A UNIMED Brasil, uma empresa da área da saúde humana, criou uma campanha que foi, na verdade, uma afronta para o setor produtor de carne. Veja!
A Segunda Sem Carne surgiu em 2003 nos Estados Unidos e hoje já está presente em mais de 40 países, mas é no Brasil que ela tem gerado mais impacto recentemente.
Por aqui, a iniciativa foi lançada em 2009. De lá pra cá, a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), vem trabalhando para que a substituição da proteína animal pela proteína vegetal, pelo menos um dia por semana, seja implementada pelo poder público, diminuindo a demanda coletiva por produtos de origem animal e gerando benefícios para a saúde das pessoas, para o meio ambiente e para os animais.
Agora o assunto voltou a ser pauta no Brasil, onde a UNIMED Brasil, criou uma campanha denominada, nada menos que A SEGUNDA SEM CARNE, em prol da “saúde”. Um grande absurdo, já que ela é uma empresa do ramo da saúde e, não exitem provas médicas, de que o consumo de carne pelo ser humano cause danos a saúde, pelo contrário.
Veja na matéria abaixo o estudo mais recente, desmentindo todo o discurso usado pelos veganos e vegetarianos para que o consumo de carne pare no mundo.
Diante de tanto impacto negativo para a UNIMED, algumas de suas filiais espalhadas pelo Brasil, vieram a público com uma nota de repúdio para a campanha criada. Veja o vídeo de uma delas:
Além disso, a UNIMED Brasil, em uma tentativa de abafar o desastre e a afronta ao setor que movimento a economia do país, tirou do ar todo e qualquer material sobre o assunto, infelizmente, o estrago está feito!
Novo estudo afirma que não há benefícios em restringir o consumo de carne vermelha
Por anos, as autoridades de saúde pública dos EUA recomendaram que as pessoas limitassem seu consumo de carne vermelha e carne processada industrialmente, devido a preocupações quanto a uma possível conexão entre esses alimentos e doenças cardíacas, cânceres e outros problemas de saúde.
Mas, na segunda-feira (30), uma colaboração internacional entre pesquisadores produziu uma série de análises que concluem que essa recomendação não é sustentada por provas científicas sólidas.
Se existem benefícios para a saúde com um menor consumo de carne bovina e suína, eles são pequenos, concluíram os pesquisadores. De fato, as vantagens são tão pequenas que só podem ser discernidas quando existe uma grande população sendo observada, e não são suficientes para orientar indivíduos a alterar seus hábitos de consumo de carne.
“A certeza quanto às provas referentes a reduções de risco era baixa ou muito baixa”, disse Bradley Johnson, epidemiologista da Universidade Dalhousie, no Canadá, e líder de um grupo que publicou a nova pesquisa na revista acadêmica Annals of Internal Medicine.
As novas análises estão entre as maiores avaliações desse tipo já feitas e podem influenciar futuras recomendações nutricionais.
As conclusões já foram recebidas com críticas ferozes por pesquisadores de saúde pública. A Associação Cardíaca Americana, a Sociedade Americana do Câncer e a Escola T.H. Chan de Saúde Pública da Universidade Harvard, além de outras organizações, atacaram ferozmente as conclusões e a revista que as publicou.
Algumas dessas organizações pediram que a publicação fosse postergada por prazo indefinido. Cientistas de Harvard afirmaram em comunicado que as conclusões “prejudicam a credibilidade da ciência da nutrição e erodem a confiança pública na pesquisa científica”.
O Comitê de Médicos pela Medicina Responsável, uma organização que promove uma dieta de base vegetal, apresentou uma queixa contra a publicação à Comissão Federal do Comércio (FTC, na sigla em inglês). O médico Frank Sacks, ex-presidente do comitê de nutrição da Associação Cardíaca Americana, classificou a pesquisa como “fatalmente incorreta”.
Embora as novas constatações devam satisfazer os proponentes de dietas de alto teor de proteína que são muito populares, elas certamente devem agravar a consternação do público quanto às recomendações dietéticas, que parecem mudar em intervalos de alguns anos. As conclusões representam mais uma reversão em uma série que já inclui sal, gordura, carboidratos e outros.
A perspectiva de uma renovação do apetite por carne vermelha também corre em oposição a duas outras tendências importantes: a crescente conscientização sobre a degradação ambiental causada pela criação de gado e a preocupação já antiga quanto ao bem-estar dos animais usados para produção industrial de alimentos.
