Com temperaturas abaixo de zero, setor teme morte de animais no campo, veja na matéria abaixo o que dizem os especialistas!
A onda de frio intenso deixou em alerta os pecuaristas brasileiros que, neste início de entressafra, ainda mantêm boiada gorda nas fazendas. A geada que chegou na semana passada e deve ficar até o final desta semana causou prejuízos na produção de café, erva mate, cana-de-açúcar, hortifrúti e pastagens.
Os termômetros marcaram temperaturas negativas na maior parte do sul do país e em outras regiões foram máximas de 5°C. Todo esse frio, causou danos as pastagens, fonte de alimento do gado. Além disso, canaviais tiveram perdas de quase 40% com as geadas.
Geada não dá trégua e atinge lavouras e pastagens do Sul e Sudeste
O gado no sul, apesar de adaptado a baixas temperaturas, pode sofrer danos graves com essas quedas bruscas, já que o sistema fisiológico precisa de adaptação e, se o produtor não tiver alimento reservado, pode, em alguns casos, morrer por falta de alimento.
No momento, os olhares direcionam as atenções não só para as condições de pastagens, mas também para as previsões climáticas para os próximos dias. “Vai morrer bastante boi de frio este ano”, prevê um especialista no setor.
Quando falamos de animais de corte, principalmente, esses não estão acostumados a essas baixas temperaturas. No Centro-Oeste e regiões de São Paulo, o gado é mais adaptado a temperaturas mais elevadas.
Segundo relatos da Informa Economics FNP, especialmente nas regiões do Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sul do Mato Grosso do Sul, há grande preocupação com a forte frente fria que se estende até o fim de semana e seus efeitos sobre o rebanho terminado.
Paralelamente, em outras regiões pecuárias também já se observa os pastos secarem rapidamente com a chegada do inverno, observa a empresa.
Os animais em terminação, se não forem suplementados de forma correta no cocho, podem sofrer grandes perdas, causando prejuízo no lucro final do pecuarista. Esses animais tendem a metabolizar gordura para poder suprir o frio. Já os animais terminados a pasto, esses devem ter um olhar mais atento do produtor.
Segundo a consultoria, em algumas praças pecuárias do país, a oferta de animais se mostra mais contida, pois grande parte dos pecuaristas começou a “guardar seus animais no cocho para evitar perdas de peso e estresse com a chegada da frente fria”.
Entretanto, no longo da semana, devemos ter uma mudança no mercado. Esses bois a pasto que já estão em fase de terminação, devem ser ofertados e isso pode causar uma queda no preço pela alta na oferta de animais gordos.
“As baixas temperaturas e o registro de geada em algumas regiões prejudicaram ainda mais as pastagens, que já vinham sendo desgastadas pelo período seco e frio”, relata a consultoria.
Dessa maneira, continua a Agriffato, pecuaristas podem ser pressionados a entregar os últimos animais da safra de capim de maneira abrupta, aumentando a oferta no curto prazo.
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As escalas de abate, que avançaram consideravelmente na última semana, dão certa tranquilidade para a indústria na aquisição de matéria-prima, podendo testar indicações abaixo das praticadas no final de junho, informa a consultoria.
Na última sexta-feira, o indicador Esalq/B3/Cepea ficou em R$ 153,55/@, alta de 1,29% ante o fechamento anterior.
No mercado futuro da B3, o vencimento julho recuou 0,32% no comparativo diário e fechou a última semana em R$ 154,50/@. Já o contrato com entrega para outubro, no mesmo comparativo, caiu 0,19% e fechou em R$ 161,80/@.
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