O touro Nelore, Kebec da Cacheado, produziu 910 doses de qualidade em apenas um salto, produzindo um recorde para a raça.
A produção de sêmen bovino no Brasil merece destaque, as tecnologias de reprodução deram um salto de produção nos últimos anos. A Inseminação Artificial (IA), aliada a IATF, é uma tecnologia consolidada no país, que apresenta números positivos estarrecedores, e a projeção é que a produção de sêmen seja ainda maior em 2022. No ano de 2020, a coleta total de sêmen alcançou 14,9 milhões de doses. A coleta de sêmen em 2021 somou um total de quase 24 milhões de doses em todo o país, de janeiro a dezembro. Este número consolida um crescimento de 61% face ao ano anterior.
“Nos últimos anos, o setor de inseminação artificial brasileiro vem registrando um crescimento exorbitante e revelando que cada vez mais produtores rurais investem nas estratégias genéticas para aumentar a produtividade, a eficiência e a sustentabilidade dos rebanhos, contribuindo com ganhos importantes para toda a cadeia produtiva do leite e da carne”, comenta o Executivo da ASBIA, Cristiano Botelho.
Para alimentar esse mercado há centenas de touros em coleta nas centrais de inseminação e esta semana um deles merece grande destaque. O touro Nelore, Kebec da Cacheado, produziu 910 doses de qualidade em apenas um salto, produzindo um recorde para a raça. Cada ejaculada do touro pode render uma quantidade de 50 a 1000 doses, a média ficando em torno de 400 doses, mas depende da concentração desejada, além do volume e qualidade espermática.
Kebec do Cacheado é filho do raçador Majavadi Arroio em vaca Capaz do Brumado e foi comercializado em leilão pela Nelore Cacheado em março de 2020, seus compradores, Carlos Marino e Felipe Novelli, apostaram no touro por enxergar no animal muita consistência genética, modernidade e funcionalidade.
“Falar do Kebec da Cacheado é falar de função, aliado a raça e padrão. Nós acreditamos muito que isso são características de um grande reprodutor, no qual ele vem se provando. Em um único salto, 910 doses produzidas, é a prova de fertilidade que sempre falamos sobre o reprodutor.” – nos disse Felipe Novelli.
Segundo Carlos Marino o touro está com um enorme volume de vendas, por isso decidiram enviar o animal para a Central Bela Vista afim de coletar mais algumas doses para a comercialização. “Ele retornou à coleta essa semana e, para nossa surpresa, produziu 910 doses de qualidade em apenas um salto. Nós já sabíamos da fertilidade dele, mas não esperávamos que produzisse essa quantidade de sêmen em uma só coleta. É uma alegria para nós, mas certamente teremos maior alegria se o Kebec transmitir essa fertilidade para seus descendentes, que em breve estarão em estação reprodutiva.” – ressaltou Carlos Marino.
“O touro Kebec tem muita lenha pra queimar ainda, essa quantidade de doses foi em apenas um salto, normalmente os touros Nelore produzem uma média 200/doses por dia e precisam de mais de um salto para atingir essa quantidade média. É um touro que está no seu segundo contrato e se destaca pela sua grande fertilidade e o mais importante, excelente índices de IATF, ele consegue produzir e emprenhar muito bem. Em sua primeira passagem pela central ele produziu rapidamente as doses de sêmen e possivelmente irá produzir, para cumprir seu novo contrato, apenas uma semana.” – salientou Pedro Araújo, Gerente da Central Bela Vista.
Exportação de sêmen
A exportação de sêmen bovino do Brasil alcançou o maior volume da história, no período acumulado de janeiro a setembro, aponta levantamento da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) realizado em conjunto com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), ligado à Universidade de São Paulo (USP).
“Este excelente resultado mostra que a qualidade da genética brasileira é cada vez mais reconhecida internacionalmente. Como ocorre no Brasil, cresce globalmente a adoção de tecnologias para a evolução da pecuária. Afinal, estamos falando em maior lucratividade para as propriedades e produção de mais carne e leite de qualidade para atender à crescente demanda”, informa Cristiano Botelho, executivo da Asbia.
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