A carne bovina não é só mais um alimento. Foi um símbolo da prosperidade dos Estados Unidos depois da Segunda Guerra Mundial, e seu lugar central no cardápio das famílias americanas foi firmemente estabelecido. Mas, com o avanço das preocupações quanto a seus efeitos sobre a saúde, o consumo da carne bovina começou a cair desde a metade dos anos 1970, em benefício da carne de frango, principalmente.
“A carne vermelha costumava ser o símbolo de que a pessoa pertencia a uma classe social elevada, mas isso está mudando”, disse o médico Frank Hu, diretor do departamento de nutrição da Escola T.H. Chan de Saúde Pública, em Boston, parte da Universidade Harvard. Hoje, quanto mais elevado for o nível educacional dos americanos, menos carne vermelha eles costumam comer, apontou o médico.
Mas ainda assim o consumidor americano médio come cerca de 4,5 porções de carne vermelha por semana, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças. Cerca de 10% da população do país come pelo menos duas porções de carne vermelha por dia.
Os novos relatórios se baseiam em quatro anos de trabalho de um grupo de 14 pesquisadores em sete países sob o comando de Bradley Johnson. Os pesquisadores reportaram não ter conflitos de interesse e realizaram os estudos sem financiamento externo.
Em três revisões, o grupo observou estudos que buscavam determinar se o consumo de carne vermelha ou industrializada afetava o risco de doenças cardiovasculares ou câncer.
Para avaliar as mortes por qualquer causa, o grupo revisou 61 artigos sobre 55 populações, com mais de 4 milhões de participantes. Os pesquisadores também consideraram testes com seleção aleatória de participantes que buscavam vincular o consumo de carne vermelha a câncer e doenças cardíacas (o número desses estudos é muito baixo), assim como 73 artigos que examinaram vínculos entre a carne vermelha e a incidência de câncer e mortalidade.
Em cada estudo, os cientistas concluíram que os vínculos entre o consumo de carne vermelha e doenças e morte eram poucos, e que a qualidade das provas disponíveis variava de baixa a muito baixa.
Isso não significa dizer que esses vínculos não existem. No entanto, eles surgem principalmente em estudos que observam grupos de pessoas, uma forma de evidência fraca. Mesmo nesses casos, os efeitos do consumo de carne vermelha sobre a saúde só são detectáveis nos maiores grupos, e um indivíduo não teria como concluir que vai ou não ter saúde melhor caso decida não comer carne vermelha.
Um quarto estudo perguntava por que as pessoas gostavam de carne vermelha e se elas estariam dispostas a reduzir a quantidade consumida se isso melhorasse sua saúde. Se riscos de saúde, mesmo modestos, servem como motivadores importantes para os americanos, talvez valesse a pena continuar a recomendar que consumam menos carne vermelha.
Mas a conclusão? Mesmo para isso as provas são fracas, mas os pesquisadores constataram que “os onívoros se apegam à carne e não se dispõem a mudar de comportamento quanto estão diante de efeitos indesejáveis sobre a saúde”.
Consideradas como um todo, as análises despertam questões sobre as orientações nutricionais costumeiras de que as pessoas comam menos carne vermelha, dizem especialistas.
“As recomendações se baseiam em estudos que presumivelmente afirmam que há provas em sustentação do que dizem, e essas provas não existem”, disse o médico Dennis Bier, diretor do Centro de Pesquisa de Nutrição Infantil do Baylor College of Medicine, em Houston, e antigo editor do American Journal of Clinical Nutrition.
David Allison, diretor da Escola de Saúde Pública da Universidade de Indiana em Bloomington, mencionou “a diferença entre a decisão de agir e a obtenção de uma conclusão científica”.
É uma coisa que um indivíduo acredite que comer menos carne vermelha e carne industrializada melhorará sua saúde. Mas, disse ele, “se você deseja afirmar que existem provas de que comer carne vermelha ou carne industrializada tem esses efeitos, o critério é mais objetivo, e os indícios disponíveis não sustentam essa conclusão”.
Allison, que não participou do estudo, recebeu verbas de pesquisa da Associação Nacional de Pecuaristas dos Estados Unidos, uma organização de lobby dos produtores de carne bovina.
Os novos estudos foram recebidos com indignação por pesquisadores da nutrição, que há muito afirmam que a carne vermelha e a carne industrializada contribuem para o risco de doenças cardíacas e câncer.
“Irresponsável e antiético”, disse Hu, de Harvard, sobre o estudo em um comentário que ele e colegas publicaram online. Os estudos da carne vermelha como fator de risco para a saúde podem ter apresentado problemas, ele disse, mas a coerência das conclusões ao longo do tempo lhes proporciona credibilidade.
