Top 4 principais raças de porcos brasileiros

Uma das características mais fascinantes dos porcos é a diversidade, com raças que possuem peculiaridades que influenciam a produção de carne. Neste artigo, listamos as quatro melhores raças que se destacam na suinocultura brasileira!

A suinocultura é uma das atividades mais significativas do agronegócio brasileiro, desempenhando um papel crucial na segurança alimentar e na economia do país. Em 2023, o Brasil ocupou a quarta posição mundial em produção de carne suína, com cerca de 4,5 milhões de toneladas produzidas, segundo dados da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS). Este cenário torna o Brasil um dos principais exportadores globais, com aproximadamente 1,1 milhão de toneladas exportadas, respondendo por cerca de 10% do total mundial. Dentro desse contexto, as raças de suínos desempenham um papel fundamental na eficiência e na qualidade da produção de carne suína.

As principais raças utilizadas no Brasil incluem a Landrace, Large White e Duroc, cada uma com características específicas que influenciam fatores como crescimento, conversão alimentar e qualidade da carne. Por exemplo, a raça Duroc é conhecida por sua excelente qualidade de carne, especialmente na maciez e sucessão, enquanto as raças Landrace e Large White são reconhecidas por sua alta prolificidade e eficiência alimentar.

Estudos demonstram que a escolha das raças adequadas pode aumentar a produtividade em até 30%, além de melhorar a qualidade da carne, que é um dos principais critérios para a aceitação do produto no mercado. A compreensão das particularidades de cada raça é, portanto, um elemento estratégico para os suinocultores, pois impacta diretamente nos resultados econômicos e na competitividade do setor.

Raça 1: Landrace

Top 4 principais raças de porcos brasileiros
Foto: Divulgação

A raça Landrace é conhecida por suas características físicas marcantes, como orelhas grandes e caídas, um corpo longo e musculoso, e uma pelagem predominantemente branca. Essa raça é amplamente valorizada na suinocultura brasileira, especialmente por sua alta capacidade reprodutiva. As fêmeas Landrace são reconhecidas pela sua prolificidade, podendo ter de 11 a 14 leitões por ninhada, com uma taxa de sobrevivência dos filhotes que pode alcançar 90%.

As vantagens da raça incluem sua alta prolificidade, que contribui significativamente para o aumento da produção, e a qualidade da carne, que é apreciada por sua maciez e sabor. Além disso, a Landrace apresenta boa adaptabilidade a diversas condições de manejo, sendo comum em várias regiões do Brasil. Contudo, a raça também possui desvantagens. Por ser mais suscetível a algumas doenças, é necessário um manejo rigoroso da sanidade para evitar perdas. Além disso, a Landrace pode enfrentar desafios na fase de terminação, especialmente em ambientes com estresse térmico.

No que diz respeito ao desempenho em abate, a Landrace apresenta um ganho de peso médio diário de 800 a 1.000 gramas, com uma conversão alimentar de aproximadamente 2,8 a 3,0 kg de ração para cada quilo de peso ganho. Em termos de peso de abate, os suínos dessa raça costumam atingir entre 110 a 120 kg, com um rendimento de carcaça variando de 78% a 82%. Esses dados demonstram a eficiência da raça na conversão de alimento em carne de qualidade.

Raça 2: Large White

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Foto: Divulgação

A raça Large White é uma das mais populares na suinocultura mundial, destacando-se por sua estrutura robusta e coloração branca. Com orelhas eretas e um corpo bem atlético, a Large White é amplamente reconhecida por suas qualidades maternais. As fêmeas dessa raça são altamente produtivas, com uma média de 12 a 15 leitões por ninhada.

