Tecnologias da UFSCar vão parar nas casas dos brasileiros

Novas variedades de alface, pimenta, abóbora e orquídeas são produzidas com tecnologia de ponta e transformam o mercado

Em 2024, a Agência de Inovação (AIn) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) celebrou 15 anos de atividades, com a missão de mobilizar e capacitar pessoas para inovar, empreender e transformar a sociedade. A ideia é trabalhar para que o conhecimento produzido na Universidade seja revertido em soluções práticas às demandas sociais, de maneira legal e eficiente.

“A UFSCar tem se destacado no desenvolvimento de tecnologias que conectam pesquisa acadêmica com soluções práticas para o mercado, meio ambiente e a sociedade. Entre essas inovações, estão as orquídeas, cultivares agrícolas e leveduras que transformam a forma como produzimos e consumimos”, afirma Daniel Braatz, Diretor da AIn.

Ao longo dos anos, vários produtos desenvolvidos por grupos de pesquisa da Universidade já chegaram ao mercado, como por exemplo:

  • A Alface Brunela, que une crocância e resistência, resultado do cruzamento entre as alfaces Crespa e Americana, ideal para o clima tropical brasileiro.
  • A Pimenta Maria Bonita, com o sabor da pimenta Biquinho, mas mais doce e suave, com frutos maiores que garantem mais produtividade.
  • A Abóbora Hiroko, um cultivar de alto potencial nutricional e econômico.

Além de alimentos, as pesquisas da UFSCar também já resultaram em novas variantes de orquídeas que, criadas com tecnologias de ponta, são mais resistentes; e leveduras inovadoras, desenvolvidas para potencializar a produção de etanol e elevar a qualidade e o sabor de alimentos e bebidas fermentadas.

Orquídeas

No Campus Araras da UFSCar, a pesquisa com orquídeas integra biotecnologia e métodos tradicionais para criar híbridos mais resistentes, acessíveis e com características únicas. Em oito anos de trabalho, já foram desenvolvidos dez cultivares de orquídeas com potencial comercial, dos quais dois estão em processo de registro e proteção.

“Essas flores, além de contribuírem para o mercado nacional, que ainda depende de tecnologias importadas, representam o compromisso da UFSCar com a independência tecnológica e o fortalecimento da produção nacional. As nossas tecnologias são fruto de anos de trabalho e pesquisa realizados por cientistas e estudantes da UFSCar”, afirma Braatz.

Cana-de-açúcar

O Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar (PMGCA), também do Campus Araras, se destaca nos âmbitos nacional e internacional, sendo hoje responsável por cerca de 64% das variedades da cana-de-açúcar plantada nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Cada variedade é desenvolvida após anos de esforços da equipe liderada pelo professor Hermann Hoffmann, Coordenador do PPMGCA, e pela professora Monalisa Carneiro, Coordenadora de Biotecnologia no PPMGCA.

Dada a extrema relevância para a soberania nacional em bioenergia e a minimização da emissão de gases de efeito estufa, o grupo do PMGCA-UFSCar foi homenageado no IBBEST – IEA Bionergy Conference 2024, um dos mais importantes eventos científicos sobre bioenergia no mundo.

Do laboratório ao mercado

No último dia 29 de novembro, a AIn comemorou seus 15 anos com o evento “AIn Conecta – Especial 15 anos”, parte do São Carlos Innovation Summit. O encontro destacou as conquistas da UFSCar ao transformar pesquisa acadêmica em soluções concretas para a sociedade.

Durante o evento, discussões sobre o futuro da inovação, homenagens e o reconhecimento das parcerias com empresas reforçaram o papel da UFSCar como protagonista na conexão entre ciência e mercado. Parcerias estratégicas com instituições como Fapesp, CNPq, Sebrae e Embrapii foram evidenciadas como fundamentais para fortalecer o ecossistema de inovação no Brasil.

“O sucesso dessas inovações vai além do campo acadêmico. A UFSCar licenciou suas tecnologias para empresas que agora as produzem e comercializam, ampliando seu alcance e impacto. Esses produtos são prova de que a ciência brasileira pode contribuir com inovações no mercado global”, conclui Braatz. No coquetel de encerramento, a AIn surpreendeu os convidados ao apresentar e servir os produtos desenvolvidos pelos grupos de pesquisa da Universidade.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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