Em áreas rurais, muitos empreendedores buscam diversificar suas fontes de renda, frequentemente optando por criações tradicionais como gado, galinhas, porcos e produção de leite. Contudo, existem animais exóticos que podem ser significativamente mais lucrativos; confira
No mundo da agropecuária, a inovação e a diversificação são chaves para o sucesso. Com o aumento do interesse por produtos únicos e a busca por alternativas mais sustentáveis, a criação de animais exóticos tem se tornado uma tendência lucrativa. Neste artigo, exploraremos o TOP 6 animais exóticos lucrativos para criação rápida em fazendas, revelando como essas espécies não convencionais podem não apenas enriquecer a biodiversidade, mas também oferecer um retorno financeiro significativo.
Em áreas rurais, muitos empreendedores buscam diversificar suas fontes de renda, frequentemente optando por criações tradicionais como gado, galinhas, porcos e produção de leite. Contudo, existem alternativas menos convencionais que podem ser significativamente mais lucrativas. Acompanhe!
Avestruzes
A primeira alternativa discutida é a estrutiocultura, ou seja, a criação de avestruzes, que se mostra uma opção promissora de renda no Brasil. Além da venda de carne, ovos, couro e plumas, a carne de avestruz destaca-se por ser uma escolha saudável, devido ao seu baixo teor de gordura e ao dobro de ferro comparado à carne bovina. Essa atividade exige menos espaço do que a criação de gado, tornando-a ideal para propriedades menores. Recomenda-se iniciar com pelo menos um casal de avestruzes, e o preço por animal varia conforme a região.
Rãs
O segundo exemplo é a criação de rãs, uma prática na qual o Brasil ocupa a segunda posição mundial, atrás apenas de Taiwan. Diferentemente da Ásia, onde as rãs são geralmente criadas em sistemas semi-intensivos, no Brasil, o método predominante é o confinamento. Isso representa uma oportunidade para quem está começando, uma vez que o sistema é mais fácil de gerenciar.
Agora, vamos prosseguir com a exploração das outras quatro criações exóticas que podem transformar pequenas propriedades em negócios rentáveis.
Para iniciar uma criação de rãs, é necessário apenas um tanque para o desenvolvimento dos girinos e baias para o crescimento, ocupando uma área relativamente pequena. Embora o Brasil ocupe o segundo lugar mundial na criação de rãs, a escala dessa atividade ainda é modesta comparada a outras agroindústrias. No país, apenas alguns grupos de criadores se dedicam a essa prática, cuja carne já figura em menus de restaurantes sofisticados, especialmente no Rio de Janeiro, onde pratos ao estilo da culinária chinesa são elaborados com esse ingrediente. Apesar do apelo gourmet, o alto custo da carne de rã limita seu consumo a um público restrito.
A última pesquisa oficial do IBGE sobre a produção de rãs reporta uma cifra em toneladas anuais, porém estima-se que a produção real possa ser até três vezes maior. Em Cachoeiras de Macacu, um município do Rio de Janeiro, um criadouro enfrenta os desafios da produção. As rãs, por serem animais ectotérmicos, têm sua temperatura corporal variando de acordo com o ambiente, o que as torna extremamente sensíveis às condições climáticas.
A alimentação das rãs é outra questão, pois, na falta de uma ração específica, elas são alimentadas com ração para peixes carnívoros. Estima-se que sejam necessários 5 kg de ração para produzir 1 kg de carne de rã em 90 dias. Os girinos no criadouro são regularmente pesados para um cálculo preciso da ração necessária, e um dos tanques do local abriga cerca de 10.000 girinos.
Serpentes
Paralelamente, a criação de serpentes, embora menos comum no Brasil, apresenta um grande potencial econômico devido à extração de veneno, substância de alto valor de mercado, principalmente para o setor farmacêutico. O veneno é uma mistura biológica complexa, contendo toxinas, enzimas e outras substâncias ativas com funções vitais em processos como coagulação sanguínea, regulação da pressão arterial, e até propriedades analgésicas e potencialmente anticancerígenas. Muitos estudos estão em andamento para explorar outras utilidades médicas do veneno de serpente, embora o nicho de criação de serpentes ainda seja pouco explorado devido à complexidade e aos desafios associados.
A atividade de criação de serpentes, apesar de seu caráter exótico e inicial estranhamento devido ao medo que muitos têm desses animais, representa um negócio altamente lucrativo e fundamental para o avanço de pesquisas farmacêuticas. No entanto, a falta de informações instrucionais e as rigorosas exigências dos órgãos ambientais, que monitoram práticas envolvendo animais silvestres, são barreiras significativas para a expansão desse setor.
