Um líder na pecuária brasileira: Empresário, administrador de empresas, pecuarista e agora gerenciador do site de maior referência do setor pecuário, o GPB!
O título desta reportagem deveria ser “Oswaldo Furlan Júnior, um visionário”. Não fosse pelo fato de que ele, o próprio Oswaldo Furlan Júnior, deixar bem claro que este é o título que dá ao pai, de quem herdou o nome, óbvio, e a quem reverencia a trajetória de vida.
E quem é o filho do seu Oswaldo? Um administrador de empresas, um empreendedor da agropecuária e o homem que montou o Grupo Pecuária Brasil (GPB) – um caso de sucesso na união dos pecuaristas, compartilhando informações e experiências do setor via internet e, acima de tudo, um líder na área, que gosta de trocar ideias, defende o bom uso da informação, com ética e respeito para fortalecer a categoria.
Jornal da Cidade – Hoje, o GPB é referência nacional e começa a ser internacional também. Você é o mentor dele?
Oswaldo Furlan Júnior – Sim, a ideia nasceu da gente, a partir de uma necessidade de troca de informações e experiências. Um grupo constituído por pecuaristas, técnicos, comerciantes, prestadores de serviços, entre outras profissões, que se comunica via Telegram e WhatsApp com o objetivo de fazer o bem e trazer prosperidade para o setor pecuário como um todo. O Grupão, como é apelidado, possui mais de 14 mil membros, de quase 200 cidades diferentes, está em 17 Estados brasileiros e Distrito Federal e 3 países.
JC – Como surgiu a sua trajetória na agropecuária? Nasceu numa fazenda?
Oswaldo Furlan Júnior – Nada disso. Quando criança nem sonhava. Sou filho de um homem que ascendeu de patroleiro (isso mesmo de patrola, piloto de motoniveladora) da Prefeitura de Jaú, fazendo manutenção de estrada até fora de hora. Depois foi puxar açúcar para usinas, até ser dono da maior empacotadora de açúcar da região, atendendo varejo e atacado, para citar apenas um exemplo da trajetória profissional dele, parte do que ele fez. Meu pai, hoje com 88 anos, sempre foi um lutador, trabalhava de sol a sol e onde via uma oportunidade de expansão ele agarrava. Sempre digo que não é fácil ser um bom piloto de F1 depois do Senna. E para ser um Oswaldo Furlan depois dele? Eu tento (risos).
JC – E como veio parar em Bauru?
Oswaldo Furlan Júnior – Sou nascido em Jaú, criado em Pederneiras e aos 18 anos já viemos para Bauru. Onde, até por conta dos negócios do meu pai estarem crescendo, eu fui fazer na ITE (Instituição Toledo de Ensino) o curso de administração de empresas, para entender mais de gerenciamento. Meu pai queria o crescimento dos filhos. Sou o mais novo de três. Tenho duas irmãs mais velhas.
JC – A sua carreira começou aí?
Oswaldo Furlan Júnior – Fiz várias coisas na vida, até sociedade em empresa de terraplanagem, onde descobri o valor do gerenciamento, o prazer, não apenas a obrigação de fazer a coisa dar certo. E eu gosto de liderança. Isso sempre foi muito forte em mim. Liderar, ter um bom relacionamento com as pessoas. E também um poder organizacional. Isso é muito importante. E, como disse, meu pai sempre foi um visionário. Sobrava um dinheirinho e ele aplicava em terra, no Mato Grosso, Goiás, Tocantins, a longo prazo, esperando o progresso chegar. E aí o progresso chegou (risos).
JC – Foi assim que você entrou na pecuária?
Oswaldo Furlan Júnior – Sim, fui aplicar o conhecimento que eu tinha adquirido, mas, acima de tudo, aprender, conhecer, entender como tudo se passava nessa área e foi dando certo também. O estudo é muito importante. Isso é muito claro para mim. Quem estuda enxerga mais longe.
JC – E aplicou essa liderança no Grupão?
