Touro ou Matriz, qual tem maior valor genético?

Na hora de investir em genética, onde devemos ficar mais atentos ao custo do investimento? Qual tem maior valor genético e impacto financeiro?

A pecuária brasileira tem mais de 200 milhões de cabeças, o que garante o título de maior rebanho comercial do mundo. Entretanto, para se atingir esse patamar, foi necessário inúmeras ações e, uma delas, o melhoramento genético, trazendo ganhos imensos para as propriedades. Diante disso, a hora de investir em genética de qualidade, cabe uma grande dúvida, qual tem maior valor genético, Touro ou a Matriz? Vamos conferir!

Reprodutor e matriz têm o mesmo valor genético, cada indivíduo contribui com a metade de seu genoma no processo reprodutivo. Entretanto, ao longo da vida reprodutiva, enquanto a vaca pode deixar entre seis e oito bezerros, uma média de um por ano, o touro pode ser pai de dezenas. Então, o que fazer?

Se o produtor rural fizer uso de inseminação artificial e não monta natural, esse número salta para casa de milhares. Entretanto, não temos que descartar a qualidade da matriz utilizada para seleção genética e o melhoramento do nosso rebanho. Outro cuidado importante é quanto a diferença entre um Touro provado e um Touro de boiada.

Entendendo a conta

Quando vamos realizar a compra de um Touro, seja o sêmen ou animal, precisamos levar em conta a sua genética e métricas. Além disso, a genética do bezerro, fruto do cruzamento, tem grande influência dos avôs paternos, ou seja, mais uma vez o touro é crucial na genética animal e no valor agregado a essa prole.

87,5% da genética de um bezerro é influenciada pelos touros usados nas últimas 3 gerações (50% pai + 25% avô materno + 12,5% bisavô materno). A influência de pais e avós maternos significa que quando tomamos decisões de aquisição de um touro precisamos levar em conta os critérios de seleção de todas as gerações que lhe antecederam para progredir geneticamente no nosso rebanho.

O touro tem um impacto imediato ao longo de 1 a 5 anos na criação direta da progênie e, em seguida, um impacto adicional de 3 a 10 anos no rebanho de vacas e, mais além, um impacto, ainda que reduzido, nas vacas do futuro em mais de 20 anos. Isso significa que, quando fazemos a seleção, precisamos acertar e entender o quanto é importante o futuro.

Confira a entrevista com Antonio Rosa, engenheiro agrônomo, pesquisador em melhoramento genético animal, realizada pela Embrapa:

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