Apesar desses desafios, o valor de mercado é notável: apenas 1g de veneno das serpentes Cascavel e Jararaca pode ser vendido por valores elevados, enquanto o veneno da Coral alcança preços ainda maiores. Cada serpente consome um camundongo por mês e é monitorada por um veterinário regularmente. A extração do veneno ocorre a cada 21 dias, permitindo a recuperação adequada do animal. Este material precioso é vendido para laboratórios em países como Alemanha, Suíça e Estados Unidos, onde a demanda por veneno é intensa.
Jacarés
Em um contexto diferente, muitos se surpreenderiam ao saber da existência de criatórios de jacarés, uma prática que também é mais comum do que se imagina. Os jacarés, répteis de água doce, são consumidos principalmente na Bolívia e na Colômbia. No Brasil, são reconhecidas seis espécies, incluindo o jacaré Paguá e o jacaré do Pantanal.
A criação de jacarés foi impulsionada inicialmente por um projeto de conservação da Universidade de São Paulo (USP) e posteriormente se expandiu para a exploração comercial. Glin, um criador e veterinário, administra um criatório em Artur Nogueira, no interior de São Paulo, onde jacarés da espécie papo amarelo, nativos da Mata Atlântica, são criados com autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente. Esses animais fornecem carne e couro, e são alimentados com frango de descarte e uma ração especial duas vezes por semana, com um regime adaptado durante a fase de hibernação.
Entre abril e agosto, o jacaré depende exclusivamente de sua reserva de gordura corporal para alimentação, enquanto os filhotes são alimentados diariamente. No Brasil, o número de criatórios legais de jacarés é relativamente baixo, com apenas nove criadores registrados no estado de São Paulo, conforme informações do IBAMA. Apenas um frigorífico no estado possui autorização para realizar o abate desses animais. Essa quantidade é modesta, especialmente se comparada com a produção em países vizinhos como Colômbia e Bolívia, líderes mundiais na criação de jacarés.
Apicultura
Por outro lado, a apicultura, embora não seja considerada tão exótica quanto outras práticas mencionadas, é frequentemente esquecida como uma potencial fonte de renda rural. Para agricultores em regiões enfrentando desafios como condições climáticas adversas, escassez de recursos hídricos e solos inadequados, a produção de mel pode ser uma fonte de renda significativa.
Além disso, a apicultura contribui para a diversificação agrícola e para a sustentabilidade da propriedade. A presença de abelhas é benéfica para a agricultura, pois elas ajudam a equilibrar os cultivos e aumentar a produtividade no campo. Para aqueles interessados em iniciar ou expandir suas práticas agrícolas, a apicultura oferece uma oportunidade excelente, requerendo atenção à qualidade de vida das abelhas para garantir uma operação eficiente.
Aves de rapina
As aves de rapina, como falcões, águias, gaviões, abutres e corujas, também constituem uma opção para criação. Essas espécies carnívoras possuem características marcantes, como bicos recurvados, garras fortes e visão de longo alcance. Elas se alimentam de uma variedade de presas, incluindo grandes artrópodes, peixes, anfíbios, pequenos mamíferos e aves. Contrário ao que muitos podem pensar, no Brasil há várias fazendas e criadores dedicados às aves de rapina. A falcoaria, uma arte milenar de treinar aves de rapina para caça, ainda é praticada e valorizada por muitos criadores no país.
Reconhecida como patrimônio cultural material e imaterial da humanidade pela UNESCO, a falcoaria é uma tradição antiga que, no passado, era exclusiva de reis e nobres, representando um verdadeiro símbolo de status. No Brasil, várias escolas oferecem cursos sobre essa arte milenar, mas é em Uberlândia, Minas Gerais, que se encontra a Escola Nacional de Falcoaria, a pioneira em disseminar essa prática no país.
As espécies discutidas aqui, desde avestruzes a serpentes, representam uma pequena amostra do vasto potencial que a biodiversidade pode trazer para o setor.
A estrutiocultura e a ranicultura, por exemplo, demonstram como é possível combinar práticas sustentáveis com lucratividade, enquanto a serpenticultura destaca o valor inestimável da natureza para a ciência e a medicina. Estas atividades, embora desafiadoras, são testemunhos da capacidade humana de adaptar-se e prosperar em harmonia com o meio ambiente.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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