O capim-elefante BRS Capiaçu: uma opção promissora para a alimentação de bovinos durante a seca
Quatro anos após o seu lançamento, em 2016, a nova variedade de capim-elefante BRS Capiaçu, desenvolvida pela Embrapa Gado de Leite (MG), já conquistou a preferência dos pecuaristas de leite em todo o Brasil. Essa rápida expansão se deve em grande parte à parceria com redes de viveiristas credenciados, que fornecem a cultivar aos produtores nacionais, contribuindo para combater a pirataria de mudas.
Recentemente, foram incluídos mais quatro viveiristas credenciados, ampliando a presença da BRS Capiaçu na região do bioma Mata Atlântica. Embora ainda não tenha sido concluído o teste de Valor de Cultivo e Uso (VCU) para recomendar a cultivar nos biomas Cerrado e Amazônia, já existem viveiristas interessados em comercializá-la nessas regiões.
A popularidade da BRS Capiaçu vai além das fronteiras brasileiras, despertando interesse de produtores de outros países. Um pecuarista de Angola, na África, berço de muitas gramíneas usadas na pecuária brasileira, adquiriu a cultivar. Além disso, negociações avançadas estão em andamento para introduzir o capim em outros países da América Latina, como a República Dominicana.
No entanto, o sucesso da cultivar também atraiu a pirataria de mudas. É importante ressaltar que a Embrapa Gado de Leite não se responsabiliza por mudas de BRS Capiaçu adquiridas fora dos viveiristas credenciados. A cultivar pode ser adquirida por meio de mudas em estacas, germinadas ou micro propagadas, e o preço varia de acordo com o tipo de muda e as condições do mercado.
Os viveiristas desempenham um papel fundamental ao levar as cultivares da Embrapa ao mercado, contribuindo indiretamente no combate à pirataria de mudas. Eles fornecem mudas rastreadas, com nota fiscal e atestado de origem genética, garantindo que os agricultores recebam uma cultivar autêntica da Embrapa.
A BRS Capiaçu é reconhecida pela sua alta produção de matéria seca, podendo chegar a 50 toneladas por hectare/ano. Ela é versátil, podendo ser utilizada como silagem ou fornecida picada verde no cocho. Apresenta melhor valor nutritivo quando utilizada para alimentação na forma de silagem, mas é importante suplementar a dieta com uma fonte de energia, especialmente para animais em lactação.
Além disso, a BRS Capiaçu é adaptada a diferentes tipos de solo e tolera variações climáticas, o que a torna adequada para diferentes regiões do país. Sua alta produtividade e qualidade da forragem a tornam uma opção atrativa para pecuaristas de leite, sendo uma alternativa de baixo custo em comparação com a silagem de milho.
A silagem da cultivar BRS Capiaçu apresenta valor nutritivo comparável ao do milho, com menor valor energético. É indicada para vacas secas e animais jovens. Se utilizada para animais em lactação, a alimentação deve ser suplementada com uma fonte de energia, de acordo com a produção da vaca. A silagem de capim-elefante BRS Capiaçu é uma alternativa mais econômica para a suplementação do pasto durante o período da seca, oferecendo um menor custo em comparação ao milho e à cana-de-açúcar.
Além disso, a BRS Capiaçu possui porte alto, destacando-se pela produtividade e valor nutritivo da forragem em comparação com outras cultivares de capim-elefante. Apresenta touceiras densas e colmos eretos, o que facilita a colheita mecânica. Suas folhas são longas, largas e de cor verde.
A cultivar BRS Capiaçu possui boa tolerância ao estresse hídrico, o que a torna adaptável a diferentes tipos de solo e variações climáticas, reduzindo os riscos na alimentação do rebanho. No entanto, é suscetível às cigarrinhas das pastagens. Quando a capineira é bem manejada, apresenta boa tolerância ao ataque dessa praga.
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