A via movimenta 2,5% do tráfego marítimo mundial e é vital para o transporte de mercadorias entre os continentes.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que pode reverter o controle do Canal do Panamá, acusando o país centro-americano de cobrar tarifas excessivas pelo uso da via. Em discurso no evento AmericaFest, no Arizona, Trump afirmou que não permitiria que o canal caísse “em mãos erradas”, insinuando uma possível influência chinesa. Ele ainda compartilhou nas redes sociais uma imagem de uma bandeira americana sobre o canal com a legenda: “Bem-vindo ao Canal dos Estados Unidos!”
Trump argumentou que o canal, transferido para o Panamá em 1999 após décadas de controle conjunto, foi entregue sob condições legais e morais específicas. Ele alertou que, caso esses princípios não sejam respeitados, os EUA exigirão o retorno completo do canal.
Essa postura gerou uma resposta direta do presidente do Panamá, Jose Raul Mulino, que afirmou que a independência do país é inegociável e que as tarifas cobradas pelo uso do canal são justificadas, não arbitrárias.
Apesar das declarações de Trump, a China não administra o canal, embora uma subsidiária da CK Hutchison Holdings, sediada em Hong Kong, opere portos nas extremidades da via. Mulino também reforçou que “cada metro quadrado do canal pertence ao Panamá e continuará pertencendo ao Panamá”. A via, essencial para o comércio global, movimenta 2,5% do tráfego marítimo mundial e é vital para o transporte de mercadorias entre os continentes.
Agressividade
A postura de Trump reflete uma mudança esperada na diplomacia americana, marcada por retórica agressiva e ameaças até a aliados. O histórico de Trump inclui propostas de expansão territorial, como a tentativa frustrada de compra da Groenlândia durante seu primeiro mandato, além de comentários recentes sobre transformar o Canadá em um estado dos EUA.
Especialistas apontam que, mesmo que Trump insista em recuperar o canal, ele não teria respaldo legal internacional para tal ação. O controle do canal foi transferido ao Panamá em conformidade com tratados assinados nos anos 1970, garantindo a soberania do país sobre a via.
As ameaças de Trump, contudo, sublinham sua visão estratégica de que o controle de importantes rotas comerciais é crucial para a segurança e os interesses econômicos dos Estados Unidos.
Fonte: Reuters
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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