Em alguns estabelecimentos, há apenas alguns tipos de corte e em quantidade reduzida. Vendedores de espetinhos também não estão conseguindo repor estoques.
Açougues de Palmas e outras cidades do Tocantins estão começando a ter dificuldades para repor os estoques após frigoríficos de todo o estado decidirem paralisar o abate de animais.
A medida foi tomada como reação do setor após o governo suspender benefícios fiscais relacionados ao ICMS. Enquanto o impasse persiste, os balcões dos estabelecimentos vão ficando cada vez mais vazios.
“Eu só estou tendo esta carne que está no balcão aqui, que é um pouco de acém, um pouco de alcatra, um pouco de coxão mole. Essa carne já acaba hoje. Ela acaba daqui pra dez da noite”, diz o açougueiro Adriano Martins.
No estabelecimento de Francisco de Assis, que fica na região norte, a câmara fria está vazia e o que resta no balcão são cerca de 40 quilos de coxão duro, patinho e costela.
Ele conta que dispensou funcionários nesta segunda-feira (7) já que não havia demanda.
“Eu já dei folga para dois funcionários, pra mim [sic] não estar pagando esse momento que não tem o que fazer. Então estou de forma bem reduzida também no número de funcionários”.
O vendedor de espetinhos José Roberto do Nascimento também teve problemas para fazer compras. Ele encomendou 100 unidades para esta segunda, mas o produto não chegou e tudo o que resta para vender são cerca de 10 espetos que sobraram do fim de semana.
Nesta segunda, o Governo informou que vai recorrer da liminar que derrubou a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
A Secretaria da Fazenda disse que vai realizar uma reunião com representantes da categoria no próximo dia 10 de outubro.
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Eles disseram que vão negociar um novo percentual para os benefícios fiscais do setor, mas não quiseram adiantar qual será a proposta.
Desde 2014, os frigoríficos pagavam um alíquota de 1% no ICMS. O benefício deveria valer por 15 anos, mas o governo decidiu suspender a medida em função de readequações econômicas. O novo percentual, que por enquanto segue suspenso pela Justiça, seria de 12%.
Fonte: G1