Oswaldo Furlan Júnior – Por absoluta necessidade, há uns 8 anos, mais ou menos, quando houve o problema com o Frigorífico Mondelli, durante o processo de recuperação da empresa. E como eu tinha aprendido bastante, tinha conhecimento legal, juntei uma turma de pecuaristas via WhatsApp para a gente poder trocar informações de como enfrentar aquele momento que era de prejuízo para muitos. Tinha muita gente desistindo da pecuária. E essa união deu certo. Conseguimos uma virada de jogo, valorizando o nosso produto, a carne.
JC – A classe passou a ter representatividade?
Oswaldo Furlan Júnior – Exatamente. Só adquirindo e compartilhando conhecimento. Aos poucos, essa troca de informação foi crescendo. Se o produtor arrenda sua terra para cana, para plantio de eucalipto, é porque não está vendo futuro. Se a atividade estivesse boa, o pecuarista sairia dela para deixar o chão para a soja? Não. Mas com tecnologia dá certo, dá para melhorar.
JC – Esse é o futuro?
Oswaldo Furlan Júnior – De fato não há futuro para quem não tem informação, não melhora a genética, por exemplo, o manejo, mas com capacitação isso é possível. A gente consegue, por exemplo, que um animal tenha mais ganho de peso em menor tempo. E o pecuarista tem essas informações de graça no grupo. Isso para nós também é muito gratificante.
JC – Conversando, a gente vê que você valoriza muito a família?
Oswaldo Furlan Júnior – A família é muito, mas muito importante mesmo para mim. Começa que devo muito à minha esposa. É a nossa retaguarda. Aliás, o valor à família foi incutido por minha mãe, dona Laide, como era conhecida (o nome dela era Ida Claudina Furlan). Um dia ouvi de meu pai que ele trabalhou tanto que não viu minhas irmãs crescerem. Daí, eu tenho me questionado: vale a pena isso? Acho que estou em busca de um ponto de equilíbrio. Não se pode priorizar o dinheiro. Pra quê isso? Realização profissional é importante, mas a pessoal também e há valores maiores. Um desses valores que vem de família é o que também aplico no grupo: falar a verdade, ter ética e moral. Daí o segredo do sucesso.
JC – E o que você espera para seus filhos?
Oswaldo Furlan Júnior – Para o futuro? Que tenham uma boa educação, continuem a frequentar boas escolas, leiam muito, aprendam outras línguas, morem fora do País (até para conhecer outras culturas, o que é muito importante para expandir a mente) e aprendam o valor da indignação. Não aceitem tudo passivamente. Neste momento, para já, estou empenhado em tirá-los um pouco dos jogos de internet… (risos), quem sabe um esporte, academia, como eu tive na minha infância e adolescência. Fiz muito esporte: judô, tênis, futebol, natação…
JC – E para você?
Oswaldo Furlan Júnior – Buscar cada vez mais o equilíbrio entre família e profissão. Manter o foco de fazer pelo menos uma hora de esteira por dia. E fazer dieta. Embora eu fale para minha esposa que uma boa dieta começa com o que a gente põe na geladeira. Se a gente abre e tem refrigerante, cerveja, a gente toma (risos).
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Perfil
Nome: Oswaldo Furlan Júnior
Nascimento: 6/2/1968, em Jaú
Formação: Administração de empresas pela Instituição Toledo de Ensino (ITE) de Bauru
Estado civil: Casado com Luciana de Almeida Silva Manso Furlan (advogada)
Filhos: Oswaldo Furlan Neto (15 anos) e Murilo Manso Furlan (12 anos)
O que faz a sua cabeça: Adquirir conhecimento e transmitir o que sei.
Quem faz a sua cabeça: Neste momento, estou encantado com a visão de Antônio Chakner, autor do livro “Como ganhar dinheiro na pecuária. Os segredos da gestão descomplicada”. As palestras dele são ótimas. Uma grande referência.
Um time: Palmeiras
Para quem dá nota 10: Para minha família
Um ídolo: Meu pai, sem dúvida!
Fonte: JCNet