Apesar das projeções iniciais, ainda há muitas incertezas que podem alterar o panorama da safra de soja. Fatores climáticos adversos, políticas comerciais e variações na demanda global são elementos que podem modificar as estimativas atuais; confira
O mercado global de soja está prestes a enfrentar um cenário desafiador na safra 2024/25. As estimativas preliminares do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam que a oferta deverá superar a demanda mais uma vez, perpetuando a tendência observada na safra anterior. Esse desequilíbrio resulta em uma queda nos preços, o que pode impactar significativamente os maiores exportadores, especialmente o Brasil.
O USDA projeta que a relação entre estoques e demanda global de soja atingirá seu nível mais elevado dos últimos seis anos em 2024/25. A previsão é de que a produção mundial exceda o consumo em aproximadamente 32%. Este aumento na oferta é impulsionado pela adição de 25,3 milhões de toneladas à produção global, enquanto a demanda deve crescer apenas 18,2 milhões de toneladas. Essa diferença de 7,1 milhões de toneladas se converterá em estoque, colocando pressão adicional sobre os preços.
O Brasil, maior exportador mundial de soja, terá um papel crucial nesse aumento de oferta. Estima-se que as lavouras brasileiras contribuirão com 60% das novas toneladas de soja no mercado, com a produção nacional crescendo quase 10% para 169 milhões de toneladas. No entanto, essas projeções não consideram possíveis perdas de produtividade no Rio Grande do Sul, onde enchentes recentes podem ter efeitos negativos no solo e, consequentemente, na colheita.
A perspectiva de uma oferta abundante e preços em queda tem implicações variadas. Para produtores, isso significa menores margens de lucro, o que pode desencorajar investimentos e afetar o planejamento agrícola. No entanto, para consumidores e indústrias dependentes de soja, como a produção de ração animal e biocombustíveis, preços mais baixos podem ser benéficos.
Apesar das projeções iniciais, ainda há muitas incertezas que podem alterar o panorama. Fatores climáticos adversos, políticas comerciais e variações na demanda global são elementos que podem modificar as estimativas atuais. Além disso, a recuperação econômica global pós-pandemia e os avanços tecnológicos na agricultura podem também influenciar a oferta e a demanda de soja.
A safra 2024/25 de soja se desenha como um período de excesso de oferta no mercado global, com projeções indicando uma relação estoque/consumo superior a 30%. Este cenário sugere uma continuidade da pressão sobre os preços, desafiando especialmente os produtores brasileiros. No entanto, como em todo mercado agrícola, variáveis imprevisíveis podem ainda transformar significativamente as expectativas atuais. Assim, é crucial que os stakeholders permaneçam atentos às dinâmicas do mercado e às condições climáticas, adaptando suas estratégias conforme necessário.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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