Afinal de contas, confinamento traz lucro para o produtor? Com certeza! Se fizermos o planejamento com uma gestão eficiente, o lucro é sempre visível!
Tentar encontrar uma “receita de bolo” para formular a dieta do gado terminado em sistema intensivo, seja ele confinamento ou semiconfinamento, pode fazer o pecuarista perder oportunidades de mercado.
Essa foi a indicação do engenheiro agrônomo, mestre e doutor em ciência animal Sérgio Raposo, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste. Veja na matéria abaixo mais alguns detalhes e dicas de como obter maior lucro no confinamento.
O pesquisador fez uma lista de três dicas para que o pecuarista acerte a calibragem de seu sistema intensivo de engorda !
Nesta reportagem da série Embrapa em Ação, Raposo indicou que o pecuarista deve ter o máximo de informações que puder reunir sobre o perfil de seus animais e o valor do maior número de ingredientes que tiver à disposição. Desta forma, é possível extrair uma informação muito mais precisa de um software de formulação da ração, por exemplo.
O pesquisador fez uma lista de três dicas para que o pecuarista acerte a calibragem de seu sistema intensivo de engorda:
1 – Desenvolver uma fórmula específica de ração para a situação de sua fazenda;
2 – Não pular a adaptação. “Às vezes o produtor acha que está perdendo tempo, mas, na verdade, tem trabalhos mostrando que a adaptação mal feita compromete o trabalho do confinamento como um todo”, advertiu o pesquisador;
3 – Acertar qual a hora de o animal ser abatido. “Especular com o animal terminado, em geral, não vale a pena. O que o animal ganha de peso num dia de confinamento não paga o que o pecuarista deu de comida e você começa a perder dinheiro no confinamento”, alertou.
“Entre a adaptação e o abate, é só ter muita consistência no que fizer e ter orientação para fazer bem feito”, concluiu.
Matéria veiculada pela Embrapa, já foi tema em nosso portal e o Zootecnista, Thiago Pereira, já havia afirmado: “Dieta para confinamento não é uma receita de bolo”.
Em algumas regiões do país o período seco já começou. Nesta época do ano, de pouca chuva e temperaturas mais baixas, a preocupação do pecuarista é a alimentação para o gado, já que o crescimento da pastagem é mais lento e a qualidade do pasto é menor.
Há várias opções para manter o desempenho animal e evitar prejuízos na fazenda. Mas é preciso planejamento e bom senso para reduzir os riscos de uma escolha equivocada.
Uma das possibilidades para ganhos mais elevados, de acordo com o pesquisador Sérgio Raposo de Medeiros, da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos – SP), é o semiconfinamento ou confinamento. Nesses sistemas, a dieta é um dos itens mais relevantes, já que representa, tirando o gasto com a compra dos animais, entre 60% e 80% dos custos de produção.
Dessa forma, para o produtor não ter surpresas desagradáveis e obter bons resultados, a dieta utilizada deve ser bem formulada e sua eficiência avaliada.
Segundo o pesquisador, quando há mais opções de ingredientes, aumentam-se as chances de atender as exigências nutricionais dos bovinos e obter respostas positivas no ganho de peso. É importante ter na lista da formulação, além de volumosos, concentrados energéticos (milho, sorgo, casca de soja, etc.), fontes de proteína (farelos de soja ou de algodão, levedura, ureia, etc.) e minerais. Também é possível utilizar subprodutos e resíduos, dependendo da disponibilidade comercial, da qualidade nutricional, da proximidade e da oferta desses produtos na região.
A quantidade de cada ingrediente deve ser observada para atender o valor nutritivo e a dieta economicamente viável. O preço dos ingredientes faz toda diferença. “Para que o resultado seja, de fato, uma dieta de custo mínimo por quilo, tão importante quanto ter dados nutricionais corretos, é atribuir ao ingrediente o valor mais exato”, destaca Medeiros.
Ainda, em relação à fórmula fornecida ao gado durante o período de confinamento, a exigência nutricional deve ser baseada no desempenho que se deseja obter. Para o pesquisador, no momento em que o produtor planeja o confinamento, é importante fazer simulações para ajudá-lo a tomar a melhor decisão.
“Para muitas perguntas como, por exemplo, ‘Compensa usar o aditivo X ou Y?’, ‘E se eu tirar esse ingrediente que está entrando em poucos gramas por dia, não seria vantagem operacional?’, nada melhor do que simular de um jeito e de outro e avaliar o impacto nos resultados”, explica.
Sérgio Medeiros ressalta que copiar a dieta do vizinho, como se fosse uma “receita de bolo”, não é recomendado.
De acordo com o Zootecnista, Thiago Pereira, “o animal é reposta daquilo que ele ingere, permitindo que ele expresse o seu potencial genético. Dessa forma, acrescento ainda que o ambiente que ele está inserido é também determinante para seu sucesso. Como utilizar uma dieta igual a do vizinho se a realidade dele é completamente diferente da sua? Nem os animais são os mesmos, imagina se a mesma dieta poderia ser igual”.
A dieta deve ser formulada de acordo com as condições específicas de cada confinamento, aproveitando as vantagens competitivas, como a disponibilidade de resíduos, e incorporando especificidades que venham ao encontro das necessidades operacionais.
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“Remunerar o bom prestador de serviço técnico fica barato frente aos benefícios”, afirma Raposo.
Ele defende, ainda, que a contratação deveria ser para uma assistência mais abrangente, com indicação de como proceder a mistura, como fazer a adaptação dos animais, o dia-a-dia da alimentação e ajudar na decisão de abate.