No Brasil, os preços estão surpreendendo até o momento, mesmo com avanço da colheita. Os portos registraram negócios a R$ 54,50 por saca.
O analista Paulo Molinari, da consultoria Safras & Mercado, preparou um relatório com dicas do que está influenciando os mercados externo e interno de milho. Atenção, pois são fatores que podem mexer com os preços nos próximos dias!
- Inicialmente, não há nenhum problema grave para o mercado internacional de milho;
- Os preços na China, que eram a discussão recente, começam a ceder e não têm influência na Bolsa de Chicago;
- Estimativas bastante otimistas para a produtividade nos Estados Unidos. Na próxima quarta-feira, 12, o Departamento de Agricultura do país (USDA) atualiza seu quadro de oferta e demanda. A expectativa é de produtividade projetada acima de 180 bushels por acre;
- Uma produção maior pode levar a um estoque acima dos já altos 67 milhões de toneladas previstos para o próximo ano comercial;
- Os EUA precisam de exportações maiores para sustentar preços acima dos US$ 3/bushel na Bolsa de Chicago no segundo semestre. Assim, os norte-americanos terão que acelerar seus embarques, competindo com Brasil, Argentina e Ucrânia;
- China não é referência importante neste momento para o escoamento da produção dos EUA;
- Mercado interno surpreende com preços em alta em plena colheita. Semana com negócios em R$ 54/54.50 para agosto e setembro nos portos;
- Os embarques na exportação são bons mas não se traduzem em um fator para tal agressividade de preços e prêmios nos portos. Esse movimento tem a ver com o erro de originação das tradings, que estão descobertas com embarques de curto prazo;
- Produtores colhem, cumprem contratos e retraem nas vendas do restante da segunda safra;
- Consumidores internos avançam em compras com receios de oferta mais discreta nos próximos meses;
- Um conjunto de fatos com notícias distorcidas ajuda a manter o produtor retraído nas vendas e preços firmes;
- Com corte na área de verão do milho, o risco de que este quadro de abastecimento siga ajustado até julho de 2021;
- Não há nada de novo nas exportações de milho, com meta de 35 milhões de toneladas no ano e sem participação de compras por parte da China;
- Perdas de produtividade na safrinha do Paraná, do Mato Grosso e em São Paulo vão se confirmando.
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