Um dos problemas mais comuns que atingem os equinos no Brasil, os carrapatos podem levar à perda de rendimento, problemas sérios de saúde e até a morte do animal
Em estimativas recentes da Embrapa foi calculado que os carrapatos causam um prejuízo anual de 3,2 bilhões de dólares (R$ 16 bilhões de reais / estimativa) na cadeia produtiva de bovinos, no Brasil. Não é de hoje que todo pecuarista sabe do desafio que é erradicar esse parasita dentro da sua propriedade. No caso dos cavalos, os carrapatos ao se alimentarem do sangue do animal podem causar enfraquecimento, dermatites, anemias graves, irritação e são portas abertas para miíase (bicheiras) e infecções secundárias. Além disso, ele também transmite os agentes da Piroplasmose equina (Babesiose ou “Nutaliose equina”), enfermidade responsável pelos maiores prejuízos no rebanho.
O maior problema de não controlar o parasita de forma correta e eficiente, é a disseminação da resistência das populações de carrapatos aos produtos utilizados no seu controle, levando ao aumento dos prejuízos econômicos. O pesquisador, responsável pela estimativa, doutor em Biologia Molecular Renato Andreotti relata que praticamente todos os produtos do mercado, inclusive novos lançamentos, mostram resistência em regiões onde o tratamento é mais intenso no prazo de dois anos.
Problema que não é só para os bovinos, os equinos também sofrem com o ectoparasitas. Inclusive é um dos problemas mais comuns que atingem os equinos no Brasil, os carrapatos trazem desconforto aos animais e podem levar à perda de rendimento, problemas sérios de saúde e em alguns casos ao óbito. Atenção constante às condições sanitárias da propriedade e monitoramento dos animais são essenciais para controle do problema.
As infestações causadas por carrapatos em equinos são mais comuns nas estações da primavera e verão.
Como controlar os carrapatos em equinos?
Antes de tudo é importante lembrar que a maioria dos carrapatos está no ambiente (95%) e somente uma pequena parte no animal (5%).
- O manejo adequado com carrapaticidas é a melhor forma de combater o carrapato. O ideal é que o controle seja recorrente no manejo das pastagens, currais, baias e esterqueiras. O método de aplicação dos carrapaticidas líquidos (ex: Cipermetrina) só era feito através do uso de pulverizadores manuais;
- Evitar aglomerações de animais;
- Manter as pastagens o mais baixas possíveis;
- Escovar os cavalos com frequência para eliminar os carrapatos maiores;
- Rotação de piquetes para controlar as infestações de ecto e endoparasita;
- Cuidar também de outros animais que podem ser hospedeiros do carrapato;
- Retirada do esterco da baia;
- Vermifigação com produtos que comprovadamente são eficazes contra ectoparasitas.
Desde o início do século, quando os carrapatos tornaram-se um problema econômico para a pecuária, os carrapaticidas químicos têm sido os principais instrumentos efetivos de controle, sendo que todos os produtos utilizados ate recentemente não possuíam indicação de uso nos equinos (Cipermetrina, Deltametrina, Amitraz, Organofosforados, etc.). O manejo correto desses produtos é fundamental para o sucesso no controle dos carrapatos e a segurança dos animais e operadores.
Principais espécies de carrapatos em equinos
Carrapato de orelha
O Anocentor nitens é popularmente conhecido por esse nome por ser encontrado principalmente na região auricular do cavalo. Mas, também pode se fixar na base da crina, região perineal e ao longo da linha ventral média do corpo. De fato, é responsável por muitas doenças, incluindo lesões na orelha que levam até a perda da rigidez auricular, desvalorizando o animal.
Carrapato estrela
Já o Amblyomma cajennense, além de ser conhecido como carrapato estrela alguns o chamam de rodoleiro em sua fase adulta. Ele tem sido considerado uma praga de importância emergente nas áreas de produção animal. Pois, é o grande transmissor da febre maculosa. Já que, vários animais podem albergar algum estágio parasitário desse carrapato, é preciso tomar cuidado com ele.
Carrapato de boi
Apesar do nome, o Boophilus microplus pode ser encontrado em várias outras espécies hospedeiras. Por exemplo, cavalos, pequenos ruminantes, cães e outros mamíferos silvestres. No caso de equinos, ele é constantemente encontrado no pescoço e peito dos animais causando uma severa dermatite.
Com certeza você já ouviu a expressão popular “prevenir é melhor do que remediar”, não é mesmo? Nesse sentido, ela se aplica perfeitamente. Se você, produtor rural, deseja eliminar esses parasitas precisa colocar como prioridade a prevenção.
Fique de olho, perder um animal para esse tipo de doença deve ser arrasador, já que é possível fazer a prevenção de forma eficaz.