No quadro publicado a seguir, listamos os touros Angus com mais de 500 filhos avaliados no PROMEBO. Vamos tentar entender o que esse levantamento pode nos mostrar.
Os sumários de touros são boas fontes para compreendermos os movimentos que as raças vivem. As informações disponíveis vão muito além de saber a DEP do touro A ou B para peso ao nascer, perímetro escrotal e diferentes índices (desmama, fina, carcaça etc.). Aprecio estudar os sumários buscando informações que expliquem melhor os critérios usados pelos criadores nas escolhas de touros ao longo do tempo e de acordo com o mercado.
No quadro publicado a seguir, listamos os touros Angus com mais de 500 filhos avaliados no PROMEBO. Vamos tentar entender o que esse levantamento pode nos mostrar.
1. Representatividade: esse grupo de touro representa cerca de 5% do total de touros constantes no sumário (aproximadamente 700), mas são responsáveis por mais de 15% dos animais avaliados ao desmame;
2. Preto ou vermelho: apesar do predomínio atual do Angus preto no mercado da raça, neste resumo, ainda são maioria os touros vermelhos, representando dois terços da listagem. Precisamos de mais informações para compreender melhor esse resultado, mas, no mínimo, é curioso ver que os touros vermelhos ainda têm mais progênie avaliada no programa, mesmo com a redução tão drástica que essa variedade de cor teve no mercado, tanto de touros como de inseminação;
3. Origem: os touros americanos são os mais numerosos nesse grupo, representando, praticamente, 50% dos touros, seguidos por argentinos (30%), brasileiros (18%) e outros. Tenho a impressão que os touros nacionais devem ter mais representatividade no sumário como um todo, mas com progênies menos numerosas. O país de origem é algo curioso também. Exemplo: o touro OCC Headliner 661 – “Líder” é um touro americano importado (vivo) para a Argentina. Muitos apreciadores deste touro o consideram o “modelo” de genética argentina, pois é precoce, tem tamanho moderado, bom padrão racial etc. Mas a Argentina é só sua morada, pois foi nascido, criado, recriado e selecionado nos Estados Unidos;
4. Baixo peso ao nascer: é pequena a participação de touros Top 25% para peso ao nascer no levantamento, representando apenas 25% dos listados.
Considerações diferentes podem ser feitas:
a) de que não é uma característica muito buscada ou considerada problema para os selecionadores brasileiros;
b) de que o entoure chamado precoce (12-14 meses) era pouco frequente, e, para novilhas 24 meses, o baixo peso ao nascer não era limitante;
c) de que, na importação de sêmen, o peso ao nascer é pouco considerado, pois o grande mercado usuário não é a raça definida/pura, mas sim programas de cruzamento;
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5. Idade dos reprodutores: os touros mais novos são de 2011 (apenas três animais), mas a média do ano de nascimento é 2000, ou seja, touros com idade média superior a 18 anos. O uso de touros jovens é uma necessidade para o melhoramento genético, mas, na prática, não vem ocorrendo de forma massiva nos rebanhos registrados (participante do PROMEBO);
6. Touros defasados tecnologicamente: muitos falam que genética não é matemática, e estou alinhado com essa turma. Nem todo touro mais velho é necessariamente defasado. Normalmente, os touros jovens são mais modernos e produtivos, mas a regra tem exceções: Vaquero, Líder e Final Answer são touros nascidos até 2000 e seguem muito bem ranqueados para os índices desmame e final, permanecendo no Top 25%. Tem “guri novo” no mercado que não ganha maratona deles. Entre todos os touros da listagem, somente Final Answer é Top 25% para peso ao nascer e índices desmame e final.
Baixe o pdf da relação dos touros aqui.
Fonte: Assessoria Agropecuária