Uma Girolando meio sangue de segunda cria produziu mais de 120 kg de leite num único dia, tornando-se a vaca mais produtiva do mundo
O Brasil é referência mundial na pecuária leiteira. O país é o quarto maior produtor mundial de leite. Por aqui, em 99% dos municípios, 1.3 milhão de produtores ordenham 21,75 milhões de vacas diariamente, gerando uma produção anual de 35 bilhões de litros de leite, segundo dados de 2015 do IBGE (Instituto Brasileira de Geografia e Estatística).
A funcionalidade, adaptabilidade e produtividade do Girolando faz com que a raça esteja presente em 80% desses rebanhos. Nenhuma outra raça consegue produzir tão bem em condições tropicais. O Girolando, assim como o Nelore na pecuária de corte, encontrou no Brasil a condição ideal para se desenvolver e evoluir, gerando riqueza e visibilidade para o país.
MAIOR PRODUÇÃO ENTRE TODAS AS RAÇAS
A produtividade média do rebanho brasileiro ainda é baixa: 1.609 litros por vaca/ano (IBGE 2015). No entanto, a raça Girolando mostra sua força leiteira. De acordo com dados de 2014 da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, a média por lactação da raça é de 5.061,00 litros de leite por vaca/ano, com duração média de 283 dias de lactação. Quanto mais profissional for o produtor, melhor o resultado. Aliando genética, nutrição e manejo, a raça mostra toda a sua capacidade.
Este é o caso da vaca 154 FIV Sanchez, uma Girolando meio sangue que, no dia 03 de agosto, entrou para a história da pecuária mundial. A vaca, que está em sua segunda cria, produziu, durante o torneio leiteiro de Lins (SP), a média diária 111,863 kg, com pico de produção de 120,480 kg, superando o recorde anterior que era de Alterosa Bradley da Xapetuba, outra Girolando meio sangue, que em 2015 havia produzido a média de 109,123 kg durante o Camaru, em Uberlândia (MG).
A nova recordista mundial é de propriedade do Condomínio Mirante, formado por Antônio Gilberto R. de Castro, David Rezende Côrtes e Leandro Borges Valle, três pecuaristas de Araxá, MG, que tem como sócias as Fazendas Quilombo, Colorado e São Vicente. “É impressionante observar a evolução da raça e como o melhoramento genético tem possibilitado alcançar patamares cada vez maiores de produção. Isso mostra ao mundo a força da atividade leite no Brasil e o potencial que o país tem de levar essa genética para outros países tropicais que buscam desenvolver a sua pecuária”, avalia David Rezende.
Luiz Carlos Rodrigues, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, comenta que esse resultado coloca o Brasil em destaque no mundo. “É uma grande conquista para todos que trabalham com o Girolando. Isso demonstra evolução genética, profissionalismo e desenvolvimento da nossa atividade. Esse animal é um patrimônio, por mostrar ao mundo a sua força como raça especializada na produção leiteira. É também uma confirmação de que o nosso Programa de Melhoramento Genético da raça Girolando (PMGG) está no caminho certo”, destaca.
LEITE DE ALTO VALOR NUTRICIONAL
A Megaleite 2017 marcou uma nova fase do Torneio Leiteiro Nacional de Girolando. A competição passou a premiar também as fêmeas com maior produção de leite corrigido para sólidos, informação fundamental para a cadeia do agronegócio leite. Como há uma relação direta entre o rendimento industrial e a proporção de sólidos, muitos laticínios já bonificam o produtor por qualidade e por teor sólido.
Nessa oportunidade, a doadora 154 FIV Sanchez sagrou-se a primeira Grande Campeã de Produção de Sólidos, com produção média de 87,052 kg/leite.
O leite é uma das riquezas do Brasil. Um setor que emprega mais de 4 milhões de brasileiros, que gera renda, divisas, receita. O Girolando, além de raça genuinamente brasileira, é a principal engrenagem dessa atividade. O fortalecimento dela promove toda a cadeia.
Fonte: Condomínio Mirante