Na safra 2021/22, pelo menos 160 milhões de toneladas do cereal serão destinados ao setor de ração no mundo, uma participação de 20,5% na produção total.
Ainda bem que o Brasil obteve uma safra recorde de trigo neste ano, e terá de importar um volume menor do cereal, em relação à média dos anos anteriores. As commodities subiram tanto, devido à demanda internacional, que a participação do trigo na fabricação de ração animal vem ganhando espaço no mundo, e também segurando os preços do cereal em patamares elevados.
Na safra 2021/22, pelo menos 160 milhões de toneladas do cereal serão destinados ao setor de ração no mundo, uma participação de 20,5% na produção total. Há dois anos, o volume era de 139 milhões, representando 18,3% do volume produzido. Com isso, os estoques finais, que eram de 295 milhões de toneladas, em 2019, devem terminar essa safra em 280 milhões. A produção mundial de trigo é de 787 milhões.
Essa tendência de utilização de trigo na composição da ração se acentua também no Brasil. A Embrapa, ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) e a Farsul (Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul) estão criando um programa específico para elevar o plantio de variedades do cereal destinadas basicamente à indústria de ração.
Os produtores, com variedades adequadas e compromisso de compra pelas indústrias, poderiam semear de 6 milhões a 8 milhões de hectares a mais no período e inverno.
O Brasil montou boa parte de seu parque industrial de produção de proteínas nos estados do Sul. A grande produção de milho, porém, foi para o Centro-Oeste, elevando os custos dos produtores de proteínas.
Além disso, os agricultores do Centro-Oeste estão descobrindo novos caminhos para a exportação de milho pelos portos do chamado Arco Norte, o que lhes garante melhor rentabilidade do que fazer o milho viajar 2.000 quilômetros para chegar aos consumidores do Sul.
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Com demanda maior, o trigo mantém preços elevados no mercado internacional. Nesta quarta-feira (19), o cereal fechou em US$ 7,96 por bushel (27,2 kg) em Chicago, com alta de 3,6% em relação ao dia anterior.
No Brasil, os preços estão em patamares recordes. A tonelada de trigo custa R$ 1.675 no Paraná, 87% a mais do que há um ano. Os dados são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
O volume produzido no Brasil é recorde, mas o país ainda terá de importar 6,5 milhões de toneladas para garantir o consumo anual de 12,6 milhões de toneladas, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
O estoque final da safra 2021/22, no entanto, estará próximo de 277 mil toneladas, abaixo do volume médio de 1 milhão dos anos anteriores. O valor elevado do dólar, devido aos desarranjos da economia, ajuda a pressionar os preços do trigo e seus derivados no país. Em 2021, o pãozinho subiu 12%, acima da inflação média, que foi de 9,7%, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Negócios na China O Conselho Empresarial Brasil-China lança documento no próximo dia 26 sobre as oportunidades e os desafios para empresas brasileiras no ecommerce da China, o maior do mundo.
Negócios na China 2 O objetivo é apresentar os maiores participantes desse mercado, descrever os modelos de negócios disponíveis e identificar setores promissores para a exportação brasileira.
Negócios da China 3 Entre os setores identificados como promissores, estão os de alimentos, bebidas, lácteos, café e carnes, segundo Renata Thiébaut, que trabalha há 16 anos no ecommerce e acompanha a transformação digital da China. Ela é a autora do documento.
Aqui não Os momentos delirantes de Donald Trump, quando ele foi contra o comércio mundial, renderam um prejuízo de US$ 27 bilhões ao setor agropecuário dos Estados Unidos de meados de 2018 ao final de 2019, segundo o Usda (Departamento de Agricultura).
Aqui não 2 Pelo menos 95% desses estragos vieram da China, país que Bolsonaro também tentou colocar na lista negra dos exportadores do Brasil, mas o setor reagiu. Segundo o Usda, o grande beneficiado foi o Brasil, que elevou as exportações de de soja e de carnes para o país asiático.
Dia de altas O mercado internacional de commodities reagiu nesta quarta-feira (19) e teve fortes elevações de preços. A soja, devido a perda de produção na América do Sul e a esmagamento e exportação melhores nos Estados Unidos, subiu 2,2%.
Dia de altas 2 Algodão, açúcar e café, outros produtos importantes na pauta de exportação do Brasil, tiveram elevações de 1,9% a 2,5% nas Bolsas de commodities de Nova York e de Chicago.
Fonte: Folha de São Paulo