
Projeto liderado pela Embrapa utiliza tecnologia de DNA recombinante e promete reduzir impacto sanitário e econômico da cisticercose bovina nos rebanhos brasileiros.
A cisticercose bovina, causada pela larva da Taenia saginata, conhecida popularmente como “solitária”, é uma ameaça silenciosa à pecuária brasileira, com prejuízos estimados em mais de R$ 100 milhões anuais, segundo dados do Serviço de Inspeção Federal. No entanto, um avanço promissor começa a ganhar forma com o desenvolvimento de uma vacina que pode revolucionar o controle dessa zoonose.
A atualização do projeto é o avanço científico e promissor que já foi alcançado. A vacina está sendo desenvolvida por pesquisadores da Embrapa, em parceria com universidades federais, a Fiocruz e apoio do CNPq. O imunizante utiliza tecnologia de DNA recombinante e é baseado em duas proteínas dominantes do parasita, com o objetivo de impedir o desenvolvimento dos cisticercos nos animais vacinados.
“A proposta é oferecer uma alternativa segura e eficaz para controlar a doença diretamente no animal, reduzindo os prejuízos econômicos e os riscos à saúde pública”, explicam os pesquisadores envolvidos no projeto.
Potencial impacto na cadeia produtiva
A cisticercose é uma zoonose que não apenas compromete o desenvolvimento dos bovinos, mas também contamina a carne destinada ao consumo humano. Isso leva à condenação de carcaças em frigoríficos e impõe restrições à comercialização da carne, afetando toda a cadeia produtiva da bovinocultura.
Com a vacina, a expectativa é de que haja maior segurança alimentar, valorização do produto bovino e aumento da rentabilidade para o produtor, além de ganhos significativos em qualidade sanitária.
Diagnóstico e prevenção contra a cisticercose bovina continuam importantes
Além da vacina, o estudo avalia o uso das mesmas proteínas recombinantes para o desenvolvimento de testes de diagnóstico, o que pode facilitar a detecção precoce e o controle da doença em campo.
Enquanto o imunizante não chega ao mercado, os especialistas reforçam a importância das medidas preventivas tradicionais, como:
- Cozimento adequado da carne bovina
- Consumo de água tratada
- Saneamento básico
- Educação sanitária da população rural
Vacina está próxima
A expectativa é que, até 2026, o imunizante esteja pronto para testes em larga escala e, posteriormente, para registro e comercialização. O avanço representa uma conquista significativa para a pecuária nacional, especialmente em regiões onde a doença é endêmica.
Com o apoio de políticas públicas e adesão dos produtores, a nova vacina pode não apenas proteger os rebanhos, mas também promover um salto de qualidade na carne bovina brasileira, fortalecendo sua competitividade nos mercados nacional e internacional.
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