Falta de insumos e principalmente de chuvas podem ser determinantes para o futuro da safra de milho brasileira; confira uma análise completa
Mercado do milho começa mostrar a realidade da oferta e demanda do produto para o Brasil, no ano de 2022, especialmente para o 1º semestre de 2022, até a chegada no mercado de nossa 2ª safra (safrinha), que deve ter início a colheita em junho/2022, e chegar, efetivamente, na indústria em julho/2022.
Segundo análise da Corretora Granosul, esta safra ainda está totalmente aberta, em termos de produções, que poderá ser avaliada mais adiante, visto que vários fatores de produção, ainda estão indefinidos, alguns já facilmente identificados, como positivamente, pois teremos uma safra em uma ótima janela de plantio, fator primeiro para uma boa produção.
O 2º fator, nesse caso, negativo, é o custo deste plantio. Fertilizantes, sementes e demais defensivos agrícolas subiram fortemente de preços, além da escassez no mercado, o que poderá refletir na área plantada com o cereal.
Na análise da Granosul, se foca apenas no 1º semestre de 2022, pois entende dois semestres bem distintos. No 1º semestre/2022, teremos como oferta total de milho, nosso estoque de virada do ano, de dezembro/2021 para janeiro/2022, e mais nossa produção da 1ª safra dos estados do Sul e Sudeste. Os estoques brasileiros de virada de ano tiveram fatores novos, os quais já previstos, que foram os incrementos nas exportações de milho, a partir do mês de novembro, continuando com forte nomeações de navios para embarques em dezembro. Devemos ter ainda, um volume expressivo de embarques em janeiro/2022. Isso eleva as exportações brasileiras do ano comercial 2021/2022, acima dos 15 a 16 milhões de ton inicialmente projetadas.
Pelos últimos dados, atualizados nos boletins de navios agendados, somado aos embarques efetivados, nossas exportações, neste ano safra, já chegam de 19 milhões de ton, e poderemos ter volumes ainda mais expressivos podendo elevar as exportações, para este ano comercial, para algo ao redor de 21 a 22 milhões de ton.
No que diz respeito à produção de milho no Brasil a previsão inicial era de 90,77 milhões de ton. Os estoques de virada de ano de 2020 para 2021 foi de 6,5 milhões de ton e importações: 3,10 milhões de ton, para um consumo total de 76,5 milhões de ton. Com exportações de 18 milhões de ton chegaríamos um janeiro/2022 com estoques de 5,87 milhões de ton. Mas o mercado viu estes números mudarem, substancialmente, a partir das nomeações dos navios para embarque de milho com destino às exportações, em novembro, dezembro, e com uma eminente queda nos estoques de virada de ano para menos de 3 milhões de ton, agindo fortemente, elevando os preços do milho, especialmente do mercado futuro, saindo de 87,00 R$/Sc e hoje milho sendo comercializado para março/2022 a 95,50 R$/Sc.
Em dezembro, também vimos a falta de chuvas atingir o Estado de SC, o que deve ter reflexos produtivos também, com perdas significativas, especialmente pela fase de desenvolvimentos das lavouras (pendoamento e enchimento de grãos). Essas faltas de chuvas no RS e SC, podem levar a uma perda de algo ao arredor de 3 a 4 milhões de ton do cereal, nos 2 estados do Sul, os grandes produtores de milho na 1ª safra, o que potencializa ainda mais bons preços para o produtor de milho, verificados a partir de novembro, e deve persistir pelo 1º semestre de 2022, conclui a análise da Corretora Granosul.