Famoso touro Relíquia, na época conhecido como Relíquia do Patrão e hoje todos conhecem como o Relíquia da Cia Bananinha; conheça um pouco dessa história
Alexandre Bananinha, proprietário da Cia BR Bananinha de São Sebastião do Paraíso, em Minas Gerais, conta como iniciou a Cia que atualmente é sinônimo de genética de atletas de pulo. Tudo começou com o famoso touro Relíquia, na época conhecido como Relíquia do Patrão e hoje todos conhecem como o Relíquia da Cia Bananinha. A história foi contato no podcast Papo na Sombra.
“A gente se emociona ao falar desse boi, vários touros já se aposentaram com a gente, mas esse é muito especial e tem muita história. Tudo começou na BR Bananinha com ele, na época eu estava num leilão e passou esse boi e mais três irmãos dele, quatro bois iguaizinhos coisa mais linda do mundo, eu cheguei coloquei num piquete e falei vou experimentar esses bois, eu fazia muito touro para vender na época, aí experimentamos ele, e pulou demais da conta, todos pularam mas ele foi demais, virou do avesso na linguagem nossa, aí foi a gente foi treinando ele lá por umas cinco seis montadas já levei ele para o rodeio”, disse Alexandre.
Segundo o tropeiro, no primeiro rodeio que o touro foi já ganhou a fivela, no meio de grandes Cias de rodeio. “Na época estava o finado Madrugada e um tanto de gente. E esse boi, até te falar a verdade, esse boi foi pular em nome do outro tropeiro, eu colocava boi para pular no nome dos outros, só que o boi era do Gabriel – meu filho e como eu sou homem de negócio” – revelou Bananinha.
“Então na época foi o finado Madrugada que fez eu virar tropeiro, porque na ocasião eu recebi uma oferta muito boa para vender esse touro, era coisa de R$ 100 mil, o que hoje equivale a um milhão de reais, com o dinheiro dava para comprar 100 bezerros Nelore, aí eu peguei e fui conversar com a minha mulher e falei eu achei um dinheiro bom no Relíquia, mas o Gabriel era pequenininho e ele muito esperto falou pai não vai vender o boi, o boi é meu não é do senhor” – disse aos risos.
Alexandre disse ao filho que era muito dinheiro. “Papai vai comprar 100 bezerros para você, mas o Gabriel falou: o boi é meu o senhor não vai vender por dinheiro nenhum. Na verdade era dele mesmo porque eu tinha vendido umas novilhas dele e quando o boi chegou ele apontou o dedinho e falou que queria ele, aí eu dei o boi para ele”, relatou.
E o tropeiro continuou contando a história. “E aí papo vai, papo vem, falei pessoal não vou poder vender o boi e eles falaram se está louco é muito dinheiro, eu falei é mesmo, então voltei tentei convencer eles aí olhei para o lado todos chorando aí falei não tem jeito, e minha esposa falou o que é mais importante o dinheiro ou a felicidade do seu filho aquilo foi a mesma coisa de me dar um tapa na orelha, aí falei não vou vender o boi por dinheiro nenhum” – expôs o tropeiro.
Alexandre vou até os tropeiros que queriam comprar o Relíquia e disse que não venderia o touro, mesmo sendo muito dinheiro, mas que o filho tinha batido o pé para ficar com o touro. O tropeiro disse que o Madrugada, in memoriam, escutou toda aquela conversa e confessou a ele. “De agora em diante monta a sua boiada e deixa seu filho tocar se ele gosta muito, a gente precisa de meninos assim nos rodeios, para de levar boi no nome dos outros e começa no seu – meu pai foi tropeiro por muitos anos e era muito amigo do Madrugada – e viramos muito amigos também”, contou Alexandre.
E foi assim que o tropeiro desistiu de vender o Relíquia, ele até pensava em vender mas ficava com receio do seu filho não esquecer o famoso touro. E, por causa do boi, foi fundada oficialmente a BR Bananinhas. O Relíquia já produziu quatro ou cinco touros filhos dele e umas 12 fêmeas que inclusive já estão reproduzindo também.
Segundo o proprietário da Cia Bananinhas o Relíquia vai morrer no pasto da propriedade da família. “A gente se emociona de falar nele, é um boi que só nos deu alegrias. Voltando a falar dos bons tempos tem muita gente que acha que mesmo após uns dois anos que a gente aposentou ele, se a gente por ele para montar ele vai pular do mesmo jeito, mas ele não tem nem dente mais de velho então o mesmo tratamento que outros bois da boiada tem ele tem, se não for melhor” – lembrou o tropeiro.
“Então é um boi que fez história, a BR Bananinha deve muito a ele, ele deve ter umas 20 fivelas de melhor touro, a primeira fivela deve precisava ver a alegria do Gabriel. O dia que nós levávamos o Relíquia para o rodeio você podia saber que a fivela de melhor boi ele levava era uma alegria danada”, contou Alexandre entusiasmado.
O tropeiro ainda contou outra história. No primeiro rodeio da Rozeta que eles levaram o touro Relíquia, que foi em Capivari, um comprador que assistiu que o Relíquia virou no avesso, perguntou de quem era o animal e falaram que era de um tropeirinho lá de São Sebastião da Boa Vista, e ele queria comprar o animal. “Na época meu compadre falou que se ele vendesse o boi a família dele mata nós e foi só risada. Depois que o Relíquia ganhou essa fivela o meu filho Gabriel andou por vários dias carregando ela, foi uma alegria só”, finalizou a história todo emocionado Alexandre.
Confira o bate-papo completo aqui:
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