As características físicas da Large White, como sua musculatura bem desenvolvida e boa conformação, tornam essa raça uma escolha popular entre os suinocultores. Além disso, sua natureza dócil facilita o manejo diário. A utilização da Large White na produção de carne suína é essencial, uma vez que ela é frequentemente utilizada para cruzamentos com outras raças, como a Duroc e a Landrace. Entre os pontos fortes da Large White estão a alta taxa de crescimento e a eficiência alimentar, com um ganho de peso diário que pode variar de 900 a 1.200 gramas, e uma conversão alimentar média de 2,5 a 2,8 kg de ração para cada quilo de carne produzida.

A carne proveniente de suínos Large White é muito valorizada no mercado, apresentando bom marmoreio e sabor. Quanto à adaptação, essa raça demonstra excelente capacidade de se adaptar a diferentes condições climáticas e de manejo no Brasil, sendo comum no Sul, mas também encontrada em regiões como o Centro-Oeste e o Nordeste. Estudos indicam que, em ambientes com manejo adequado, a Large White pode manter um desempenho consistente, independentemente da região, tornando-se uma escolha versátil para suinocultores em todo o país.

Raça 3: Duroc

Top 4 principais raças de porcos brasileiros
Foto: Divulgação

A raça Duroc é uma das mais renomadas na suinocultura, originária dos Estados Unidos e reconhecida por sua pelagem vermelha e robustez física. Os suínos Duroc são conhecidos por sua musculatura bem desenvolvida e sua excelente capacidade de ganhar peso, o que os torna altamente desejáveis na produção de carne suína. Essa raça é particularmente valorizada pela qualidade da carne, que é caracterizada por seu sabor suculento e bom marmoreio, resultando em cortes de alta qualidade que são muito apreciados pelos consumidores.

Quando comparada a outras raças, como a Landrace e a Large White, a Duroc se destaca principalmente em termos de qualidade da carne. Estudos indicam que a carne de Duroc possui níveis superiores de gordura intramuscular, o que confere uma textura mais macia e um sabor mais intenso. Além disso, suínos Duroc têm um ganho de peso diário que pode variar de 800 a 1.100 gramas, com uma conversão alimentar média de 2,6 a 3,0 kg de ração para cada quilo de peso ganho. Essas características fazem da Duroc uma excelente opção para cruzamentos, contribuindo para a melhoria da qualidade da carne em rebanhos heterogêneos.

Raça 4: Pietrain

Foto: Divulgação

A raça Pietrain tem suas origens na Bélgica e é famosa por suas características físicas notáveis, incluindo um corpo musculoso e um padrão de pelagem que pode incluir manchas pretas sobre um fundo branco. Esta raça é amplamente reconhecida por sua alta taxa de crescimento e eficiência na conversão alimentar, tornando-a uma escolha popular entre os produtores que buscam maximizar a rentabilidade.

O potencial de cruzamento da Pietrain é considerável, especialmente quando utilizada em combinação com raças como a Duroc e a Large White. Os resultados econômicos são impressionantes, uma vez que os híbridos resultantes frequentemente apresentam um ganho de peso diário superior a 1.000 gramas, com uma conversão alimentar variando de 2,4 a 2,6 kg de ração por quilo de carne produzida. A Pietrain é especialmente valorizada no mercado pela qualidade da carne, que tende a ter uma taxa de rendimento de carcaça superior a 80%, o que é altamente desejável entre os consumidores e para os processadores de carne.

Com relação à popularidade, a raça Pietrain tem crescido no Brasil, especialmente entre os produtores que buscam atender à demanda por carne de qualidade. Essa popularidade é impulsionada pelo aumento do interesse em produtos suínos de alta qualidade e pela capacidade da raça de se adaptar a diferentes sistemas de produção.

A suinocultura brasileira é um setor em constante evolução, e a escolha das raças de suínos desempenha um papel crucial no sucesso dessa atividade. As diferentes raças, com suas características únicas, permitem que os produtores personalizem suas estratégias de manejo e atendam às demandas do mercado. O futuro da suinocultura brasileira está intrinsecamente ligado à capacidade dos suinocultores de adaptar e inovar, garantindo a sustentabilidade e a competitividade do setor no cenário global.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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