Segundo as informações divulgadas no dia de ontem, Tereza Cristina, ministra da Agricultura, jogou a toalha e passou a bola para Bolsonaro.
Assediada, no bom sentido, por políticos em geral e colegas do governo em particular, a deputada Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias – engenheira agrônoma, empresária e ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – finalmente cedeu. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) é um dos que tentam convencer o pai a fazer composição com Tereza Cristina, e não com um militar. Trata-se do único nome de mulher sendo discutido no momento, no Planalto. Não há um plano B.
Se for esta a vontade do presidente Jair Bolsonaro, ela será candidata a vice na chapa dele à reeleição. Tereza Cristina teria uma eleição quase certa como senadora pelo Mato Grosso do Sul. O agronegócio a ama. Mas fazer o quê?
Ela se elegeu pelo DEM, que se fundiu com o PSL para formar o União Brasil, o 34º partido brasileiro. Poderá mudar de endereço. Bolsonaro ainda teima em preferir um militar como vice; o mais cotado é o general Braga Netto, ministro da Defesa.
Mas ministros que o cercam esperam que ele mude de opinião – o que, no seu caso, não é tão difícil assim.
Ministros do Centrão pressionam o presidente Jair Bolsonaro (PL) a escolher uma mulher como candidata a vice em sua chapa. O nome que a ala política do governo tenta emplacar é o da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, hoje no DEM, mas prestes a se filiar ao Progressistas, partido do chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. Pesquisas da pré-campanha indicam o machismo como um dos pontos fracos de Bolsonaro, que perde cada vez mais votos no eleitorado feminino.
A avaliação de aliados do governo é a de que Tereza Cristina, ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, pode ajudar a quebrar resistências ao presidente. No núcleo duro do Centrão, bolsonaristas argumentam ainda que, além de auxiliar na tarefa de atrair votos de mulheres, a entrada da ministra na chapa da reeleição também agregaria setores do agronegócio.
O “agro” sempre foi visto uma das principais bases de apoio de Bolsonaro, mas hoje enfrenta divisões em relação ao governo. Tanto que, no ano passado, sete entidades da agroindústria assinaram manifesto em defesa da democracia e do respeito às instituições.
Favorito nas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também deflagrou uma ofensiva para conquistar apoio do setor. Nas conversas para ter o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin como vice, Lula propôs que ele ocupe o Ministério da Agricultura, caso a chapa seja vitoriosa em outubro.
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O Estadão apurou que Bolsonaro confia em Tereza Cristina, mas prefere fazer dobradinha com o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, com quem se sente mais à vontade.
No Palácio do Planalto, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, também chegou a se movimentar pela vaga. Em conversas reservadas, o presidente disse a aliados que a escolha de um militar como ele para vice é uma espécie de “seguro” contra processos de impeachment.