Confira agora os preços e cotações da arroba do boi gorodo para a semana que se aproxima; situação das pastagens será decisiva para o andamento do mercado do boi ao longo do segundo trimestre
Após registrar quedas em quase todo o país no dia de ontem, o mercado físico do boi gordo apresentou estabilidade na última quarta-feira. As indústrias continuam suas negociações a passos lentos e os pecuaristas tentam segurar a oferta para amenizar a pressão baixista. São Paulo, Goiás, Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul fecharam o dia sem variações no preço. Na B3, os preços do boi futuro continuaram a subir; este movimento pode estar atrelado à estabilidade do mercado físico e a um possível “piso” encontrado nas cotações. O vencimento para abr/24 encerrou o dia a R$ 229,95/@, com uma valorização de 0,17% na comparação diária.
O mercado varejista começa a se preparar para a primeira quinzena de abril e, consequentemente, um maior consumo da população, depois do término da Quaresma. O dianteiro e a ponta de agulha, que estavam com demandas estagnadas, já começaram a passar por uma melhora no escoamento e tiveram um aumento de R$ 1,00/kg, ficando cotados a R$14,00/kg.
O pecuarista segue com boa capacidade de retenção, uma vez que o pasto ainda apresenta boas condições, disse o analista da Consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias. “A situação das pastagens entre os meses de abril e maio será decisiva para o andamento do mercado ao longo do segundo trimestre. Com o auge da safra de boi gordo, é possível que o viés de queda seja predominante para o período. Vale destacar que a indústria frigorífica ainda conta com algum conforto em suas escalas de abate, apesar do encurtamento em alguns estados, a exemplo do Mato Grosso do Sul”, diz Iglesias.
Preço da arroba do boi gordo em algumas praças:
- São Paulo, capital: R$ 229
- Goiânia, Goiás: R$ 218
- Uberaba (MG): R$ 223
- Dourados (MS): R$ 220
- Cuiabá: R$ 206
O mercado atacadista apresentou alta em seus preços durante a quinta-feira. Conforme previsto, o escoamento da carne começa a melhorar, impulsionado pela demanda da Páscoa. A virada de mês terá papel importante para a continuidade deste movimento no curto prazo, considerando a entrada dos salários na economia, motivando a reposição entre atacado e varejo, disse Iglesias.
O quarto traseiro foi precificado a R$ 17,30 por quilo, alta de R$ 0,20. O quarto dianteiro ainda é cotado a R$ 13,20. Ponta de agulha segue no patamar de R$ 13,00 por quilo.
Primeiro trimestre de 2024 mostra que arroba flerta com o fundo do poço ainda
Desde o encerramento de dezembro, o preço médio da arroba do boi gordo no estado de São Paulo (representado pelo indicador Cepea/B3) caiu R$ 20, ou 8% – o indicador encerrou o ano de 2023 em R$ 252,30 e opera na casa dos R$ 232 nesta semana.
Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o lento ritmo de vendas de carne bovina no mercado doméstico, as escalas alongadas dos frigoríficos e, agora, a aproximação dos meses mais frios – quando as condições das pastagens pioram e pecuaristas são pressionados a elevar a oferta – influenciam as baixas nas cotações.
Nesta quarta-feira (27), o índice fechou a R$ 231,80 para a arroba (livre de Funrural), o que representa uma variação negativa de 1,53% dentro do mês.
Marcos Molina fala sobre cenário da pecuária
Em teleconferência de resultados relativos ao quarto trimestre e a todo o ano de 2023, o acionista controlador e presidente do Conselho de Administração da Marfrig, Marcos Molina, afirmou que a oferta de gado deve seguir “saudável” no Brasil em 2025.
Segundo ele, hoje o Brasil possui o preço de gado mais baixo do mundo e isso vai ao encontro da estratégia da Marfrig de ampliar a aquisição de gado próprio, o que traria maior tranquilidade aos abates, maior ocupação de fábrica e ganho de produtividade.
“Os preços do bezerro no primeiro trimestre tem gerado ao redor de R$ 1.600 e se observa um volume recorde na oferta de vacas para abate”, avalia.
Para 2026, o controlador da Marfrig entende que o ciclo de gado deve ser mais desafiador, o que poderá fomentar altas no preço da arroba. “Ampliando os abates próprios, estamos nos preparando para enfrentar um período futuro em que haverá uma queda na oferta de boi”, sinaliza.
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