A colheita da nova safra continua avançando em um ritmo abaixo da média no cinturão produtor norte-americano, apesar de o clima pouco úmido seja favorável.
Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja nesta semana. As dicas são do analista da Safras Consultoria, Luiz Fernando Gutierrez Roque.
– O mercado da soja continua dividindo suas atenções entre os trabalhos de colheita da nova safra dos EUA e os trabalhos de plantio da nova safra brasileira. Em paralelo, os players acompanham os movimentos da demanda chinesa no mercado internacional. A questão envolvendo a logística do rio Mississippi começa a chamar a atenção em um ambiente de entrada de safra. O mercado também começa a se posicionar frente ao relatório de outubro do USDA, que será divulgado na próxima quarta-feira (12). Fechando o quadro de fatores, o lado financeiro traz volatilidade adicional com a situação econômica mundial e o avanço da guerra no leste europeu.
– A colheita da nova safra continua avançando em um ritmo abaixo da média no cinturão produtor norte-americano, apesar de o clima pouco úmido estar sendo favorável ao avanço das máquinas. Além disso, a baixa umidade pode continuar atrapalhando o desenvolvimento final das lavouras mais tardias, o que ainda pode impactar o resultado final da produção. O USDA indicou uma nova piora nos índices de condições das lavouras em seu último relatório semanal, e é possível vermos uma nova piora no próximo relatório. De qualquer forma, os trabalhos de colheita devem ter evoluído em um ritmo melhor nos últimos dias, podendo voltar à média normal.
– No Brasil, a semeadura da nova safra continua evoluindo em um ritmo acima da média na maior parte dos estados que já começaram a plantar. De uma forma geral, o clima regular, com períodos de umidade intercalados com períodos de sol, tem sido favorável ao avanço das máquinas e desenvolvimento inicial das lavouras já semeadas. O início da nova safra brasileira é bastante promissor. Se o clima continuar favorável, Chicago poderá começar a refletir em breve.
– Nos EUA, a entrada da nova safra começa a pesar sobre Chicago. Além disso, alguns problemas logísticos ligados ao baixo nível em alguns pontos do rio Mississippi começam a chamar a atenção, embora não haja relatos de grandes impactos, até o momento. É importante acompanharmos notícias ligadas a este fator nos próximos dias, visto que o ritmo de escoamento da nova safra pode ser afetado. Somado a isso, poucas vendas de soja dos EUA para a China têm sido anunciadas, o que não é normal para esta época. Esperamos pela retomada de um ritmo mais forte de anúncios nas próximas semanas. A ausência de nova vendas traz fraqueza para Chicago.
– A expectativa média no mercado para o próximo relatório do USDA é de manutenção da estimativa de safra dos EUA da temporada 2022/23, enquanto a safra 2021/22 deve ser elevada. Entendemos que é possível o USDA surpreender e trazer um novo ajuste negativo na safra 2022/23. Atenção ao relatório. Podemos ter grande volatilidade devido às possíveis mudanças nos quadros de 2021/22 e 2022/23.