A piscicultura vem se destacando como uma das atividades mais promissoras do agronegócio brasileiro, com um crescimento constante impulsionado pela demanda por proteínas de alta qualidade e pela busca por práticas sustentáveis de produção.
A piscicultura vem se destacando como uma das atividades mais promissoras do agronegócio brasileiro, com um crescimento constante impulsionado pela demanda por proteínas de alta qualidade e pela busca por práticas sustentáveis de produção. No entanto, o sucesso na criação de peixes depende diretamente de um fator crucial: a alimentação. Fornecer a nutrição adequada é essencial para o crescimento saudável, a resistência a doenças e o bom rendimento dos peixes, impactando diretamente a rentabilidade da produção.
Neste artigo do Compre Rural, reunimos 7 dicas fundamentais sobre como alimentar peixes de forma eficiente, garantindo um manejo nutricional que maximiza o desempenho e minimiza os custos.
1. Escolha da ração adequada
A escolha da ração é um dos primeiros e mais importantes passos para garantir o sucesso na piscicultura. A ração adequada deve atender às necessidades nutricionais específicas de cada espécie de peixe e estar alinhada com a fase de desenvolvimento, como alevinos, juvenis ou adultos. Cada estágio de crescimento requer diferentes níveis de proteínas, lipídios, vitaminas e minerais para assegurar um desenvolvimento saudável e eficiente.
Existem diversos tipos de rações no mercado, como as rações extrusadas e peletizadas, cada uma com características específicas que influenciam na digestibilidade e na absorção dos nutrientes. As rações extrusadas, por exemplo, flutuam na superfície da água, facilitando o monitoramento do consumo pelos peixes e permitindo que o produtor ajuste a quantidade conforme necessário. Já as rações peletizadas afundam mais rapidamente e podem ser mais indicadas para espécies que se alimentam no fundo.
2. Frequência e quantidade de alimentação
Determinar a frequência e a quantidade correta de alimentação dos peixes é um dos desafios mais importantes na piscicultura. Alimentar demais pode resultar em desperdício de ração, degradação da qualidade da água e aumento nos custos de produção. Por outro lado, alimentar de menos compromete o crescimento dos peixes e, consequentemente, a rentabilidade.
A quantidade ideal de ração depende de vários fatores, como a espécie, o estágio de crescimento e a temperatura da água. Peixes mais jovens, como os alevinos, geralmente precisam ser alimentados várias vezes ao dia em pequenas quantidades para garantir um desenvolvimento contínuo. Já peixes adultos podem ser alimentados de uma a duas vezes por dia, com ajustes conforme as condições climáticas. Em temperaturas mais frias, por exemplo, o metabolismo dos peixes desacelera, reduzindo a necessidade de alimento.
Uma regra prática é alimentar os peixes com o que eles conseguem consumir em até 5 a 10 minutos. Observando o comportamento durante a alimentação, o produtor consegue ajustar as porções com precisão, evitando sobras que se acumulam no fundo dos tanques e deterioram a qualidade da água. Esses cuidados simples garantem que os peixes recebam a nutrição adequada, cresçam de forma saudável e que o produtor maximize o uso dos recursos, tornando a piscicultura mais rentável e sustentável.
3. Controle da qualidade da água
Quando a alimentação não é bem manejada, sobras de ração e dejetos dos peixes podem rapidamente comprometer a saúde do ambiente aquático, aumentando níveis de amônia, nitritos e reduzindo a oxigenação da água. Esses desequilíbrios podem estressar os peixes, torná-los mais suscetíveis a doenças e até afetar seu crescimento.
Manter uma boa qualidade da água exige monitoramento constante dos parâmetros básicos, como oxigênio dissolvido, pH e temperatura. A ração utilizada deve ser de alta digestibilidade, pois rações de baixa qualidade aumentam a produção de dejetos e deterioram a água mais rapidamente. A limpeza frequente dos tanques e o controle rigoroso da quantidade de ração fornecida são ações que evitam o acúmulo de resíduos.
Práticas como o uso de aeradores são fundamentais, pois garantem a oxigenação ideal e ajudam a dispersar partículas de ração e dejetos, mantendo a água em movimento. Sistemas de filtragem biológica também são recomendados, uma vez que auxiliam na decomposição de substâncias tóxicas e estabilizam o ambiente.
4. Alimentação em horários corretos
A escolha dos horários de alimentação é um fator decisivo para garantir que os peixes aproveitem ao máximo os nutrientes da ração. Os peixes têm ritmos naturais de alimentação, e respeitar esses padrões pode fazer uma grande diferença na eficiência da criação. Alimentar os peixes nos horários certos ajuda a melhorar a absorção dos nutrientes e a evitar desperdícios.
