Veja também uma tática para melhorar a taxa de prenhez na fazenda; “O bezerro, por sua vez, será o reflexo da nutrição fornecida para a vaca”
Um bom planejamento nutricional deve levar em consideração as necessidades fisiológicas das diferentes categorias e os níveis nutricionais do alimento oferecido. Quando temos oferta de capim, mesmo seco, podemos lançar mão de ferramentas que favoreçam o aproveitamento desse capim e que forneçam os nutrientes que estão em déficit.
Levando em consideração os desafios do período de seca, a primeira providência a ser tomada é sempre ajustar a lotação da fazenda, de maneira que se possa ter oferta de capim o ano todo, pois esta é a fonte de alimento mais barata disponível, então recomenda-se que no final do período de águas, normalmente em março, se consiga vedar em torno de 30% dos pastos, preferencialmente Brachiaria brizantha, para que sejam utilizados como “feno em pé” no período seco.Vale lembrar que o nutriente mais importante para a vida é a água. Bovinos consomem de 10 a 20% do seu peso vivo em água por dia, então precisamos garantir o volume, a qualidade e o acesso a esse nutriente tão essencial.
Para manter sua condição corporal e o bom funcionamento do rúmen, os bovinos devem consumir diariamente no mínimo 2% do seu peso vivo em matéria seca (MS), e esta deve conter o mínimo de 7% de proteína. No período seco, toda qualidade nutricional do capim está reduzida, porém o fator limitante é proteína, que não atinge o mínimo necessário para o animal manter suas funções, então devemos fornecer um suplemento mineral proteico com fontes de energia, sendo que uma parte dessa proteína pode ser uma “falsa” proteína (nitrogênio não proteico) originária de ureia, e o restante de grãos que também fornecem energia, possibilitando o bom funcionamento do rúmen, a manutenção do escore corporal e até ganho de peso.
Para a categoria de cria, utilizar proteinado de seca é fundamental, pois é um momento em que o feto está demandando grandes quantidades de nutrientes, e está ocupando boa parte da cavidade abdominal, deixando menos espaço para o rúmen, o que leva a uma menor ingestão de alimento.
O manejo de pasto e a correta suplementação possibilitam que a vaca mantenha uma correta mineralização e uma boa condição corporal no momento do parto, faz com que o puerpério (período de recuperação pós-parto) seja menor, e que essas vacas retornem o quanto antes a ter cios férteis, melhorando a taxa de prenhez e possibilitando maior número de bezerros do cedo.
O bezerro, por sua vez, será o reflexo da nutrição fornecida para a vaca, pois desde o momento da concepção, todos os nutrientes necessários para a formação e desenvolvimento desse bezerro dependem exclusivamente da nutrição fetal. Ou seja, quando fornecemos as condições necessárias para as vacas manter seu escore corporal e suas funções fisiológicas, estamos permitindo que esse bezerro que está sendo formado possa expressar todo seu potencial genético ao longo de sua vida. O contrário também é verdadeiro, pois quando falhamos nessa fase, estamos prejudicando o bezerro para sempre, e se pensarmos em bezerras que futuramente serão matrizes, estamos prejudicando gerações.
A Matsuda disponibiliza diversas linhas de produtos para os diferentes biomas e situações, períodos do ano, categoria animal e sistemas de produção. Uma dessas linhas é a linha WinterFós que é um suplemento mineral proteico aditivado com fontes energéticas e prebióticos, destinado a animais mantidos a pasto no período seco do ano. Sua composição é pensada em manter os animais mineralizados e bem nutridos, fornecendo proteína e energia que estão em déficit no capim, favorecendo o sistema imunológico, saúde intestinal, atividade ruminal, e um melhor aproveitamento do capim seco. Com isso estamos mantendo os animais saudáveis, em desenvolvimento, com uma correta nutrição fetal, produção de colostro e leite de qualidade, rápida recuperação pós-parto e até com ganhos de peso.
Historicamente, os bovinos mantidos a pasto sem suplementação correta perdiam peso durante esse período de seca. Hoje, conforme vimos, é possível montar um planejamento eficiente, de baixo custo, onde os animais podem manter sua condição e ter ganhos. Com isso, podemos afirmar que mesmo mantendo o peso, estamos tendo lucro, pois do contrário, além da perda, teríamos que usufruir de uma boa parte do período de águas para recuperar essas perdas, o que leva a um prejuízo que se perpetua ano após ano.Fazer o animal ganhar peso não é difícil; o desafio está em fazer isso de maneira viável, por isso, priorizamos a reserva de capim e a suplementação para obter ganhos que, mesmo pequenos, são lucrativos.
A suplementação tem por objetivo “corrigir” as deficiências do alimento, de maneira que possa atender as necessidades fisiológicas dos animais. Basicamente essas necessidades variam de acordo com a categoria, peso e objetivo desse animal. Vacas tem o objetivo de parir um bezerro por ano e produzir leite, que no caso de uma vaca de corte será destinado ao bezerro, e da vaca leiteira será ordenhado.“Como a produção de uma vaca leiteira é maior, as necessidades dela também são maiores, porém os princípios básicos de nutrição são os mesmos, e temos sempre que atender as exigências de manutenção, produção e reprodução.”
A pecuária é uma atividade muito dinâmica, e norteada por ciclos, sejam eles climáticos, fisiológicos e, obviamente, comerciais. Um bom técnico conhece esses ciclos e vai orientar o produtor sobre sua atividade, com ajustes na suplementação, estratégias para os diferentes períodos, fazer uma programação de reserva forrageira, sempre pensando em atender as necessidades fisiológicas dos animais, utilizando melhor os recursos e tornando a atividade eficiente, produtiva e lucrativa.