Tendências futuras: análise da perspectiva do café para 2024

O Rabobank projeta que a demanda por café no Brasil durante 2022/23 será de 21,3 milhões de sacas, indicando um aumento de 0,6%

Para o próximo ano, 2023/24, antecipa-se um crescimento de 1,3%, totalizando 21,6 milhões de sacas. As exportações brasileiras de café, segundo as estimativas do Rabobank, devem ficar entre 40 e 42 milhões de sacas em 2023/24.

No curto prazo, a previsão é de volatilidade nos preços devido aos baixos estoques e problemas logísticos. Contudo, o alívio na oferta ao longo de 2024 deve atuar como um limitador de preços, com uma projeção próxima a USD 1,5 por libra (ICE-NY). A escassez de café manteve o mercado valorizado durante a maior parte de 2023, afetando tanto o café arábica quanto o robusta. No entanto, a partir do segundo semestre do ano, observaram-se divergências nos rumos dos dois tipos de café.

Até outubro de 2023, as cotações de café arábica em Nova York (ICE-NY) e no Brasil acumularam quedas de 2% e 18%, respectivamente. Enquanto isso, os preços do café robusta (ICE-Londres) apresentaram um aumento significativo de 25%, enquanto o conilon brasileiro teve um modesto declínio de 5% no ano. É importante destacar que, no final de junho, o café robusta atingiu seu recorde de USD 2.930 por tonelada.

Apesar da projeção de um aumento de 6% na oferta global de café em 2023/24, atingindo 174,2 milhões de sacas de 60 kg, prevê-se uma diminuição de 1% na produção de café robusta, ao passo que a produção de café arábica deverá crescer 12% em relação ao ciclo anterior.

No mercado de café arábica, a safra colombiana de 2023/24 é estimada em 12,5 milhões de sacas, abaixo das expectativas, mas ainda representando um aumento de 19% em relação à safra anterior. Em Honduras, a safra 2023/24 é prevista em 6,3 milhões de sacas, indicando um aumento de 10,5% em comparação com o ciclo passado. Quanto à oferta de café robusta em 2023/24, estima-se uma queda de 2% na safra.

Exportações

O cenário das exportações brasileiras de café apresenta uma notável recuperação, registrando o embarque de 26,2 milhões de sacas nos primeiros nove meses de 2023. A perspectiva de crescimento é ainda mais promissora nos meses subsequentes, impulsionada pela excelente colheita de 2023. Vale ressaltar um notável crescimento de 111% nas exportações de café conilon.

Perspectivas futuras

Para o período de 2023/24, as projeções indicam que as exportações brasileiras de café devem situar-se entre 40 e 42 milhões de sacas. Para a safra subsequente (2024/25), há a expectativa de um aumento na produção, embora incertezas persistam, especialmente nas regiões do Cerrado Mineiro e São Paulo.

Consumo

O consumo de café no Brasil está experimentando uma recuperação em 2023, evidenciado por um aumento de 0,9% nas vendas no varejo nos primeiros oito meses do ano. Nos meses que se seguem, espera-se um impulso no consumo, impulsionado pela evolução econômica, crescimento no setor fora do lar e estabilização dos preços.

Desafios e riscos

Desafios significativos surgem, incluindo a influência do El Niño e a Regulação Europeia de Combate ao Desmatamento. A escassez de caminhões e contêineres está provocando atrasos nos embarques de café, enquanto questões climáticas, como chuvas nas regiões sul e sudeste, e desvio de cargas para o porto de Santos devido à seca no rio Amazonas, também representam obstáculos para as exportações.

Previsão de preços

A curto prazo, diversos fatores, como os baixos estoques certificados, mudanças nas regras de certificação e congestionamento no porto de Santos, têm o potencial de valorizar os preços do café. Segundo projeções do Rabobank, os preços do café (ICE-NY) devem situar-se em torno de USD 1,50 por libra, em média, ao longo de 2024.

Atenção para o futuro

O El Niño continua a ser uma preocupação significativa para as safras de 2024/25 em diversas regiões. A Regulação Europeia de Combate ao Desmatamento e os atrasos nos embarques emergem como fontes de incerteza. Mudanças nas condições climáticas e desvios de cargas têm o potencial de impactar negativamente as exportações de café.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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