O ideal é alimentar os peixes nas horas mais frescas do dia, como no início da manhã e no final da tarde. Esses períodos coincidem com momentos em que a temperatura da água é mais amena, o que mantém os peixes mais ativos e com melhor apetite. Durante o meio-dia, especialmente em climas quentes, a temperatura da água pode subir significativamente, o que deixa os peixes mais lentos e menos dispostos a se alimentar.
Em sistemas de produção com iluminação artificial, é importante manter um ciclo de luz que respeite o comportamento natural dos peixes. O excesso de luz ou a ausência de um período de escuridão pode desregular o apetite, impactando negativamente no crescimento e no bem-estar dos peixes. Ajustar a alimentação ao ciclo de luz e temperatura do ambiente proporciona uma rotina mais equilibrada, onde os peixes consomem a quantidade necessária de ração sem estresse.
5. Monitoramento do comportamento alimentar
A forma como os peixes reagem à ração pode fornecer informações valiosas sobre a saúde do cardume, a qualidade da ração e até mesmo sobre possíveis problemas na qualidade da água.
Ao alimentar os peixes, é importante estar atento à velocidade com que eles consomem a ração. Se os peixes atacam a comida rapidamente e há pouca sobra, isso indica que a quantidade está adequada. No entanto, se sobrar ração na água por muito tempo, é sinal de que o ajuste na quantidade é necessário, pois o excesso não consumido contribui para a deterioração da água e aumenta os custos desnecessariamente.
Por outro lado, a falta de interesse pela ração pode indicar problemas, como estresse, doenças ou má qualidade da ração. Mudanças bruscas no comportamento alimentar, como uma diminuição repentina do apetite, devem ser investigadas rapidamente. Pode ser necessário ajustar a qualidade ou o tipo de ração, realizar testes na água ou verificar se há algum fator de estresse ambiental.
O monitoramento contínuo também ajuda na identificação de peixes que estejam crescendo mais lentamente ou que apresentem comportamentos anormais. Essas observações permitem que o produtor tome decisões rápidas, como a separação de peixes mais fracos ou o ajuste nas estratégias de alimentação.
6. Uso de alimentadores automáticos
O uso de alimentadores automáticos vem se tornando cada vez mais comum na piscicultura, principalmente em produções de médio e grande porte. Esses equipamentos são aliados importantes na busca por eficiência, pois permitem um controle preciso da quantidade e da frequência de ração oferecida aos peixes, além de reduzir a necessidade de intervenção manual, o que economiza tempo e mão de obra.
Alimentadores automáticos possibilitam que a ração seja distribuída de forma regular ao longo do dia, em pequenas porções, o que se alinha ao comportamento natural de alimentação dos peixes. Esse método melhora a conversão alimentar e reduz o desperdício de ração, já que os peixes têm mais oportunidades para se alimentar em diferentes momentos, sem a pressão da competição.
Para utilizar os alimentadores automáticos corretamente, é essencial calibrá-los conforme o tamanho dos peixes, a quantidade de ração necessária e o estágio de desenvolvimento. Alguns modelos mais avançados contam com sensores que detectam quando há ração acumulada na superfície da água, ajustando automaticamente a frequência de alimentação. Essa tecnologia ajuda a manter a qualidade da água, evitando o acúmulo de resíduos que podem prejudicar o ambiente.
7. Suplementação e ajustes nutricionais
A suplementação e os ajustes nutricionais são aspectos cruciais para manter uma dieta balanceada e adaptada às necessidades dos peixes ao longo de seu ciclo de crescimento. Mesmo com uma ração de alta qualidade, pode haver momentos em que ajustes adicionais são necessários para maximizar o desempenho e a saúde dos peixes.
Os suplementos alimentares podem incluir vitaminas, minerais e aminoácidos que são essenciais para o crescimento e a resistência dos peixes. Por exemplo, durante períodos de estresse ambiental, como mudanças de temperatura ou qualidade da água, pode ser benéfico adicionar suplementos que ajudam a fortalecer o sistema imunológico dos peixes e a melhorar sua capacidade de recuperação.
Outro aspecto importante é o ajuste da dieta conforme a fase de crescimento dos peixes. Os alevinos, juvenis e adultos têm necessidades nutricionais distintas. A medida que os peixes amadurecem, suas exigências em termos de proteínas, lipídios e outros nutrientes mudam. Ajustar a composição da ração e dos suplementos em cada fase assegura que os peixes recebam a nutrição apropriada para seu desenvolvimento.
As condições sazonais também podem exigir ajustes na dieta. Durante o inverno, por exemplo, a redução na temperatura da água pode diminuir o metabolismo dos peixes, exigindo uma formulação de ração que seja facilmente digerível e forneça energia adequada sem sobrecarregar o sistema digestivo.
Concluindo, alimentação adequada é a base para uma piscicultura bem-sucedida e rentável. As 7 dicas apresentadas neste artigo fornecem um guia essencial para otimizar o manejo nutricional, garantindo que os peixes recebam a nutrição necessária para crescer de forma saudável e eficiente.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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