Os estudos de nutrição não devem ser submetidos aos mesmos padrões rígidos que estudos sobre medicamentos experimentais, disse ele.
As provas quanto aos riscos da carne vermelha serviram para convencer a Sociedade Americana do Câncer, disse Marjorie McCullough, diretora científica sênior da organização.
“É importante reconhecer que esse grupo de pesquisadores revisou as provas e constatou os mesmos riscos na carne vermelha e carne industrializada que outros especialistas haviam identificado”, ela afirmou em comunicado. “Assim, o que eles estão afirmando não é que o risco da carne vermelha é menor do que o estimado, e sim que o risco, sobre o qual todos concordam, é aceitável para indivíduos”.
O cerne do debate é uma disputa sobre a pesquisa de nutrição em si e sobre se é possível determinar os efeitos de apenas um componente de uma dieta. O padrão de referência para provas médicas é o ensaio clínico aleatório, no qual um grupo de participantes recebe aleatoriamente um medicamento ou dieta e outro recebe uma intervenção diferente ou placebo.
Mas pedir que pessoas respeitem uma dieta designada para elas ao acaso e por um prazo suficiente para saber se ela afeta o risco de ataques cardíacos ou câncer é praticamente impossível.
A alternativa é um estudo observacional: os pesquisadores perguntam o que as pessoas comem e buscam conexões com sua saúde. Mas pode ser difícil determinar o que as pessoas realmente estão comendo, e as pessoas que comem muita carne são diferentes de muitas outras maneiras daquelas que comem pouca ou nenhuma.
“Os indivíduos que tipicamente comem hambúrgueres no almoço também costumam comer batatas fritas e beber refrigerantes, em vez de comer um iogurte, uma salada e uma fruta?”, questiona Alice Lichtenstein, nutricionista da Universidade Tufts. “Não creio que seja possível assumir uma posição baseada em provas a não ser que conheçamos, e compensemos, a comida de substituição”.
As constatações servem como um momento para reconsiderar de que maneira as pesquisas sobre nutrição são conduzidas no país, disseram alguns pesquisadores, e se os resultados realmente ajudam a informar as decisões de um indivíduo.
“Eu não conduziria mais estudos observacionais”, disse o médico John Ioannidis, professor da Universidade Stanford que pesquisa sobre o estudo e a política da saúde. “Já conduzimos um número suficiente deles. É extremamente improvável que exista algum grande sinal que estejamos ignorando”, disse, referindo-se a um grande efeito de qualquer mudança específica de dieta sobre a saúde.
A despeito dos problemas nas provas de que dispõem, as autoridades de saúde precisam oferecer conselhos e diretrizes, disse o médico Meir Stampfer, também da Escola T.H. Chan de Saúde Pública. Ele acredita que os dados em favor de comer menos carne vermelha, embora imperfeitos, indicam que existe uma boa probabilidade de benefícios para a saúde.
Uma maneira de oferecer conselhos seria dizer: “reduza seu consumo de carne vermelha”, ele afirma. “Mas as pessoas rebateriam perguntando o que isso quer dizer.”
As autoridades que fazem recomendações sentem que precisam sugerir um determinado número de porções. No entanto, quando o fazem, “isso cria uma aura de que a orientação é na verdade mais exata do que de fato é”, ele acrescentou.
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As questões de saúde pessoal nem mesmo começam a levar em conta a degradação ambiental causada em todo o mundo pela produção intensiva de carne. A produção de carne e de laticínios contribui muito para a mudança do clima. A criação de gado responde por cerca de 14,5% dos gases causadores do efeito estufa gerados pela atividade humana a cada ano.
A carne bovina, especialmente, tende a ter efeito desproporcional sobre o clima, em parte por conta da terra necessária para criar gado e cultivar ração, e em parte porque as vacas emitem metano, um poderoso gás causador do efeito estufa.
Pesquisadores estimaram que, em média, a carne bovina tem cinco vezes mais impacto que a carne de porco ou de frango sobre o clima, por grama de proteína. Os alimentos de base vegetal tendem a ter impacto ainda menor.
Talvez não haja maneiras de criar normas que podem ser transmitidas ao público e ao mesmo tempo comunicar a amplitude das provas científicas com relação à dieta.
Ou talvez, disse Bier, as autoridades devam tentar algo mais direto: “Se você não dispuser de indicações de alta qualidade, a conclusão correta é ‘talvez'”.