Apresentados nesta quinta, as novidades devem chegar ao mercado na próxima safrinha e prometem economia aos produtores rurais.
Novas variedades de sorgo podem ser tão eficiente na nutrição de suínos quanto o milho, segundo especialistas que se reuniram nesta quinta-feira, dia 14, em Rondonópolis (MT). Realizado na fazenda Jotabasso, o encontro explorou as características de duas novidades da planta que devem chegar ao mercado já na próxima safrinha.
Originário do norte da África, o sorgo tem vários destinos dentro da cadeia produtiva e pode, até, ser utilizado como alimento, forragem animal, produção de bebidas alcoólicas e biocombustíveis. O cereal é considerado o quinto mais importante do mundo e, no Brasil, o cultivo começou a ganhar força no início da década de 1970.
Com alta tolerância ao estresse hídrico, a cultura se tornou uma boa alternativa para substituir o milho na segunda safra. “Temos como realidade a produtividade acima de 120 sacos por hectare, mas há uma variação entre as regiões mais marginais, que no final do plantio fica sem condições de umidade. O sorgo, no entanto, é um ótimo complemento do milho na safrinha, já que o milho tem esse problema quando não é favorável a questão hídrica e luminosidade”, disse o líder de melhoramento de sorgo na América do Sul, Gustavo Almeida.
Segundo o especialista, no comparativo com o milho, o sorgo apresenta um menor custo de produção e é mais resistente.
“Ambas são culturas complementares na safrinha brasileira”, completou.
De olho nesse mercado promissor, a empresa Jotabasso abriu as porteiras da fazenda para apresentar duas novas cultivares de sorgo para a próxima safrinha, que são os híbridos JB 1326 e JB 1330, com alta produtividade.
“O 1326 tem um apelo para a abertura, com um material de alta produtividade e foco no plantio. Já o 1330 é um material que tem mais estabilidade e maior resposta de produtividade no fechamento, com um material que aguenta mais o estresse hídrico. Em termos sanitário, são dois materiais resistentes à maioria das doenças “, explicou Winicius Menegaz, responsável técnico da Jotabasso.
Além de acompanhar as variedades lançadas, o público acompanhou palestras técnicas sobre a cultura, com foco em adubação, fungicidas e palhadas. “Estamos construíndo um germoplasma cada vez mais produtivo e a gente tem a felicidade de superar, a cada ano, a nossa meta de ganho médio de 2% ao ano. O principal desafio é justamente aumentar a produtividade no sistema safrinha, em condições marginais”, contou Gustavo Almeida.
Sorgo x milho
As vantagens do sorgo sobre o milho na nutrição animal também foram destacadas. De acordo com o engenheiro agrônomo Lucas Pascoal, da BRF Foods, os números são interessantes, principalmente para a suinocultura.
“O sorgo se aproxima muito do milho na criação de suínos. A energia metabolizável, por exemplo, fica próxima a 99% em comparação entre os dois cereais. Baseadas nestas informações, algumas grandes empresas estão olhando para essa questão nutricional e analisando a oportunidade de substituir parte do milho pelo sorgo.”
No confinamento bovino, o sorgo também tem apresentado resultados satisfatórios. O pecuarista Osvaldo Rubim Pasqualoto, por exemplo, tem um rebanho de dez mil cabeças e garantiu que houve economia no custo de produção com a mudança.
“Adotamos o sorgo há mais de cinco anos e percebemos uma resposta, pois é uma cultura que pode entrar um pouco mais tarde em relação ao milho e tem excelente produção. Na ração para os bois em confinamento e semiconfinamento, nós não percebemos diferenças entre sorgo e milho e, no caso do sorgo, consigo uma economia de 20% em relação ao milho”, disse.
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Fonte: Canal Rural