Tendência de queda no custo de insumos para nutrição animal é esperada no inicio de 2023; vários fatores impulsionaram a escalada dos preços em 2022
O conflito na Ucrânia, políticas sanitárias cada vez mais rígidas e desafios da logística impulsionaram os preços internacionais em 2022. O mercado agora passa por acomodação, o que leva Cássio Giacon, gerente de desenvolvimento de negócios da MCassab Nutrição e Saúde Animal, a projetar redução de custos de microingredientes nos próximos meses.
“Nutrientes essenciais da alimentação animal, como vitaminas e aminoácidos, estão no centro dessa gangorra. A boa notícia é que para as vitaminas, que participam com 3% a 10% dos custos de produção, o pior já passou: o segmento vive um período de redução dos preços no mundo. E a notícia boa não para por aí: a tendência é que este cenário seja prolongado pelo menos até o início de 2023”, informa o especialista.
“Analisando o mercado hoje, não vemos motivos para custos de microingredientes muito elevados no próximo ano. Se não ocorrer nenhum evento que mude o rumo do mercado, a demanda deve cair mundialmente tanto para aminoácidos quanto para vitaminas. Essa queda de preços está diretamente atrelada à baixa demanda global associada ao aumento das taxas de juros. Do outro lado, temos avicultores, suinocultores, produtores de leite e pecuaristas, que ainda sofrem com os custos de produção e buscam estratégias para manter a saúde financeira do seu negócio”, analisa Cássio.
Ele também cita a queda da demanda interna por proteínas animais e a própria oscilação dos volumes exportados em alguns momentos como gatilhos que exigem cautela dos produtores, que preferem aguardar a investir como gostariam no aumento dos plantéis.
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“Também contribuem para esse cenário a redução dos fretes marítimos devido à queda global das operações, reflexo das dificuldades econômicas da Europa, Estados Unidos e China. Esse é um fator a mais para afetar o cenário em termos globais. Resumindo: todos os indicadores apontam para o acomodamento dos custos das matérias-primas”, justifica.
A recomendação de Cássio para os produtores é “tenham calma e analisem o cenário com atenção. Frente as adversidades há sempre uma oportunidade. Acredito que o mercado não deva mudar a curto prazo”, finaliza.
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