Em uma nação tropical, onde a maior parte do território é marcada por forte incidência solar, trabalhadores rurais se destacam como um dos grupos mais vulneráveis a essa doença, devido à constante exposição ao sol sem a devida proteção.
O câncer de pele é o tipo de tumor maligno mais comum no Brasil, responsável por uma significativa parcela dos casos de câncer diagnosticados no país. Em uma nação tropical, onde a maior parte do território é marcada por forte incidência solar, trabalhadores rurais se destacam como um dos grupos mais vulneráveis a essa doença, devido à constante exposição ao sol sem a devida proteção.
A rotina de quem trabalha no campo envolve longas horas sob o sol, muitas vezes sem o uso de protetores solares ou roupas adequadas para minimizar os danos causados pela radiação ultravioleta. Essa exposição exacerbada, sem a proteção necessária, aumenta significativamente o risco de desenvolver câncer de pele, uma doença que, embora altamente prevenível, continua a afetar gravemente a saúde dos trabalhadores rurais.
Em entrevista cedida ao Portal DBO, A Dra. Naana Weissheimer, dermatologista e filha de produtores rurais, destaca a gravidade da situação: “O câncer de pele é o tipo de câncer mais recorrente no Brasil. Nós, dermatologistas, sempre falamos muito sobre a importância da proteção solar, especialmente para aqueles que estão mais expostos aos raios UV no seu dia a dia.”
Fatores de risco e desigualdades de Acesso
A incidência do câncer de pele entre trabalhadores rurais é agravada pela dificuldade de acesso a profissionais de saúde especializados e a recursos preventivos, como protetores solares e roupas com fator de proteção UV. “Infelizmente, o acesso a essas medidas protetivas ainda é limitado para muitos trabalhadores rurais, especialmente em regiões mais afastadas e de difícil acesso”, comenta a Dra. Weissheimer.
Além disso, a questão cultural e a falta de informação adequada contribuem para a subutilização desses recursos. “Apesar de existirem políticas públicas que contemplam a distribuição de protetor solar pelo SUS, muitas pessoas não têm acesso à informação necessária para buscar esses produtos”, explica.
A importância da prevenção
Prevenir é o melhor remédio, especialmente quando se trata de câncer de pele. O uso de protetor solar, roupas com proteção UV e outras barreiras físicas são essenciais para proteger a pele dos efeitos nocivos da radiação solar. “No verão, é fundamental reforçar essa barreira de proteção, não só com o uso de protetores solares, mas também com meios físicos, como as roupas de proteção UV”, reforça a dermatologista.
No entanto, a prevenção não se limita apenas ao uso de produtos e roupas especiais. A conscientização sobre os riscos da exposição solar e a adoção de hábitos saudáveis são passos cruciais para reduzir a incidência do câncer de pele entre trabalhadores rurais.
Tratamento e desafios
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para aumentar as chances de cura do câncer de pele. Existem diferentes subtipos da doença, como o carcinoma basocelular e o melanoma, cada um com características e níveis de agressividade distintos. “O melanoma, por exemplo, é altamente agressivo e requer um acompanhamento muito próximo mesmo após a remoção do tumor”, alerta a Dra. Weissheimer.
Apesar dos avanços no tratamento, o maior desafio continua sendo a prevenção e o diagnóstico precoce, especialmente em áreas rurais onde o acesso a cuidados de saúde é mais limitado.
Os trabalhadores rurais são, sem dúvida, as principais vítimas do câncer de pele no Brasil, um problema que exige uma abordagem multifacetada, envolvendo políticas públicas eficazes, maior acesso à informação e conscientização, e a implementação de medidas preventivas. É essencial que todos – governo, empregadores e sociedade – se unam para proteger aqueles que garantem a produção agrícola do país, promovendo um ambiente de trabalho mais seguro e saudável.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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