Startup já está planejando o pré-lançamento de trator elétrico para uso agrícola; Uma nova era está iniciando para os tratores utilizados no Brasil, veja!
A era dos tratores elétricos no Brasil está começando. Em cerca de um ano e meio, já deve ser possível adquirir ou mesmo fazer uma assinatura mensal ou anual para o uso desse tipo de maquinário. A startup YAK Tratores Elétricos prepara para o mês de março uma apresentação em que o público pode, inclusive, testar um modelo que uma empresa especializada para a agricultura brasileira.
O evento será realizado em Joinville (SC) para um número limitado de participantes como medida de prevenção contra o novo coronavírus. A data e o local serão divulgados por e-mail após a inscrição, que pode ser feito pela internet .
“A ideia é proporcionar ao público a oportunidade de ver os tratores elétricos de perto e conhecer melhor a YAK, sua história e planos para o futuro”, afirma o CEO e fundador da empresa, João André Ozorio.
Os tratores elétricos podem custar até quase duas vezes mais caros do que os modelos convencionais de mesma potência. Sendo assim, o plano de negócios da empresa prevê, a princípio, planos de assinatura, criados para viabilizar a utilização dos tratores elétricos para segmentos do agro que não dispunham de capital para a aquisição dos veículos.
A intenção é oferecer planos com duração de 24 a 60 meses por um valor pré-fixado, que equivale de 3% a 3,5% do valor de compra do equipamento. A assinatura inclui uma manutenção do equipamento e acesso à plataforma online de gestão de frota da empresa. A previsão é pelo menos lançar as operações ainda no primeiro semestre deste ano.
Modelos
Atualmente, a startup conta com três modelos de tratores elétricos de pequeno porte porte para uso industrial, com potências que variam de 9 a 24 kW. No dia de campo para apresentar a tecnologia, um YAK utilizando equipamentos idênticos à atividade agrícola.
A intenção é dar aos participantes uma noção de como a tecnologia funciona. Mas o trator elétrico para uso específico na agricultura deve estar disponível apenas daqui um ano.
Segundo Ozório, CEO da empresa, possui potência cima de 100 cv. E muito da tecnologia que será usada nos tratores agrícolas virá dos industriais. Software, transmissões, motores e baterias são adequados com os diferenciais especificados para o trabalho no campo.
“Dá pra ter 100% de noção do uso do maquinário. O evento é para o pessoal conhecer as tecnologias. Muito do que eles irão ver aqui é do produto agrícola, mas o modelo específico disponível daqui a um ano ”, explica. A empresa espera comercializar, num prazo de cinco a seis anos, cerca de 300 unidades por ano.
Num comparativo com outros maquinários de transporte utilizados no campo e na indústria, os elétricos protegidos em até 70% o custo operacional, têm baixo nível de ruído e zero emissão de poluentes.
O CEO da YAK destaca que, além do benefício ambiental e redução de custos operacionais, o cliente ou a empresa ainda agrega valor ao seu produto final, trazendo uma nova tecnologia ao processo produtivo.
Salienta ainda que a legislação brasileira beneficia a produção de máquinas elétricas por estarem dentro das normas nacionais e internacionais de utilização, e por ser um veículo não poluente. “Estamos abertos para a captação de investimentos de empresas que também enxerguem esse mercado”, ressaltou Ozório.
Autonomia é gargalo
PhD em máquinas agrícolas e professor do departamento de Engenharia de Biossistemas da Esaq / USP, Jose Paulo Molins pondera que o maior gargalo para a expansão de tratores elétricos no país está na capacidade de armazenamento da energia elétrica para que as máquinas tenham a autonomia necessária para o trabalho em grandes lavouras.
“Não tem motor a combustão. Quem toca (o trator) é a bateria e aí é que está o gargalo. Porque o trator é uma máquina de fazer força, tem que ter potência. Para isso, ele consome muito e para fazer com a bateria, como já existem algumas coisas de automóveis e caminhões, precisa-se de uma alta capacidade de armazenamento dessa energia ”, explica.
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Molins afirma que o mercado de trator foi se profissionalizando como uma máquina de maior autonomia, com tanques de diesel maiores para trabalhar mais de 15 horas sem cessar. No entanto, como não há ainda uma maneira de oferecer isso com grande autonomia, um trator elétrico de 100 cv de potência – como o proposto pela inicialização – seria ideal para a agricultura familiar, que usa tratores menores têm jornadas menores de trabalho contínuo.
“O primeiro foco seria a agricultura familiar, que estava de ótimo tamanho. Nosso desafio é produzir um trator competitivo para grandes demandas, porque o agricultor já descobriu que ele pode produzir energia elétrica dentro da propriedade ”, saliente Molins.
Fonte: Globo Rural