O mercado da carne bovina no Brasil testemunhou movimentos significativos em maio de 2024, impulsionados por uma série de fatores que moldaram tanto a oferta quanto a demanda. Analisando os dados disponíveis, podemos entender melhor as tendências emergentes e os desafios que poderão surgir; confira
No último mês de maio, o mercado da carne bovina no Brasil testemunhou movimentos significativos, impulsionados por uma série de fatores que moldaram tanto a oferta quanto a demanda. Analisando os dados do Imea, podemos entender melhor as tendências emergentes e os desafios enfrentados pelos diferentes atores dessa indústria vital.
Em maio de 2024, o preço do boi gordo apresentou uma alta mensal de 1,18%, atingindo uma média de R$ 209,35/@ em Mato Grosso. No entanto, esse aumento não foi uniforme ao longo do mês, pois houve uma queda nas últimas semanas, com o indicador encerrando o período em R$ 202,12/@, uma desvalorização de R$ 12,06/@ em relação à máxima alcançada no início do mês.
Essa queda nos preços foi em parte atribuída à elevada disponibilidade de bovinos para abate, que pressionou para baixo os valores do boi gordo. A escala de abate se manteve alta, fechando em 11,33 dias úteis em Mato Grosso, o que reflete a persistente oferta de animais nas indústrias. Por outro lado, a carne bovina no atacado também enfrentou desvalorização, com a carcaça casada bovina cotada a R$ 15,71/kg em maio de 2024, refletindo a pressão exercida pela oferta abundante.
Ainda assim, há perspectivas otimistas em relação à produção e exportação de carne bovina brasileira. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção nacional deve aumentar em 2,37% em comparação com 2023, atingindo 11,21 milhões de toneladas em 2024. Esse aumento é impulsionado pelo elevado volume de animais abatidos no país e uma demanda sólida tanto no mercado interno quanto no externo.
No entanto, no mercado global, o Brasil enfrenta concorrência acirrada, despertando alerta. Embora a produção de carne bovina dos EUA deva diminuir em 1,86% em relação a 2023, a expectativa é de um aumento de 9,15% nas exportações de carne australiana, o que poderia competir diretamente com o Brasil. Ainda assim, a projeção é de que o Brasil embarque 2,93 milhões de toneladas de carne bovina em 2024, representando um aumento de 1,14% em relação ao ano anterior e consolidando sua posição como um dos principais exportadores mundiais.
No mercado interno, o consumo brasileiro da proteína também deve aumentar, com uma estimativa de crescimento de 2,74% em relação a 2023, alcançando um volume de 8,33 milhões de toneladas. Isso sugere que, apesar dos desafios enfrentados pela indústria, a demanda doméstica continua resiliente. No curto prazo, a perspectiva é de que os abates permaneçam elevados, mantendo a pressão sobre os preços do boi gordo. No entanto, o ritmo da demanda externa será crucial para amenizar essa pressão de baixa, à medida que o Brasil busca consolidar sua posição como um dos principais players do mercado global de carne bovina.
Reflexo do cenário para os produtores
O cenário apresentado para os produtores de carne bovina no Brasil é marcado por uma oscilação nos preços do boi gordo ao longo do último mês. Apesar de uma alta inicial, houve uma queda significativa nas últimas semanas de maio, resultando em desvalorização da arroba. Essa volatilidade nos preços representa um desafio para os pecuaristas, afetando diretamente sua rentabilidade e exigindo uma gestão cuidadosa dos rebanhos e dos custos de produção para garantir a sustentabilidade dos negócios.
As perspectivas de aumento na produção e exportação da proteína oferecem oportunidades interessantes para os produtores que conseguem acessar os mercados internacionais. Com projeções de aumento na demanda global pela carne vermelha e uma posição consolidada do Brasil como um dos principais exportadores, os produtores têm a chance de ampliar seus mercados e aumentar sua participação nas exportações, desde que mantenham padrões de qualidade e competitividade.
No entanto, a concorrência acirrada com outros grandes produtores, como os Estados Unidos e a Austrália, destaca a importância da diferenciação e da garantia de qualidade do produto brasileiro. Os produtores que investem em práticas sustentáveis de produção, conformidade com padrões internacionais e atendimento às demandas dos consumidores têm maior probabilidade de se destacar no mercado global e enfrentar os desafios apresentados pelo cenário atual.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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