Tendência de queda no preço da carne bovina, aponta Conab

As informações constam na edição de setembro do boletim AgroConab, estudo divulgado nesta sexta-feira (23) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Com o mercado ofertado de animais prontos para o abate, os preços da carne bovina estão pressionados para baixo, mas a demanda continua contida pelo aperto monetário no Brasil e no mundo para controlar a inflação, com isso os consumidores  optam por outras proteínas de menor custo de produção.

As informações constam na edição de setembro do boletim AgroConab, estudo divulgado nesta sexta-feira (23) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que traz informações sobre preços internos e externos, quadro de oferta e demanda e perspectivas de curto e médio prazo das principais culturas de grãos e do mercado de carnes.

De acordo com a publicação, o cenário da carne bovina tende a se manter no curto prazo. Os preços médios do boi gordo recuaram 3,7% em agosto/2022, comparativamente ao mês anterior, chegando a R$ 19,86/Kg correspondente a pouco menos de R$ 300/arroba no produtor de São Paulo.

Já as exportações aumentaram 18,8% no mesmo período. No acumulado de janeiro a agosto, o volume exportado de carne bovina superou em 15,4% em relação ao ano anterior.

De todo o volume exportado, somente no mês de agosto, mais de 50% teve como destino a China, que após ter um forte ajuste na oferta de suínos voltou a aquecer a demanda por carne bovina.

“A forte demanda chinesa favorece o setor pecuário brasileiro na atual conjuntura”, explica o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira.

“Esse movimento reflete a escassez no mercado mundial, bem como a alta competitividade do produto brasileiro. Entretanto, com a gradativa recuperação da produção interna daquele país, a tendência é que a médio prazo a demanda externa pela carne brasileira reduza”.

Com relação à disponibilidade da carne bovina no Brasil, embora o consumo interno apresente ainda um cenário restritivo, as primeiras estimativas apontam para leve recuperação de 2,9%  na produção em 2023.

O aumento das exportações tem mitigado os efeitos do baixo consumo interno, que segue restrito pelos preços elevados e opções de proteínas de qualidade com preços menores, especialmente carne suína. No entanto, em 2023, os estudos indicam uma possível recuperação dos níveis de consumo.

Para a carne de frango, segue o cenário de demanda acentuada, em virtude dos preços ainda altos da concorrente bovina. Em curto prazo, a perspectiva é de estabilidade de preços, com a boa demanda interna e exportações aquecidas.

Já para a carne suína, embora agosto tenha registrado boa recuperação das exportações para a China, a tendência é de desaceleração gradativa da demanda externa, lembrando que o setor produtivo deve manter o alerta para ajuste de oferta.

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Fonte: Conab

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