O modelo de sistema tradicional é pouco eficiente economicamente, sendo a redução da idade de abate uma alternativa de grande viabilidade. Confira!
No Brasil existem basicamente dois sistemas de produção de bovinos, um marcado por investimentos em nutrição, genética e manejo, cujo objetivo é abater animais precocemente para elevar a produtividade por animal e por área. O outro predomina o sistema extensivo, onde existe pouca ou nenhuma utilização de tecnologias, resultando em baixa lotação e ganho de peso sendo os animais abatidos tardiamente.
Não há um conceito muito claro para o termo pecuária de ciclo curto. Mas, para Sérgio Medeiros, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, “a pecuária de ciclo curto seria aquela em que a idade de abate do animal ou a idade da primeira cria é significativamente reduzida em relação aos 30-36 meses usuais”.
Assim, quando comparamos o sistema de produção tradicional (extensivo) e o sistema de pecuária de ciclo curto, observamos que existe uma diferença discrepante nos índices produtivos, que serão muito maiores no sistema intensivo.
O modelo de sistema tradicional é pouco eficiente economicamente, sendo a redução da idade de abate uma alternativa de grande viabilidade.
Com a intensificação dos sistemas de produção a área necessária para se produzir a mesma quantidade de carne em um sistema intensivo comparado com o extensivo com pastagens degradadas é 7 vezes menor.
Nesse sentido, a adoção práticas como o uso da suplementação, o confinamento para terminação, o semi-confinamento e a suplementação no período seco são estratégias que vêm sendo utilizadas para aumentar a eficiência e a produtividade, reduzir o ciclo de produção, melhorar a qualidade e o acabamento das carcaças e, consequentemente, fazer uso sustentável da terra e dos recursos naturais (ABIEC, 2014).
Técnicas de intensificação que permitam o aumento da produtividade da criação de bovinos sob pastejo, devem ser consideradas, pois tornam-se uma ferramenta para otimizar o uso racional dos recursos disponíveis, que possibilitem incrementos na receita final de maneira eficiente e sustentável.
Confira abaixo 9 vantagens da utilização do ciclo curto na pecuária de corte:
1) Elevação do giro de capital investido;
2) Liberação de áreas da propriedade, pois há a necessidade de menos área para a produção da mesma quantidade de carne;
3) Ganho na produtividade;
4) Diluição dos custos fixos, como o de construção e depreciação do curral e do custo da terra por produzir mais por área;
5) Redução do custo da terra, pois necessita-se uma área menor;
6) Aumento da competitividade e maior possibilidade de suprir a crescente demanda por carne;
7) Eficiência alimentar é maior, com maiores ganhos de peso obtidos no ciclo curto estimulando a deposição de gordura, facilitando a terminação do animal para abate, com potencial de melhora na qualidade da carcaça;
8) Possibilidade de produção de carne de melhor qualidade, com bonificação ao produtor.
9) Redução nas emissões de gases de efeito estufa por unidade de produto devido à redução da área necessária para produzir a mesma quantidade de produto.
Desafios
Mesmo sendo uma atividade que gera elevados lucros quando bem realizada, a pecuária de ciclo curto envolve muito risco – que precisa ser considerado.
O investimento é maior na alimentação dos animais, por isso todo o cuidado para que os outros componentes do sistema estejam alinhados com esse maior investimento é fundamental para o sucesso.
Um exemplo disso é o uso de animais com boa genética, já que animais que não tem essa característica podem não responder à intensificação do sistema, não compensando os investimentos feitos.
Outra questão a ser considerada é que pequenos erros podem resultar em grandes perdas, por isso é necessário entender que o sistema pecuário deve ser visto de forma integral, cuidando para que não seja investido em apenas um dos pontos, deixando de dar atenção a outros. Não adianta investir na nutrição excelente para animais de genética ruim ou ter animais com genética de ponta, mas não haver investimento no manejo e na gestão da propriedade.
O maior desafio da pecuária de ciclo curto é a alta dependência do preço dos concentrados, fato esse que deve ser muito bem planejado.
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Conclusões
A intensificação é uma ferramenta necessária para que o pecuarista consiga se manter na atividade de forma competitiva e lucrativa, uma vez que a margem líquida da pecuária se torna cada vez mais estreita, e com a intensificação os custos acabam sendo diluído com a maior produtividade.
Nesse sentido a pecuária moderna deve ser centralizada na profissionalização, trilhando caminhos que direcionam a uma pecuária de ciclo curto.
Fonte: Beef Point