TOP 5 forrageiras para o cerrado brasileiro

Conheça as últimas cultivares de forrageiras para pastejo desenvolvidas por pesquisadores da Embrapa para o Cerrado brasileiro

A pecuária bovina no Cerrado evoluiu para o uso predominante de pastagens cultivadas e hoje o produtor tem acesso a um maior leque de espécies forrageiras adaptadas aos diversos ambientes e recomendadas para diferentes sistemas de produção.

O pesquisador Gustavo Braga lembra que durante muitos anos a pecuária de corte no Brasil foi em parte dependente de pastagens nativas de baixa capacidade de suporte e baixo valor nutritivo. “Um dos grandes motores para o aumento da produtividade foi o uso de forrageiras em pastagens cultivadas. Por isso a importância dos programas de melhoramento genético de plantas forrageiras, que dão segurança ao setor”, explica.

Apesar desse aumento de produtividade, atualmente entre 5 a 6 arrobas de carcaça por hectare por ano, ela ainda é muito baixa em relação ao elevado potencial de produção das cultivares de gramíneas tropicais utilizadas no País. Nesse sentido, o pesquisador também ressalta a importância do manejo, que definirá a qualidade da produção de forragem e pode influenciar na adaptação e persistência do capim e até mesmo na sua resistência a pragas e doenças.

O gerente-executivo da Unipasto, Marcos Roveri, que também participou do evento, destacou o cenário dos atuais 120 milhões de hectares de pastagens cultivadas no País, as quais apresentam baixa diversidade de espécies, sendo uma das maiores monoculturas do mundo. “Hoje isso traz prejuízos para o País, comprometendo nossa soberania quanto ao fornecimento de carne. Praticamente 90% de toda carne produzida no País provém desses sistemas de produção a pasto, com taxas variáveis de degradação”, alerta.

Ele lembra que o Brasil tem o terceiro maior banco de germoplasma do planeta, com uma ampla variedade de espécies. Para fortalecer a agropecuária nacional e levar inovação ao setor por meio da inovação, Roveri destaca o papel da pesquisa para a pecuária brasileira: “Hoje temos materiais forrageiros com características desejáveis e de excelente valor”.

Outro ponto que deve ser ressaltado é o papel do melhoramento das forrageiras no contexto da mitigação dos gases de efeito estufa, uma vez que a maior taxa de lotação, bem como o maior ganho de peso, que possibilita encurtar o tempo para o abate, e o desenvolvimento de cultivares de maior qualidade por meio da biotecnologia influenciam na quantidade de gases emitidos pela atividade pecuária.

Conheça as últimas cultivares de forrageiras para pastejo desenvolvidas para o Cerrado

Brachiária brizantha, cultivar BRS Paiaguás / Foto: Breno Lobato

BRS Paiaguás (2013, Brachiaria bizantha) – alta produção de forragem no período da transição das águas para a seca. É menos exigente em fertilidade do solo, comparada às demais cultivares da espécie. Pode ser cultivada em áreas com média a baixa fertilidade. Uma desvantagem é sua pouca resistência às cigarrinhas da pastagem.

Imagens do Capim Ipyporã em campo e detalhes da folha
Imagens do Capim Ipyporã / Foto: Rodrigo Carvalho Alva

BRS Ipyporã (2017, híbrida de Brachiaria ruziziensis e Brachiaria brizantha) – alta resistência às diferentes espécies de cigarrinhas da pastagem, incluindo as do gênero Mahanarva. De porte baixo, seu estabelecimento é mais lento, mas seu valor nutritivo é muito elevado. É mais exigente em fertilidade do solo comparada às cultivares de B. brizantha. Recomendada para solos de média à alta fertilidade.

Pastagem adubada com BRS Zuri
Pastagem adubada com BRS Zuri / Foto: Carlos Maurício Soares de Andrade

BRS Zuri (2014, Panicum maximum) – excepcional em produção de forragem e de alta qualidade. Supera o Tanzânia e o Mombaça em capacidade produtiva. É altamente responsiva a fertilizantes, apresentando um crescimento vigoroso. Recomendada para solos de média à alta fertilidade.

cultivar BRS Tamani a campo e em pastejo - pastagem
Cultivar BRS Tamani a campo e em pastejo / Por: Bastos, Fabiano

BRS Tamani (2015, híbrida de Panicum maximum) – de porte baixo, tem como principal característica a facilidade de manejo, podendo ser manejada em lotação contínua. Apresenta produção de forragem mais baixa que as demais cultivares de P. maximum, mas compensa com elevado valor nutritivo. Também é recomendada para ovinos.

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Foto: Embrapa

BRS Quênia (2017, híbrida de Panicum maximum) – última cultivar de P. maximum lançada pela Embrapa. Apresenta elevada quantidade de perfilhos e uma relação folha/haste bastante favorável. De porte médio-alto, oferece maior facilidade de manejo do que a BRS Zuri. Possui alta capacidade produtiva e elevada qualidade.

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