescimento ligeiro, é macio, de alto teor de proteína. Mas é exigente em fertilidade”.
Brachiaria spp. cv. BRS Ipyporã híbrido
“Esse material foi o primeiro material consagrado com tolerância à cigarrinha das pastagens. A Embrapa testou exaustivamente e está entregando esse híbrido pra você não ter mais dor de cabeça com cigarrinha”.
Brachiaria híbrida cv Cayana
“O Cayana é outro híbrido de braquiária. É bom demais, macio, crescimento ligeiro, rápido, fecha muito rápido e dá uma excelente resposta no ganho de peso. Tanto para engorda como para cria e recria”.
Mulato II e Mavuno
“Um material já antigo no Brasil. […] Esse material perfilha assustadoramente, é muito bom de manejo, é muito palatável. E tolera regiões frias, regiões sujeitas à geada. Mas é exigente em fertilidade de solo. […] Temos também o Mavuno, outro híbrido. Os dois são muito semelhantes, então podemos trabalhar com ele também.
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Aruana: específico para equinos.
MG 12 Paredão: “Um material Panicum excelente, de crescimento muito rápido”.
Massai: “crescimento mais baixo, apreciado pelos equinos, mas não pode crescer demais!”
Quênia: “Excelente e fantástico. Um material muito produtivo, compete até com o Mombaça”.
Tamani: “Outro híbrido muito bom, material excelente”.
Zuri: “Cuidado. Não plante em áreas muito inclinadas!”.
Tijuca, o MG 11 (uma Setária): “muito bom para encharcamento”.
Tupã: “um Andropogon muito bom e de excelente qualidade”.
“Temos uma variedade enorme e temos muitos outros materiais entrando no mercado. Onde procurar? Qual empresa que eu vou comprar? Eu dou a você duas sugestões: uma, busque a Unipasto (Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras) e a Anprosem (Associação Nacional de Produtores de Sementes de Gramíneas e Leguminosas Forrageiras). Elas reúnem as melhores empresas de sementes de pastagem. Entre no site das duas e você vai ter condição de adquirir uma boa semente de um bom material”, concluiu Pires.
Com informações do Giro do Boi